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Seis mulheres contam sobre seu trabalho no combate à Covid-19

No Mês da Mulher, professoras, estudantes e técnicas falam sobre sua carreira, atuação durante a pandemia e mulheres na ciência



Para marcar o dia e o mês da mulher, a UFSM entrevistou seis mulheres da Universidade sobre atuação no combate à Covid-19, desde sequenciamento genético da Covid-19 até a divulgação das ações e combate às fake news, passando pelos testes PCR, UTI Covid, testes da vacina, campanha de vacinação.
As entrevistas serão publicadas ao longo do mês de março no YouTube da UFSM (entrevistas completas) e redes sociais da Universidade (trechos e perfil das profissionais). 
 

Conheça as mulheres entrevistadas:

Mariana Nogueira Henriques

Jornalista, mestre e doutora em Comunicação. Jornalista da Assessoria de Comunicação do Gabinete do Reitor da UFSM, desenvolveu notícias e o Relatório de Ações da Covid-19.

  • Início da carreira: “Sempre gostei de me comunicar, depois me encontrei na pesquisa e achei que não queria atuar na área. Mas desde que assumi como jornalista na UFSM, o jornalismo me encontrou e tenho muito orgulho do trabalho na universidade.”
  • Papel das mulheres na ciência: “As mulheres sempre estiveram na ciência, mas tiveram seu trabalho ocultado e silenciado. Essa desigualdade ocorre no mercado de trabalho, no meio acadêmico. Há um machismo estrutural difícil de romper, pois desde pequenas somos ensinadas sobre o que homens e mulheres podem dizer ou fazer. O papel das mulheres na ciência é fundamental e devemos valorizar e incentivar cada vez mais.”
  • Autora ou artista mulher: “Quero indicar uma autora e teórica feminista, bell hooks, para quem quer entender melhor sobre feminismo, gênero, raça e classe. Ela está inserida na nossa realidade e mostra como o feminismo é para todo mundo.”
  • Inspiração feminina na carreira/ciência: “Se ocupamos os espaços que ocupamos hoje é porque muitas mulheres abriram caminho, por isso não vou citar uma inspiração, mas vou indicar dois livros que contam a história de diversas mulheres.  “Mulheres incríveis” (Kate Schatz e Jules de Faria, Ed. Astral Cultural) e “Extraordinárias – mulheres que revolucionaram o Brasil” (Duda Porto de Souza e Aryane Cararo, Ed. Seguinte).”
  • Mensagem para as mulheres cientistas do futuro: “Nós podemos e somos capazes de seguir a profissão que queremos e ocupar o lugar que desejamos, apesar das dificuldades e desigualdades. Temos que lutar para que todas tenham oportunidades, além da igualdade, buscar equidade. Se hoje eu sou, é porque nós somos!”

Priscila de Arruda Trindade​

Graduada em Farmácia e Bioquímica, mestre em Farmácia e doutora em Doenças Infecciosas e Parasitárias. Professora do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da UFSM, atua no sequenciamento genético da Covid-19, no Centro de Operações de Emergência em Saúde para Educação e no Comitê Científico de apoio ao Governo do Estado do RS no enfrentamento da pandemia.

  • Início da carreira: “Sempre gostei muito de Biologia e Química. Tenho uma tia médica, meu pai trabalhava na Universidade como técnico-administrativo e me incentivava a fazer estágio, iniciação científica. Passei por vários setores e me achei na Microbiologia e na Bioquímica, mas percebi que na Microbiologia precisavam de mais profissionais. Na USP foi um caminho natural ir para a Biologia Molecular… Sempre dei aula em Microbiologia Clínica, mas quando vim redistribuída para a UFSM, essa disciplina já era ministrada e acabei indo para a Biologia Molecular Aplicada ao Diagnóstico.”
  • Papel das mulheres na ciência: “Vivo imersa na ciência. Tem muitas mulheres fazendo muitas contribuições. Não tenho dados, mas nas ciências da saúde, vejo mais contribuições das mulheres. Estamos fazendo a ciência!”
  • Autora ou artista mulher: “Tenho grande admiração pela Luiza Pannunzio que bacharel em Artes Plásticas e desenhadora. Ela faz quadros e é uma mãe incrível, é uma pessoa que se importa com os demais. Publica charges na Folha e sou apaixonada pelo trabalho dela.”
  • Inspiração feminina na carreira/ciência: “Tenho o exemplo da minha tia que na década de 80 foi para o Canadá fazer mestrado e, na época, isso não era tão comum. Ela sempre me dava um empurrão e até hoje divido minhas conquistas com ela… Tem também duas cientistas incríveis: professora Ester Sabino (imunologista, pesquisadora e professora da Instituto de Medicina Tropical/USP),  é uma cientista que luta pelos direitos das mulheres. E minha orientadora de doutorado, professora Ana Sara Levin (Professora Titular do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da USP, palestrante JAI 2021), ela é genial, íntegra, inspiradora, aprendi muito com ela. Quando estava grávida do primeiro filho, decidi parar com a assessoria científica e retornar para a vida acadêmica. Ela disse: ‘nunca deixe o trabalho atrapalhar o cuidado com tua família. Não é fácil, mas a gente consegue’.”
  • Mensagem para as mulheres cientistas: “Temos que fazer nosso trabalho, vai ter gente lutando contra, vão aparecer  dificuldades, mas temos que ter persistência, resiliência, cumprir com nossos deveres e cobrar nossos direitos.”

