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Política Linguística da UFSM foca na internacionalização



A Política Linguística da UFSM, recentemente aprovada, já está em fase de implementação. O documento foi proposto por integrantes da Comissão de Política Linguística, em especial, os representantes do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas. Segundo a professora Graciela Hendges, a ideia de instituir a política partiu de uma exigência do Programa Idiomas Sem Fronteiras, que beneficia a instituição com bolsas e recursos para a oferta gratuita de cursos de inglês online e presenciais e testes de proficiência.

Além disso, a instituição da Política Linguística na UFSM considera questões como a proficiência, mobilidade acadêmica e, sobretudo, a proposta de internacionalização da Universidade. Em relação ao último quesito, existe um esforço nacional para desenvolver projetos que fomentem as conexões entre as instituições federais e o exterior. Entre eles está o Programa Institucional de Internacionalização de Instituições de Ensino Superior e de Institutos de Pesquisa do Brasil (Capes/PrInt), cujo objetivo é consolidar, promover e expandir a competitividade brasileira pelo fortalecimento da mobilidade internacional e da visibilidade intelectual. Ao concretizar ações que estimulem a internacionalização, a UFSM tem mais possibilidades de participação em programas como os propostos pela Capes, além de disputar orçamentos que beneficiem as ações desenvolvidas na instituição.

A partir da nova política se pretende promover o acesso democrático ao ensino de idiomas, o respeito à diversidade linguística e convivência harmônica da comunidade plurilíngue que ocupa a Universidade, a formação crítica e cidadã do aprendiz de idiomas, além de garantir o letramento acadêmico e a difusão internacional das produções desenvolvidas pela comunidade da UFSM. Para que as ações sejam concretizadas, será organizada uma Comissão de Política Linguística, coordenada pela Secretaria de Apoio Internacional (SAI), órgão responsável, entre outras ações, por gerir as atividades propostas para a política.

Segundo o professor Fábio Duarte, assessor adjunto da SAI, o momento agora é de montar as equipes que farão parte da comissão. Depois de formada, o próximo passo é fazer um diagnóstico do ensino e aprendizado das línguas na Universidade, percebendo os pontos que ainda não são assistidos e propor ações que podem beneficiar a comunidade acadêmica.

Comissão de Política Linguística buscará solucionar demandas da UFSM
Para Graciela Hendges, a comissão terá um papel essencial, pois deverá diagnosticar com precisão demandas que a Universidade precisa atender. De maneira geral, a professora aponta alguns aspectos já previstos pela política e que precisam ser resolvidos. Um dos destaques é o aumento da proficiência em línguas estrangeiras na comunidade Universitária.

A professora explica que desde 2014 a UFSM aplica testes de proficiência gratuitamente, na tentativa de diagnosticar o nível de domínio dos estudantes em relação às línguas estrangeiras. Os resultados obtidos, baseados na participação de uma pequena parcela da população universitária, cerca de cinco mil pessoas, demonstram que 50% do total possui nível básico de proficiência e 30% têm pré-intermediário. Embora o resultado apresente apenas parte da situação vivida na Universidade, já que grupos que possuem o domínio da língua muitas vezes não realizam o teste, é necessário aperfeiçoar o domínio dos estudantes em relação a outros idiomas.

Com o aumento da proficiência, as publicações dos acadêmicos e profissionais vinculados à Universidade no exterior devem crescer. Dessa maneira, a Instituição passa a contribuir para a construção do conhecimento em níveis internacionais.

Outro interesse é aumentar o número de mobilidades acadêmicas. É importante que a Universidade tenha estudantes e professores participando de atividades internacionais e, principalmente, que receba estudantes do exterior. “Cada vez que alguém vai para fora, conhece colegas, conhece orientadores que vão dar origem a novas parceiras, então é um efeito dominó”, comenta Graciela. Entretanto, para que isso ocorra, a professora ressalta que é necessário pensar em currículos com ofertas de disciplinas em outros idiomas que não o Português.

Conforme explica o professor Fábio Duarte, atualmente a SAI auxilia nas atividades de alunos de graduação e pós graduação que realizam intercâmbio através dos acordos bilaterais ou pelos programas de mobilidade oferecidos pela Associação de Universidades Grupo Montevideo (AUGM). Em 2018, o total de intercâmbios realizados da UFSM para o exterior já soma 120 alunos, e o movimento contrário, ou seja, de alunos do exterior que vieram estudar na Universidade, é de 70 estudantes.

