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Um santa-mariense que é ídolo na Cidade Maravilhosa



Um dos santa-marienses de maior renome nacional na atualidade voltou a sua cidade natal na noite de ontem (26) para proferir uma palestra na UFSM, instituição na qual se formou em Direito. A personalidade em questão é o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, nome no qual os cariocas depositam suas esperanças de pacificação da capital fluminense.

Promovida pela Polícia Federal (PF) e pelo Gabinete do Reitor, a palestra de hoje (27) ocorre às 19h, no auditório do Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH), localizado no 2° andar do prédio da antiga reitoria. O título, “Unidade de Polícia Pacificadora (UPP): uma Política de Segurança que Deu Certo”, dá uma ideia da importância atribuída ao projeto de maior destaque de Beltrame em sua gestão na secretaria.

Na manhã de hoje, o secretário concedeu uma entrevista coletiva à imprensa santa-mariense, que ocorreu na PF, instituição na qual já foi agente, delegado e superintendente no Rio de Janeiro.

As UPPs são unidades de policiamento comunitário instaladas em favelas cariocas que antes eram comandadas pelo tráfico de drogas. Entretanto, Beltrame procura moderar as expectativas daqueles que pensam que este projeto possa sozinho acabar com a violência e o tráfico.

“A proposta da UPP não é acabar com a droga, e não é acabar com a violência. Porque onde houver renda e houver vício, vai ter droga. E a violência é um fato social. O que a UPP propõe é derrubar o paradigma de território, das pessoas dizerem que ‘este território é nosso e vocês não podem entrar aqui’".

E também adverte que a UPP é um projeto que atende as especificidades da violência carioca, podendo não ser o mais apropriado para outros locais.

“O projeto UPP atende especificamente um local como o Rio de Janeiro, que tem áreas conflagradas. São áreas onde o Estado não está totalmente presente. Agora, eu não sei – e até acho que não – se na realidade nacional cabe um projeto UPP como nós temos no Rio de Janeiro. Porque as UPPs são para locais onde existe um paradigma de território imposto por arma de fogo.”

Para Beltrame, o enfrentamento da violência deve ser feito não somente com a polícia, mas com o Estado proporcionando melhores condições de vida à população.

“Eu acho que o problema brasileiro da violência se resolve muito mais dando dignidade para as pessoas do que efetivamente com ações policiais. Onde você traz dignidade para as pessoas, você precisa de menos polícia. Esta é a regra. Só que no Rio de Janeiro, o discurso era que não se podia levar assistência a esses lugares, porque os traficantes, porque os milicianos não deixavam. Então agora a nossa proposta é de abrir essa janela de oportunidades para que o Estado cumpra o seu dever.”

Outra ação de destaque em planejamento na secretaria, com início marcado para 1° de janeiro de 2012, é a reestruturação das academias onde os policiais são formados. Isto inclui reformulação de currículo, mudança de carga horária e remuneração melhor aos professores. Um dos principais motivos da reestruturação é o ataque à corrupção na polícia, que Beltrame encara como parte de um problema maior.

“Você tem que atender o policial com condições de trabalho, com salário, tem que capacitar esse policial, tem que informá-lo, tem que fazer ele voltar aos bancos universitários e, o que é mais importante, a formação do homem policial. O policial traz com ele uma bagagem, um caráter, um conteúdo familiar, educacional que vem há muitos anos. Não são seis meses ou um ano de academia que vão resolver isso.”

Além da circulação e debate de ideias, na opinião de Beltrame as universidades também podem ser úteis em outros papéis no enfrentamento do problema da violência. O seu principal potencial estaria na formação das pessoas que atuam naquilo que ele encara como o “tripé” da segurança pública.

“Segurança pública para mim é um tripé: as instituições policiais, um sistema judiciário criminal e um sistema penitenciário. É na preparação das pessoas que estão nestes três setores que eu acho fundamental a participação da universidade.”

O risco à sua segurança pessoal é algo que ele lida como inerente a qualquer pessoa que assuma um cargo como o seu em um lugar como o Rio, encarando como coisas de sua “contabilidade pessoal”.

“Na minha opinião, para ser secretário de Segurança no Rio de Janeiro, tem que ter isso contabilizado, a menos que você não queira fazer determinadas ações. Eu não fico vociferando essas coisas, não falo sobre essas coisas porque tenho isso dentro da minha contabilidade.”

O chimarrão é um hábito que Beltrame conserva, mesmo estando longe do Rio Grande do Sul. Entre lembranças e afetos que deixou em Santa Maria, ele cita a universidade, amigos e familiares.

 “Sempre que possível, eu procuro voltar a Santa Maria e minimamente conversar com as pessoas que fizeram parte da minha vida e ajudaram a construir minha carreira, assim como amigos que eu tenho aqui também, aos quais eu sou muito grato. Sou muito grato a essa cidade, à universidade, à PF, em especial a daqui de Santa Maria. Então, para mim, um motivo sempre existe e sempre existirá para voltar.”

Repórter: Lucas Casali

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