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V Fórum de Direitos Humanos discute cidadania e respeito à diversidade durante a 37ª JAI

A mesa “Trajetórias Trans Acadêmicas” faz parte da iniciativa que reuniu temas diversos



Entre os dias 07 e 10 de novembro, o Observatório de Direitos Humanos da UFSM (ODH), vinculado à Pró-Reitoria de Extensão, promove a 5ª edição do Fórum de Direitos Humanos. O evento integra o 15º Salão de Extensão UFSM da 37ª Jornada Acadêmica Integrada (JAI). Em parceria com o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas, Casa Verônica e Pró-Reitoria de Extensão, o Fórum colocou em destaque as ações desenvolvidas pelo ODH, bem como fomentou discussões sobre questões de gênero, etnico-raciais, cidadania e diversidade.

Entre as ações, na terça-feira, 08, foi realizada a mesa intitulada “Trajetórias Trans Acadêmicas”, que reuniu Ali Machado, Lauri, Miranda da Silva, Rafa Ella Brites Matoso e Raphaela Brum para expor suas pesquisas, experiências pessoais e percepções sobre o tema no auditório do prédio 74C. Segundo a servidora técnico-administrativa Bruna Denkin, encarregada da administração da Casa Verônica, desde a implementação do espaço, há preocupação em pensar a presença da população trans dentro da Universidade. Assim, o objetivo da mesa foi promover visibilidade para a temática a partir da fala de professores, pesquisadores e estudantes, que podem inspirar outras pessoas com identidade transgênero e que buscam seu lugar na academia.

Foto horizontal de 4 mulheres sentadas. Elas estão atrás de uma mesa na cor marrom claro. A terceira mulheres, da esquerda para a direita, segura um microfone. Do lado esquerdo da foto, parte das bandeiras do Brasil e da UFSM. O fundo é bege.

Espaço para a troca de vivências e sensibilização dentro da Universidade

A Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio Grande, Ali Machado, compartilhou o seu processo de pesquisa e destacou o baixo número de pessoas trans nas Universidades. São 0,1%, de acordo com uma pesquisa da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

A rondoniense Lauri Miranda da Silva falou na sequência. Hoje doutoranda no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi a primeira da família a ingressar em uma universidade e a primeira trans na área de história. A partir do questionamento “Se eu sou a primeira, onde as outras estão?”, Lauri falou sobre a permanência de pessoas trans no ensino superior. Para a doutoranda, é fundamental pensar nas possibilidades de inclusão e permanência, porque, caso contrário, elas voltam para a marginalidade. “As trans estão ocupando esse espaço, mesmo que de forma lenta e gradual, mas é preciso permanecer porque nós somos potência, nós somos saberes”, destaca.

A graduanda em Ciências Políticas da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Rafa Ella Brites Matoso, fez uma explanação sobre as relações de poder nas instituições e a importância de espaços como a Casa Verônica da UFSM, voltados para vítimas de violência de gênero. “Quando a gente olha as principais instituições de poder, elas são instituições brancas pelo seu legado e pela sua composição. Mas isso não significa que não podemos disputar esse lugar”, afirma. Além disso, aconselhou os ouvintes a exercerem um olhar constante para as ausências de trans nas instituições e fazer perguntas sobre elas.

Foto horizontal de 4 mulheres abraçadas e sorrindo. Da esquerda para a direita estão Ali, Lauri, Rafa Ella e Raphaela. Do lado esquerdo da imagem, a bandeira da UFSM. Ao fundo uma parede na cor bege.Por fim, a santamariense e graduanda em Geografia na UFSM, Raphaela Brum, compartilhou as opressões e os acolhimentos durante a sua trajetória, desde quando se descobriu uma mulher trans. “Hoje eu percebo que eu sempre fui uma mulher, mas eu não sabia que podia ser”, destacou.

Para Cauã de Bairros Carvalho, ouvinte da mesa, o evento foi primordial para que algumas discussões possam ser naturalizadas na Universidade. Ao final da mesa, Lauri também avaliou de forma positiva a conversa. “Esse evento é uma forma de mostrar que nós também somos capazes de escrever, pesquisar, questionar o sistema acadêmico e dialogar com a comunidade”, destacou. Além disso, para a pesquisadora, iniciativas como essa contribuem para o processo de sensibilização dentro da instituição, um lugar para todos, todas e todes ocuparem. 

O evento reuniu cerca de 60 pessoas. Com esses espaços de diálogo e educação, espera-se contribuir para a promoção da igualdade de gênero na Universidade e fortalecimento da comunidade LGBTQIA+. “Foi um evento pensado para a comunidade. Também esperamos uma aproximação maior do público com a Casa Verônica”, destaca Bruna Denkin. 

A programação do V Fórum de Direitos Humanos segue até o dia 10 de novembro. Na quarta-feira (09) aconteceram duas mesas intituiladas como “Curtas em Direitos Humanos” e “Saberes Negros e Indígenas” com participação do NEABI. Amanhã, o evento encerra com a roda de conversa “Questões de gêneros: ensino, pesquisa e extensão no âmbito da UFSM”, oferecida pela Especialização em Estudos de Gênero a partir das 16h.

Texto e fotos: Thais Immig, estudante de jornalismo e voluntária da Agência de Notícias
Edição: Mariana Henriques, jornalista

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