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Grandes compromissos com a pesquisa gaúcha



No dia 21 de maio, o professor do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Maria, José Miguel Reichert, foi nomeado diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul, a Fapergs. O novo cargo do professor é revestido de grande relevância para os pesquisadores do estado, já que José Miguel agora é um dos principais responsáveis pela distribuição dos recursos destinados à pesquisa científica no Rio Grande do Sul. Na entrevista a seguir, conheça a trajetória que levou o professor da UFSM a um dos mais importantes postos da pesquisa no estado.

Fernanda Arispe: Como foi sua trajetória acadêmica, até sua inserção no quadro de docentes da Universidade Federal de Santa Maria?

José Miguel Reichert – Eu nasci no interior do município de Montenegro, numa localidade chamada Santos Reis. Fiz graduação em Agronomia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e concluí o curso em 1984. Logo em seguida, eu fiz mestrado em Solos na mesma universidade, curso este que concluí em 1986.

O título de doutor eu obtive na Universidade de Purdue, em West Lafayette, Indiana, nos Estados Unidos. Em 1993, eu fiz dois cursos de pós-doutorado nessa mesma instituição e, desde 1996, eu sou professor titular do Departamento de Solos do Centro de Ciências Rurais (CCR) aqui da Universidade Federal de Santa Maria.

F. A.: Que atividades o senhor desenvolve atualmente no CCR?

J. M. R. – No momento, eu sou professor de dois cursos de graduação aqui do CCR: Agronomia e Engenharia Florestal. As disciplinas que eu ministro nesses cursos são ligadas à introdução e aos fundamentos das ciências do solo. Na pós-graduação, eu sou professor orientador e também ministro disciplinas em dois cursos. Atualmente eu tenho quatorze orientandos no programa de Pós-Graduação em Ciências do Solo.

F. A.: Quais são seus principais projetos em andamento?

J. M. R. – Os meus principais projetos podem ser divididos em duas linhas temáticas. Uma delas é ligada à parte de hidrologia do solo, que estuda, por exemplo, o comportamento hidrológico de pequenas bacias hidrográficas rurais, sejam elas a ocupadas para a agricultura ou por florestas. A segunda linha é ligada à parte de estrutura do solo, mais especificamente a parte de compactação do solo. Busca-se identificar como o solo se deforma e qual é a sua qualidade física. Faz-se um estudo das raízes e consequentemente das plantas. Nessa linha, fazemos experimentos tanto na parte mais agrícola, na produção de grãos e cultivos para a bioenergia, quanto para a área florestal com uma análise das condições físicas do solo das florestas.

F. A.: Que experiências profissionais o senhor teve antes de ser professor da UFSM?

J. M. R. – Antes de vir para Santa Maria, eu era professor em uma escola internacional de Agronomia costarriquenha chamada Earth, sigla inglesa para Escola de Agricultura da Região Tropical Úmida. Anteriormente, eu havia sido aprovado para ser professor da UFRGS, mas em função de razões pessoais eu acabei ficando nos Estados Unidos por um ano e, posteriormente, eu fui para a Costa Rica. Em 1996, eu vim para Santa Maria, e entrei no quadro docente da UFSM já como professor titular.

F. A.: Como se deu o processo que culminou em sua nomeação como diretor científico da Fapergs no dia 21 de maio?

J. M. R – Já havia uma articulação anterior para a Fapergs. Essa articulação foi estimulada por colegas e também pela administração central da Universidade. Partindo, é claro, de uma manifestação de interesse meu em contribuir com a administração na área da ciência e da tecnologia para além dos muros da UFSM. Haja vista que eu já fui chefe de departamento, chefe e coordenador titular e substituto de alguns programas de ensino, pesquisa e extensão da Universidade. Além disso, eu tenho uma preocupação com o ensino da ciência e da tecnologia que se aliou à oportunidade que se apresentou através do edital publicado pela Fapergs para o cargo de diretor científico.

F. A.: Quais são as principais atribuições de seu novo cargo?

J. M. R. – A principal função que eu devo cumprir certamente é a construção e a manutenção de uma relação com as comissões científicas. A direção da Fundação é composta por três cargos: o diretor presidente, o diretor administrativo e o diretor científico, que é cargo para o qual fui nomeado no dia 21.

Dentro da estrutura da Fapergs, além da diretoria técnica, existe o conselho superior. Dentro desse conselho existem as comissões científicas, que são divididas por áreas. As decisões em relação a financiamentos através da avaliação de projetos em editais específicos são feitas por essas comissões, coordenada pela diretoria científica. O meu grande desafio é tornar essa relação mais harmônica, fazer com que essas comissões tenham parâmetros e critérios mais similares e haja afinidades entre elas.

Parte das minhas ações também será trabalhar para aumentar a visibilidade da Fapergs diante da comunidade. Evidentemente, é minha função também, junto com a presidência, a busca de recursos sejam eles do Estado, da União ou de parcerias firmadas com a iniciativa privada.

Sinteticamente, pode-se dizer que a parte mais burocrática das minhas ações diz respeito à relação com as comissões. Num âmbito maior, seria a parte da gestão orçamentária e da visibilidade dos resultados das pesquisas. Além da realização de trabalhos que objetivem a diminuição das disparidades regionais, fazendo com que instituições do interior do Estado tenham oportunidade de crescer e ter na Fapergs uma fundação importante para o seu dia a dia.

F. A.: Qual é a relação que a UFSM mantém atualmente com a Fapergs?

J.M.R. – Os projetos amparados pela Fapergs são avaliados conforme os editais publicados; esses projetos são idealizados e realizados por profissionais e pesquisadores de diversas instituições do Rio Grande do Sul. Na UFSM, existem alguns projetos financiados pelos recursos da Fapergs. O principal deles é o programa de bolsas de iniciação científica. Além disso, a UFSM também tem bolsistas de pós-graduação mantidos pela Fundação. Ela, hoje, é uma instituição importante para a nossa Universidade, mas pode ser ainda mais.

F. A.: Como o senhor encara essa oportunidade? Que sensações ela lhe trouxe?

J.M.R. – Eu encaro essa oportunidade como um grande desafio porque ao mesmo tempo em que me alegra, ela também preocupa. Pela responsabilidade que ela traz e pelo momento que a comunidade científica atravessa. Essa comunidade busca na Fapergs financiamento para o desenvolvimento de seus projetos; e é sabido que o governo do estado tem dificuldades econômicas para manter e cumprir com o recurso que deveria ser disponibilizado a Fapergs. Então, ao mesmo tempo em que essa novidade traz alegria ela traz também preocupação. Preocupação não só pelo aspecto profissional, mas também pessoal, porque minha família não vai comigo. Esta é uma preocupação que existe, mas que de certo modo, felizmente, já foi superada, já que minha família apoia plenamente que eu exerça essa função.

Repórter:

Fernanda Arispe – Acadêmica de Jornalismo.

Edição:

Lucas Durr Missau.

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