Caroline Freitas Ochoa

Estudante de Enfermagem na UFSM Palmeira das Missões e integrante do grupo UFSM Detecta, trabalha nos testes de Covid-19 em Palmeira das Missões e região.

  • Início da carreira: “Quando eu era criança eu tinha a saúde frágil e estava sempre no hospital, então já sabia que queria atuar na área de saúde. Acabei entrando na faculdade de enfermagem e sempre tive essa vontade de ajudar as pessoas da mesma forma como me ajudaram.”
  • Papel das mulheres na ciência: “Os números atuais de mulheres na pesquisa ainda são baixos, mas os estudos desenvolvidos por mulheres são muito importantes, por exemplo na introdução de fármacos, descobertas sobre o corpo. Alguns exemplos são Marie Curie (física e química, ganhadora do prémio Nobel, descobriu o Polônio e o rádio), Rosalind Franklin (química britânica que contribuiu para o entendimento das estruturas moleculares do DNA, RNA) e Gertrude Elion (bioquímica, ganhadora do Prêmio Nobel, desenvolveu o aciclovir, um dos primeiros antivirais). São exemplos que ajudam muitas mulheres a se tornarem o que querem ser.”
  • Artista mulher para o público: “A Frida Kahlo (pintora) fez muita coisa em um tempo em que a mulher não podia fazer nada. Ela não se deixou abater diante das dificuldades.”
  • Inspiração feminina na carreira/ciência: “A Natália Pasternack (bióloga e divulgadora científica) e o quanto ela lutou para derrubar as fake news, principalmente agora na pandemia”.
  • Mensagem para as mulheres cientistas do futuro: “Não desista diante das dificuldades. Somos capazes de conquistar tudo o que quisermos.” 

Luciana Borges Segala

Supervisora do Programa de Residência Médica em Medicina Intensiva do  Hospital Universitário de Santa Maria- HUSM, médica intensivista e responsável técnica pela UTI Covid-19. 

  • Início da carreira: “Meus pais diziam que eu falava em ser médica desde criança. Não lembro de outra opção na minha vida. Minha mãe tem uma doença crônica e nos criamos em um ambiente de convívio com internações, tratamentos e  cuidados médicos. Lembro do pediatra que cuidava de nossa saúde,com sua maleta chegando em casa para tratar  minhas irmãs asmáticas. Eu o via como um ser divinal que vinha acalmar todas as angústias e o sofrimento daqueles momentos. Vim de Rosário do Sul fazer 2º grau já pensando em cursar Medicina na UFSM. A terapia intensiva como especialidade, não apareceu de pronto. Eu resolvi fazer residência em Clínica Médica e me encantei pelo ambiente de UTI, onde é possível ver o resultado da intervenção no paciente de forma imediata, há uma linha tênue entre morrer ou sobreviver, achei isso fascinante. A recompensa quando o tratamento funciona é muito gratificante,a alegria de devolver um paciente ao convívio de sua família,não tem preço. Formar novos profissionais, contribuir para o exercício da medicina das novas gerações,também é muito empolgante, neste aspecto não ensinamos a medicina, e sim, a ser médico.”
  • Papel das mulheres na ciência: “Na atualidade, trilhamos um caminho já aberto pelas nossas antepassadas que enfrentaram situações hoje inimaginadas. No meu tempo de faculdade ainda existia certo grau de resistência, mas atualmente a maior parte da equipe é formada por mulheres. Felizmente, posso dizer que não tive muitas dificuldades.”
  • Inspiração feminina na carreira/ciência: “Sempre admirei muito a Marie Curie (cientista, primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel) por toda sua trajetória, descobrir novos elementos, ser vítima da própria descoberta radioativa. É como se a pessoa desse a própria vida em prol da ciência. Tenho uma admiração muito grande pela Florence Nightingale (fundadora da Enfermagem moderna), profissional que começou a selecionar os pacientes em graves e não graves na Guerra da Crimeia, usou a matemática para gerar novos protocolos de medicina. Foi um princípio da terapia intensiva. Tive professoras médicas ótimas também. Sempre admirei o equilíbrio necessário e o desafio para gerenciar a profissão e a família.”
  • Mensagem para as mulheres cientistas do futuro: “Não devemos desistir, devemos traçar metas para a vida. Ter um planejamento é o caminho. A gente sonha, planeja e executa. Nossos sonhos valem a pena. Amar aquilo que se faz é o ingrediente primordial para o sucesso.”

Ana Paula Seerig

Nutricionista com pós-graduação em Nutrição Clínica e especialização em Humanização da Atenção e Gestão do SUS, mestranda do Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde da UFSM (apesar de já ter defendido, o processo ainda não foi finalizado, logo, não tenho o título). Preceptora da Residência Multiprofissional Integrada em Saúde da UFSM, Secretária Adjunta de Saúde de Santa Maria, faz parte da equipe responsável pela campanha de vacinação do município.

  • Início da carreira: Terminei o 2º grau (ou ensino médio) muito jovem e prestei vestibular para Medicina durante 4 anos. Como não fui aprovada, busquei outro curso da área da saúde que pudesse ter interesse e encontrei a Nutrição. Durante a faculdade gostei e me identifiquei com o ramo de Saúde Pública. Cuidar da alimentação de quem não tem tantas condições é um desafio. Me achei neste lugar. O campo da Saúde Pública é meu chão, gosto de fazer visita domiciliar, ter contato com os usuários e suas realidades. Atuar em saúde pública tira muito o preconceito, olhamos para o usuário sem julgamentos. É um exercício de empatia.”
  • Papel das mulheres na ciência: “Neste período vemos as mulheres em destaque: professoras, gestoras falando da importância da vacinação, dos cuidados necessários. As mulheres têm demonstrado força trabalhando, estudando, atuando na linha de frente. Muitas vezes a gente precisa fazer muito mais do que os homens para provar/demonstrar o valor do nosso trabalho.”
  • Inspiração feminina na carreira/ciência: “Doutora Margareth Dalcomo (pneumologista e professora/pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz). “Ela vem se destacando como uma voz na ciência que não era tão conhecida do público geral. Ela conseguiu se comunicar em uma linguagem que o público em geral consegue entender. Penso ser uma voz da ciência em meio a tantas fake news.”
  • Mensagem para as mulheres cientistas do futuro: “A gente não pode parar. O trabalho tem uma parcela grande do quão feliz e satisfeita a gente é. Amo meus filhos, mas meu trabalho dá muito sentido à minha vida também. Fazer o que a gente gosta e se sentir útil não tem preço. Ao fazer o que gostamos e conciliar isso com a vida pessoal, somos mais felizes e ensinamos nossos filhos também a buscar essa felicidade.”

Patricia Chaves Brites

Graduada em Ciências Habilitação Biologia, Mestre em Ciências, Doutoranda do Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: Bioquímica Toxicológica. Bióloga no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), no Laboratório de Análises Clínicas (LAC) no Setor de Biologia Molecular. Atua nos testes de Covid-19.

  • Início da carreira: “A minha escolha para trabalhar com Biologia veio desde o Ensino Médio, quando tive aulas de genética e análise de cromossomos, ali foi meu despertar. Perguntei para minha professora como trabalhar nessa área e ela disse: terá que estudar biologia e se especializar em genética. Nesse período, minha mãe também me incentivou quando me deu um livro de Engenharia Genética.”
  • Papel das mulheres na ciência: “As mulheres são visionárias, têm uma capacidade de gerenciar o que elas enxergam lá na frente. Com determinação, competência e habilidade, conseguem ultrapassar os obstáculos. Somos guerreiras, não desistimos nunca, lutamos pelo que queremos e abraçamos quem anda junto conosco.”
  • Autora ou artista mulher: “Uma artista que me mostra a sensibilidade da mulher é a Maria Bethânia. Para mim, ouvir Maria Bethânia é me conectar com a minha essência. Além dela, Marisa Monte, Jane Austin, Clarice Linspector…”
  • Inspiração feminina na carreira/ciência: “A profa. Dilma Terezinha Machado Moraes,  bióloga e enfermeira, profa. na ULBRA e na Escola Técnica de Enfermagem de Cachoeira do Sul, foi uma grande professora e incentivadora, uma pessoa espetacular nas suas áreas de atuação. A Dra. Silvia Brandalise, médica oncologista, com determinação e foco fundou o Centro Infantil Boldrini que faz pesquisa e diagnóstico em oncologia infantil, sendo um centro de referência para o Brasil e o mundo. E a Dra. Virgínia Coser, médica geneticista do Serviço de Hematologia e Oncologia do HUSM, hoje aposentada, teve uma forte atuação no serviço, uma líder e orientadora.”
  • Mensagem para as mulheres cientistas do futuro: ”Não desista dos seus sonhos, independente dos obstáculos. A mulher deve ter a capacidade de usar a sensibilidade para conseguir dosar a sua força feminina versus a sua força masculina, ter uma voz ativa, aprender a dizer sim e não, e a se posicionar para ser vista com valor.”

 

 Além disso, você pode assistir a palestra Mulheres na ciência: uma verdade inconveniente com Márcia Cristina Bernardes Barbosa, professora titular de física da UFRGS, mediação da vice-reitora da UFSM Martha Bohrer Adaime e participação das pró-reitoras.
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