A assistência em relação aos intercambistas que chegam à UFSM compõe outra pauta que deverá ser pensada pela comissão. Atualmente a recepção dos alunos estrangeiros é organizada pela SAI, através da Semana do Acolhimento. Conforme Fábio, neste período são propostas atividades internas, como a apresentação da Universidade e dos cursos de idiomas oferecidos, principalmente o curso de Português, para que os alunos interessados possam iniciar suas aulas. O professor explica que, salvo casos específicos ou em que os estudantes estrangeiros estão cursando a pós-graduação, não há obrigatoriedade em realizar o curso de Português.

Para a professora do Departamento de Letras, nesse caso é necessário melhorar a comunicação entre os órgãos da Universidade, a fim de que os alunos estrangeiros sejam melhor direcionados para os cursos. Para isso, é preciso estudar o perfil do estudante que chega e entender quais são suas demandas linguísticas. À medida em que este diagnóstico ocorrer de maneira integrada, será mais fácil assistir ao aluno, pois será possível oferecer cursos “sob-medida” para cada estudante.

Graciela chama atenção, ainda, como trabalho da Comissão de Política Linguística, para a necessidade de pensar em maneiras de dar reconhecimento aos estudantes, professores e técnico-administrativos em educação (TAEs) que realizam testes de proficiência, buscam cursos e formações complementares. Mais que isso, outra demanda importante é reconhecer o papel da política como representação institucional. “Uma Política Linguística ajuda a sinalizar onde a Universidade precisa estar presente, precisa estar envolvida e precisa se manifestar”, explica.

A professora ressalta o caráter plurilinguístico da política. Desta maneira, a UFSM entende que todos os idiomas devem ser assistidos com a mesma importância, além de dar atenção a todos os grupos linguísticos, minoritários ou não, que compõem a Universidade.

A Comissão de Política Linguística será formada por sete representantes de diferentes áreas das Letras, entre elas, alemão, espanhol, francês, inglês, português para estrangeiros, português e literatura. Completam o grupo representações do Departamento de Educação Especial da Área de Libras, Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP), Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) e da Coordenadoria de Educação Básica, Técnica e Tecnológica da UFSM.

Os projetos e ações desenvolvidas pela política têm caráter institucional. Assim, além de envolver a comunidade acadêmica, docentes, TAEs e a comunidade externa da UFSM, as iniciativas contemplam os outros campi da Universidade.

Mulher em pé ensinando sinais para jovens que participaram do Descubra.
No Descuba, visitantes puderam conhecer alguns sinais de Libras

A Política Linguística e o incentivo ao ensino e aprendizado das Libras
Outro objetivo proposto a partir da instituição da Política Linguística é o fomento ao ensino e aprendizado da Língua Brasileira de Sinais (Libras) na UFSM. Conforme previsto na Lei 10.436/2002, os currículos de todas as licenciaturas das universidades, bem como do curso de Fonoaudiologia, preveem o ensino da Libras de maneira obrigatória.

Na UFSM, nos cursos em que Língua Brasileira de Sinais é oferecida como disciplina complementar, as vagas são rapidamente preenchidas, como explica Shanna Krening, tradutora e intérprete de sinais da Coordenadoria de Ações Educacionais (Caed) da UFSM.

De acordo com Diéssica Vargas Lopes, também tradutora e intérprete de sinais da Caed, a coordenadoria realiza diversos projetos de ensino de Libras para a comunidade acadêmica e para o público de fora da Universidade. Um exemplo é o Libras ON, por meio do qual são ofertados cursos nos níveis básico, intermediário e avançado.

A coordenadora da Caed, Sílvia Pavão, chama atenção para o papel da Universidade, que desde 2014 trabalha no incentivo às atividades realizadas pela coordenadoria. Neste sentido, a política serve como incentivo ao avanço no conhecimento e à disseminação das práticas oferecidas pela UFSM para o ensino de Libras, que contemplam toda a comunidade acadêmica, além da comunidade externa.

Texto: Bárbara Marmor, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias

Foto: Maria Luísa Viana

Edição: Ricardo Bonfanti

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