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UFSM cria novo programa de planejamento interno para os cursos de graduação



 

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) está convidando os cursos de graduação a participarem de um novo programa criado aqui na Universidade, o Plano de Desenvolvimento de Curso (PDC). Elaborado pela Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD), junto com a Pró-reitoria de Planejamento (PROPLAN), o PDC é um documento de planejamento interno que visa auxiliar na organização de cada curso de graduação. A universidade almeja que os cursos desenvolvam seus PDC’s, listando as principais demandas e criando metas a serem alcançadas nos próximos anos, reconhecidas através de auto-avaliação, que será feita pela comunidade que compõe cada curso. A UFSM pretende preparar, adequadamente, os professores e servidores a realizarem essa auto-avaliação através de um curso de capacitação com duração de dois dias, previsto para o início de junho.

Segundo o pró-reitor adjunto de Graduação, Raul Ceretta, a meta deste projeto, em longo prazo, é fazer com que a UFSM chegue ao conceito cinco no Índice Geral de Curso (IGC), que é o índice de avaliação das instituições brasileiras, feito anualmente, calculado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Segundos dados o último IGC, feito em 2011, a universidade alcança, hoje, a nota quatro. Também apresenta uma melhora nas notas do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE). Com o PDC, a intenção é melhorar ainda mais essas notas e chegar ao IGC cinco, subindo na classificação frente às universidades brasileiras.

Em entrevista a Agência de Notícias, Raul Ceretta explica o que é, como funciona e com que objetivos o programa foi criado.  

Franciele Varaschini – Por que a criação desse novo programa?

Raul Ceretta – Basicamente, o curso de graduação é visto como uma unidade de formação de recursos humanos, tem um coordenador, um secretário, professores vinculados ao departamento do curso, de acordo com o projeto pedagógico deste curso. O objetivo de todo esse esforço da universidade é formar um aluno bem qualificado, então ele vai entrar pelo processo seletivo, tem um período de 4 a 6 anos dentro da instituição e sai como aluno formado. Esse processo é um processo de transformação desse aluno, para tornar o aluno que é egresso do Ensino Médio em uma pessoa profissional para atuar no mercado de trabalho. Essa dinâmica de transformação do aluno tem que ser cuidada em diversos aspectos.

 Nós temos a avaliação de cursos realizada pelo INEP, que avalia três dimensões: a dimensão do projeto pedagógico, que é como o curso está estruturado para atender a essa transformação, ou seja, quais são os objetivos do egresso, que disciplinas ele tem, a carga horário do curso, toda a estruturação do projeto pedagógico do curso; outra dimensão é o corpo docente, pois o agente transformador que vai executar o projeto pedagógico é o docente que atua dando aula e fazendo projetos de ensino, de pesquisa e de extensão, consequentemente são os agentes dessa transformação; a terceira dimensão é a universidade como um todo no que diz respeito à infraestrutura, salas de aulas, banheiros, Restaurante Universitario (RU), moradia, condições de permanência, ambientação, laboratórios. Tudo isso junto, nós podemos encarar como sendo um processo produtivo de recursos humanos, quando pensamos nesse viés, observamos que existem diversas metodologias de gestão de qualidade que são aplicadas em ambientes produtivos.

Nós, aqui, temos uma missão de formar esse aluno e dentro dessa missão temos que trabalhar para isto, só que a nossa organização depende de gestores que consigam enxergar esse todo e fazer o planejamento das atividades em médio prazo e assim conseguir atingir seus objetivos. A universidade, como um todo, tem esse planejamento. O plano de Desenvolvimento Institucional, que é o PDI, esse plano é feito a cada cinco anos, pelo menos, pela Pró-reitoria de Planejamento, ele consulta toda a comunidade acadêmica, verifica quais objetivos que a instituição tem para os próximos cinco ou dez anos e então é traçado um Plano de Metas e Ações que norteia as ações a cada ano. O que esse projeto, agora, do PDC está prevendo é como construir um planejamento no âmbito do curso. Tem o PDI que é o de toda a Universidade, ele é feito de forma coletiva e engloba todas as dimensões que a universidade quer. O PDC é um planejamento que nós queremos fazer, de cada curso, em um espaço de dois anos, é um PDI, mas a nível de curso.

F.V. – Quais os objetivos do PDC?

R.C. – Dentro do curso existe um grupo de pessoas e o objetivo dele é formar um bom aluno. Então, dentro desse grupo de pessoas, cada um pensando individualmente sem colocar nada no papel fica mais difícil para que exista uma convergência para um mesmo objetivo. O nosso objetivo, como projeto, é fomentar que esses servidores e alunos que estão vinculados ao curso discutam a sua realidade, identifiquem se eles estão indo para o rumo certo, se precisam corrigir algumas coisas, tracem metas para onde eles querem levar o curso, e coloquem isso no papel para que todo mundo saiba e possa se inteirar, e então, perseguir essas metas ao longo de um espaço de dois anos. Depois disso, o curso vai reavaliar e verificar, em relação às metas, o que ele atendeu e o que não atendeu, e gerar um novo PDC, a intenção é que isso ocorra ciclicamente. O que nós estamos promovendo é que os cursos tenham um determinado planejamento e que a partir disto consigam auxiliar para que toda a instituição faça mais investimentos certos.

F.V. – Quais são os passos, para que os cursos consigam gerar o  PDC?

