Arte, ciência e tecnologia estão presentes em grande parte
dos elementos à nossa volta. Prédios, construções, fios elétricos, televisões,
computadores, celulares, tablets, enfim, uma infinidade de objetos que misturam
esses três conceitos, cada vez mais presentes em
nosso dia a dia.
É também contemplando essas três áreas que o evento Design + Arte, Ciência e Tecnologia teve sua primeira edição na UFSM de
atividades ocorreram no anexo C do Centro de Tecnologia (CT), na Sala Claudio
Carriconde e em salas do Centro de Artes e Letras (CAL) e no Planetário da UFSM.
A abertura do evento contou com um convidado internacional:
o artista Solimán Lopez veio de Valência, na Espanha, para palestrar aos
alunos da UFSM e demais interessados. Professor e diretor de laboratório na Escola Superior de Arte e Tecnologia, Lopez também
ministrou uma oficina de realidade virtual nas tardes dos dias 21 e 22.
Segundo a organizadora e idealizadora do evento, Débora Aita
Gasparetto, professora do curso de Desenho Industrial, o foco das oficinas era
“capacitar as pessoas pra trabalhar na interação humano-computador nas mais
diferentes áreas”. “A ideia é que a cada ano se possa oferecer mais e
mais oficinas”, disse. Além da ministrada por Solimán Lopez, outras foram
disponibilizadas, enfocando realidade aumentada, blender, html e css e
digitalização tridimensional.
O Design + Arte, Ciência e Tecnologia também teve em sua
programação algumas mesas-redondas e palestras, que ocorreram ao longo dos três
dias do evento. Participaram professores da UFSM e convidados de outras instituições,
como a Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) e a Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS), bem como profissionais atuantes no mercado.
Mostra de projetos interativos
O evento também contou com uma Mostra de Projetos
Interativos, que foi sediada no CAL durante os três dias. Foram expostos
trabalhos do artista Solimán Lopez, da professora Marilaine Pozzatti e do aluno
Daniel Michelon, ambos do Desenho Industrial da UFSM. Marilaine trabalhou em sua obra a digitalização do
Museu de Arte da cidade de Prato, na Itália.
Já “Aura cibernética”, de Daniel, consiste em um trabalho
interativo digital inspirado na pop art
das décadas de 1950 e 1960, com o uso de cores intensas. Cada ação do público
fica se repetindo indefinidamente até que outra ação seja realizada sobre o
movimento anterior. “A ideia é representar que nossas ações ficam perpétuas no
tempo e espaço mesmo quando nós achamos que ela já acabaram. O rastro de nossas
ações está lá, independente do que se faça”, explica Daniel.
Ao final de cada interação, de 15 segundos, era gerada uma
imagem representando um momento da experiência. Ao todo, foram 309 interações
registradas.
Daniel afirma que o retorno do público foi muito positivo.
“Muitas pessoas pareciam crianças brincando com um brinquedo novo. Quando eles
descobriam que de cada ação que eles faziam ficava um rastro digital e
dinâmico, eles brincavam, corriam e se movimentavam a fim gera algum novo
desenho”, relata.
Também foram expostos na mostra trabalhos do projeto japonês
Arart, de Matheus Moreno, participante do Laboratório Interdisciplinar
Interativo (Labinter) da UFSM. Esse laboratório e grupo de pesquisa, coordenado
pela professora Andreia Oliveira, do curso de Artes Visuais, ministrou
uma oficina de realidade aumentada e seus resultados foram expostos no evento.
Além disso, outros projetos interativos puderam ser acessados via leitores de
QR-Codes.
No dia 22, ocorreu o encerramento do Design + Ciência, Arte
e Tecnologia, que contou com uma mostra de fulldone,
com produções imersivas de 360º em cúpulas.
Débora ressalta que a equipe de Desenho Industrial está
empenhada em manter a anuidade do evento e antecipa que, no ano que vem, a
ideia é que seja abordada a temática ‘Natureza, cultura e sociedade”.
Além disso, a professora espera ainda mais participação de
alunos de outros cursos, para que cada vez mais o evento se torne
interdisciplinar. “Vemos muita gente que pesquisa temas afins com outro olhar
sobre aquilo. É legal conectar essas pessoas pra que projetos conjuntos possam
acontecer e também para que os alunos tenham mentalidade mais aberta. A
tendência é que essas áreas se conectem cada vez mais”, finaliza.
Texto e fotos: Taísa Medeiros, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de
Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti
