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Em operação há dois meses, cursos do Progredir impactam mais de 2 mil pessoas do Geoparque Quarta Colônia Aspirante Unesco

Para o segundo semestre, Programa abrirá inscrições para novas modalidades de capacitação profissional



Aula teórica do Progredir ministrada no município de Silveira Martins

Lançado em abril, o Progredir Geoparque Quarta Colônia Aspirante Unesco coordena a execução de cursos com temáticas sobre cultura e turismo na região central do estado. Na primeira etapa, foram ofertadas 21 formações, e 603 alunos em situação de vulnerabilidade social tiveram a oportunidade de aprender com professores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Apenas nestes dois meses, mais de 2 mil pessoas já foram impactadas – direta ou indiretamente – pelas atividades executadas pelo Programa. Neste segundo semestre, serão abertas inscrições para novos cursos oferecidos aos nove municípios que compõem o Geoparque. A iniciativa contribui para o desenvolvimento socioeconômico da região e ajuda a viabilizar a certificação do território pela Unesco. 

Financiado pelo Governo Federal, o Progredir visa à qualificação profissional, prioritariamente, de mulheres entre 18 e 29 anos inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Não sendo preenchidas todas as vagas com esse público-alvo, podem participar os demais interessados, desde que tenham Número de Identificação Social (NIS). Entre os diferenciais, está a disponibilidade de cuidadoras, que assistem os filhos enquanto pais e mães estudam, a oferta de lanches durante as aulas e kit de material didático aos alunos, além de apoio de estudantes de pós-graduação da UFSM que atuam como tutores de educação e comunicação. 

Vinculado ao Ministério da Cidadania e executado pela Pró-reitoria de Extensão da UFSM com apoio do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus), o Progredir tem previsão de ser operacionalizado pelos próximos dois anos, com aplicação financeira de R$1,08 milhão. Além disso, cada um dos municípios – Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Restinga Sêca, São João do Polêsine e Silveira Martins – contribui com transporte e equipes dos Centros de Referência em Assistência Social (Cras), que organizam as inscrições de alunos e insumos para as aulas. Para os dois anos previstos de execução do Programa, a meta é capacitar 2,5 mil alunos na Quarta Colônia. 

Temática dos cursos abrange desde culinária e paisagismo até paleontologia 

Teresinha Aparecida Lopes Pain é agricultora em Restinga Sêca e aluna do curso de Paisagismo Rural, ministrado pelo professor do Colégio Politécnico da UFSM, Marcelo Antonio Rodrigues. Empolgada com as aulas teóricas e práticas, ela conta que pretende utilizar os conhecimentos adquiridos para replicá-los na Comunidade Remanescente de Quilombo Rincão dos Martimianos, onde vive com mais cerca de 150 pessoas. “Está sendo muito rico. Coisas que a gente não sabia, a gente está aprendendo a fazer da forma certa. E a gente vai passar para a comunidade e vamos poder fazer um jardim muito bonito, como um apoio para trabalhar.”, relata.

Alunas da Oficina de Geleias e Conservas Vegetais e suas produções expostas na cozinha do Salão Paroquial de Dona Francisca

Em comparação com outros cursos ofertados na região, a secretária de Assistência Social e Habitação de Dona Francisca, Carine Bressa Fantinel, avalia que, nos do Progredir, a parte técnica é mais aprofundada: “fica bem mais explicado, tem mais tempo, é mais especializado, em questão de aprendizagem, desenvolvimento e qualidade de curso, certamente os do Progredir têm uma ênfase muito maior”. Quando questionada sobre os impactos no município, Carine responde: “nas conversas que eu tive com as participantes, senti uma alegria grande porque elas aprenderam coisas diferentes que nós não tínhamos conhecimento. Elas tinham uma bagagem muito básica, que aprenderam com a mãe, com a avó, e com este aprendizado mais profissionalizado, já estão falando em fazer para comercializar, em ter uma sócia, montar um negócio e ter um dinheiro extra”. Em Dona Francisca, foram ofertadas até agora duas oficinas, de 50 horas/aula cada: uma de produção de massas e cucas e outra de geleias e conservas vegetais. [entrevista completa com Carine disponível em áudio] 

De acordo com a técnica em assuntos educacionais da UFSM Angelita Zimmermann, as propostas de cursos foram definidas com suporte do Cras de cada município, que conhece de perto a realidade da cidade e do público-alvo. “As propostas deram atenção às temáticas relativas às questões de sustentabilidade, cuidado com o ambiente e a natureza, reconhecimento das singularidades culturais e patrimoniais, potenciais geológicos e geomorfológicos do território, estabelecendo estratégias para o desenvolvimento socioambiental e econômico”, detalha. Para ministrar as formações, foi exigido que os instrutores fossem servidores ou estudantes de pós-graduação da UFSM, que recebem uma bolsa de extensão para realizar as atividades. 

Em entrevista, Carine e Teresinha falam mais sobre o projeto e os impactos positivos da iniciativa. 

Território vislumbra certificação da Unesco

Alunos de Ivorá em aula prática do Curso de Condutor de Ecoturismo e Turismo Sustentável

A coordenadora do Progredir, Jaciele Carine Sell, explica que a profissionalização dos moradores da Quarta Colônia tem papel fundamental na tramitação do Geoparque como candidato à certificação da Unesco: “Para ser um geoparque é necessário que as pessoas se conheçam nos seus lugares, na sua história, na sua paisagem. Mas precisam também ter qualificação para receber os visitantes e oferecer serviços à altura de um território certificado internacionalmente. E é nisso que o Progredir cumpre um papel fundamental: de qualificar a população em atividades nas áreas de turismo e cultura, do posto de combustível ao guia, do restaurante e da pousada até o artesanato qualificado e com identidade local”. 

A atração da Quarta Colônia está na beleza das paisagens, rios e cascatas, diversidade cultural que resulta dos povos nativos e estrangeiros e na raridade dos fósseis encontrados que testemunham as mudanças ambientais do planeta nos últimos 250 milhões de anos. Reconhecer a região como geoparque estimula e movimenta o turismo e pode ampliar o número de visitantes no território de forma significativa. “Ser um geoparque atrai pessoas e investimentos”, resume Jaciele. 

Texto: Claudine Friedrich, jornalista e tutora de comunicação do Progredir
Fotos: Comunicação Progredir

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