R.C.- A chegada neste PDC está planejada através de autoconhecimento por uma auto-avaliação. Todos os projetos pedagógicos de curso já preveem uma auto-avaliação, o que nós estamos fazendo é associar a esta auto-avaliação elementos mais completos que permitam que o curso se reconheça. Através da auto-avaliação, os cursos saberão como está sua situação, como está seu quadro de alunos e professores, enfim, fará uso de instrumentos avaliativos, internamente, no curso.

F.V. – Como é está  planejado este novo programa?

R.C.- O que a Pró-reitoria de Graduação, junto com a Pró-reitoria de Planejamento, está propondo aos cursos, agora, é uma capacitação para compreender esse processo todo, do ponto de vista de gestão de qualidade, nós estamos chamando de capacitação de gestão de cursos de graduação. Essa capacitação, um curso com duração de dois dias, prevista para o início de junho, vai treinar os professores e servidores do curso para fazer a auto-avaliação. Depois que for feita a auto-avaliação interna, nós vamos promover a troca de experiências entre os cursos, através de avaliações externas, porém vinculas aqui dentro da universidade, um curso avaliando o outro. Feita a auto-avaliação e a troca de experiências internas eles vão ter condições de fazer o planejamento do seu PDC, montar o seu Plano de Desenvolvimento de Curso.

F.V. – De que maneira será feita a capacitação e por quem?

R.C.- Ela é de responsabilidade da Pró-Reitoria de Graduação e da Pró-Reitoria de Planejamento. A capacitação vai trabalhar com aspectos como: os documentos oficiais da instituição, o que é o Estatuto, o que é o Regimento Interno, o que é o PDI, o que é o Projeto Político Pedagógico de uma instituição (PPP). Serão trabalhados esses documentos chaves que é o que norteia a UFSM como um todo. É preciso conhecer a instituição como um todo, de que forma ela está organizada, para poder enxergar como a sua célula, o curso, está encaixada dentro desse todo. E aí, o curso vai fazer o seu PDC, esse Plano precisa estar alinhado ao Plano da própria instituição, o PDI. Não pode divergir muito, se não a instituição define que ela quer ir para uma determinada direção e os cursos definem que querem ir para outra. Por isso o curso de capacitação vai capacitar, também, em relação aos documentos oficias da instituição.

F.V. – Como o PDC funcionará na prática?

R.C. – Na auto-avaliação, o curso pode ter identificado, por exemplo, que tem um laboratório com uma demanda específica e que ela não está 100% contemplada. Consequentemente, esse laboratório precisará de uma maior atenção. Se ele chegar a essa conclusão, por meio da auto-avaliação, pode, no PDC, elencar esse laboratório como sendo uma das metas de investimento. Então, o curso vai determinar, no seu PDC, que um dos objetivos, nos próximos dois anos, é arrumar aquele laboratório. 

F.V. – O PDC será um documento obrigatório dentro dos cursos?

R.C. – A universidade não está instituindo que os cursos devem fazer o PDC e sim fomentando que os cursos tenham adesão a este programa e façam o seu Plano. Ele é um apoio para melhorar a gestão e não uma regulamentação de como a gestão deve ser feita. Os cursos continuam com a sua autonomia e eles irão aderir, se quiserem, a esse projeto.

F.V. – O curso de capacitação será para todos os cursos de graduação?

R.C. – Nós estamos fazendo uns convites, uma seleção de alguns cursos, como nós estamos implantando agora, não vamos fazer para toda a universidade em um mesmo instante. Estamos fazendo uma primeira edição com um grupo menor de cursos até mesmo para refinar o modelo e torná-lo, efetivamente, um curso de sucesso.

F.V. – Quais foram os critérios para a escolha dos cursos que participarão dessa primeira edição?

R.C.- Tivemos que restringir um pouco o número de cursos nesta primeira fase, para garantir que conseguiremos avançar e aprimorar os materiais. De qualquer forma, os critérios utilizados foram: análise dos conceitos preliminares de curso resultantes do ENADE; análise dos conceitos de curso obtidos nas avaliações de reconhecimento e revalidação de reconhecimento (avaliação in loco realizada pelo INEP); e distribuição dos cursos por unidade, com objetivo de contemplar cursos de todas as unidades.

F.V. – Quanto tempo vai levar, desde o curso de capacitação até a produção desses primeiros PDC’s?

R.C. – O ciclo avaliativo é curto, basicamente, é aplicar alguns instrumentos de avaliação no âmbito do curso, avaliar os resultados e fazer uma geração ou atualização do PDC, isto é perfeitamente viável dentro de um mesmo semestre. A nossa meta para esse ano, que é o início, é elaborarmos o planejamento de capacitação e fazer a capacitação no início de junho. Esperamos que a auto-avaliação seja feita, ainda, no primeiro semestre letivo e que, no segundo semestre, os cursos façam a finalização do seu PDC. Nós vamos fazer um seminário de avaliação na Jornada Acadêmica Integrada (JAI), no segundo semestre, fechando este primeiro ciclo. Esperamos que nos próximos seis meses, até a JAI, nós consigamos fechar o primeiro ciclo e, então, vamos refinar a capacitação e reaplicar no ano que vem, convidando novos cursos.

Foto: Micaela Becker – Acadêmica de Jornalismo.

Repórter: Franciele Varaschini – Acadêmica de Jornalismo.

Edição: Lucas Durr Missau.

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