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Jornada Multidisciplinar de Enfrentamento da Covid-19 discutiu protocolos, biossegurança e o papel dos profissionais de saúde



O terceiro dia da 1ª Jornada Multidisciplinar Online sobre o Enfrentamento da Covid-19 apresentou mais dois temas importantes para o contexto atual. Transmitido ao vivo pelo Farol UFSM a partir das 17h, o evento é organizado pelo Grupo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Bioestatística (GEPEBio) e Grupo de Pesquisa em Comportamento Inovador, Estresse e Trabalho (GPCET), com apoio da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão (PRPGP). Ao final das falas, perguntas enviadas pelos espectadores do Farol foram respondidas pelos palestrantes.

A primeira palestra, “Impactos do SARS-COV-2 na mudança dos protocolos de atendimento em saúde e Biossegurança durante e pós-pandemia”, apresentada por Igor Fonseca dos Santos, farmacêutico e cirurgião-dentista, mestre em Odontologia/Epidemiologia, teve início pela explicação sobre a estrutura da Covid-19, esclarecendo sua complexidade, manifestação sistêmica no corpo humano e seus tipos de transmissões (pré-sintomática, sintomática e assintomática).

Em um dos vários tópicos abordados, Igor explicou que, com a chegada da pandemia, os protocolos de ações voltadas para a prevenção e proteção do trabalhador e\ou pacientes foram atualizados e se tornaram mais rigorosos. Principalmente para a linha de frente que está trabalhando no combate da Covid-19, as medidas de prevenção e biossegurança no serviço de saúde são consideradas importantes para o controle da situação. O protocolo deve ser rígido, adaptável à rotina do serviço de saúde. A preparação da equipe é indispensável, assim como haver insumos necessários e o monitoramento de casos. Os equipamentos de segurança individual (EPIs) são essenciais para a proteção da equipe e pacientes. Saber manusear esse material é fundamental, assim como ter o cuidado na hora de retirar o equipamento para evitar algum risco de contaminação. Por isso, é importante o treinamento dos profissionais. 

“Precisamos entender que não só os profissionais da saúde, mas todos nós estamos passando por um momento crítico de saúde pública, os protocolos estão em contínua atualização para tentar interromper essa possível cadeia de contaminação, onde a biossegurança tem fator chave. Consequentemente, vamos nos adaptar à pandemia. Hoje é preciso entender que dependemos uns dos outros e com simples atitudes podemos prejudicar a sociedade como um todo, por isso a conscientização é importante nesse momento”, comenta Igor.

Ele ainda alertou para o grande número de informações falsas compartilhadas. Uma filtragem deve ser feita para que nenhuma mensagem equivocada seja repassada, o que pode evitar o risco de contaminação. O conhecimento deve ser baseado em evidências científicas, não em fake news.

Profissionais de saúde e o enfrentamento da pandemia

A segunda palestra foi ministrada pela professora Maria Denise Schimith, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), que falou sobre “Profissionais de saúde e o enfrentamento da pandemia Covid-19”. Apesar de o tema ser bastante abrangente, foram selecionados pontos específicos para serem discutidos, como o Sistema Único de Saúde (SUS), Rede de Atenção à Saúde, saúde dos trabalhadores e a diversidade entre os profissionais da saúde, sem fugir do âmbito da Enfermagem.

Maria Denise começou frisando que, com a pandemia, o SUS ficou em evidência. Esse sistema deve ser visto como uma política pública que precisa ser fortalecida, porque garante acesso de uma grande parte da população brasileira à saúde. Segundo ela, o SUS precisa organizar uma política ordenada de enfrentamento à pandemia, para valorizar e proteger adequadamente seus profissionais e pacientes.

Foram apresentados dados que mostram que os profissionais da saúde presentes na linha de frente estão submetidos ao estresse por atender pacientes infectados, e muitos deles realizam essas consultas em condições inadequadas e com falta de equipamentos. Em Santa Maria, até a última segunda-feira (15), 99 profissionais da saúde foram confirmados com Covid-19 e 1.066 eram considerados suspeitos.

Mesmo com treinamento, não é incomum que os enfermeiros se descuidem das proteções individuais enquanto cuidam dos pacientes. O cansaço, o estresse e as longas jornadas de trabalho contribuem para o descuido inevitável, o que aumenta o risco de contaminação. Com toda a rotina desgastante, sintomas como ansiedade, depressão, perda na qualidade do sono e o medo de se infectar ou transmitir a doença para familiares foram alguns dos sintomas relatados em relação à saúde mental dos profissionais. 

“No nosso país, os profissionais que foram até o Palácio do Planalto para protestar por melhores condições de trabalho foram agredidos. Não tivemos nenhuma manifestação pública sobre isso. Mesmo assim, a gente acredita que isso vai passar, mesmo com toda essa sobrecarga e sofrimento, os profissionais ainda estarão aqui para dar continuidade aos demais”, finalizou a professora. 

As duas palestras apresentadas no terceiro dia da 1ª Jornada Multidisciplinar Online sobre o Enfrentamento da Covid-19 estão disponíveis no site do Farol UFSM. O evento se encerrará nesta sexta feira (19). Até lá, segue a programação de duas palestras por dia, das 17h às 19h.

Texto: Vitória Faria Parise, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias da UFSM
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista da Agência de Notícias da UFSM

 
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