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30 de Junho de 2017



Miscelânea: Revista de Literatura e Vida Social – v. 22

Publicação do Programa de Pós-Graduação em Letras da Faculdade de Ciências e Letras de Assis (UNESP). 

Tema: Literatura e Memória: narrar é preciso.
Dossiê: Desde os tempos em que os povos ignoravam a escrita, tal como a conhecemos, o homem buscava garantir que os conhecimentos, essenciais inclusive para a sobrevivência, fossem transmitidos de geração para geração por meio da memória dos mais velhos. Desse modo, a capacidade de memorização dos homens garantia que esses saberes fossem difundidos e preservados. Os poetas também se apoiaram na capacidade de memorizar, tal como os aedos, para “lutar contra o esquecimento, mantendo a lembrança cintilante da glória (kleos) dos heróis” e, ainda, para “lutar contra a morte e a ausência pela palavra viva e rememorativa” (GAGNEBIN). Assim, coube aos poetas, durante muitos séculos, a tarefa de contar e cantar os grandes feitos para que esses não caíssem no esquecimento e pudessem, de uma maneira ou de outra, colaborar com a preservação da memória, cultura e conhecimento dos povos. Os séculos se passaram e, com as grandes mudanças ocorridas nas sociedades, a preocupação em salvar do esquecimento deixa de se concentrar nas glórias dos heróis épicos surgindo outras vozes, outros poetas e narradores que chamam para si a responsabilidade de livrar do esquecimento fatos e experiências importantes para a humanidade. Além disso, vários estudiosos, de diversas áreas do conhecimento, incluindo a Literatura, se dedicaram à questão da memória de Bergson a Marcel Proust, de Walter Benjamin a Borges, de Adorno a Todorov entre outros. No âmbito literário o “breve século” XX é reconhecidamente como o “século das memórias”, em que há um boom de escritas de caráter memorialista, fato esse causado, segundo estudiosos, por este século ser marcado por grandes guerras e conflitos de várias espécies. Essas escritas são oriundas da necessidade de narrar e refletir sobre as catástrofes deste século, definido por Eric Hobsbawn como a “Era dos Extremos”. Narrar é preciso, narrar é urgente para que as novas mudanças, advindas da grande revolução da era digital, não apaguem por completo a memória, a história, dado que, segundo Márcia Tiburi, “hoje, preocupados em “emitir” ansiosamente qualquer informação da internet, sobretudo em redes sociais, não é absurda a impressão de que não se quer mais adquirir memória, mas livrar-se dela”. Há que se destacar que o esquecimento, e não o apagamento, o livrar-se das memórias, é também necessário, basta pensarmos nos estudos a esse respeito, como A memória, a história, o esquecimento (2000), de Paul Ricoeur. Assim, amparados pelas pesquisas desses estudiosos, e eventualmente de outros, o número 22 da Revista Miscelânea abre-se para colaborações que abordem as relações entre Literatura e Memória levando em consideração a importância e a necessidade de, como afirma Jeanne Marie Gagnebin, “Lembrar, escrever, esquecer”. 

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