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Avaliações Instrumentais

HISTÓRIA DA ANÁLISE INSTRUMENTAL

Por volta da metade do século passado, tecnologias computacionais começaram a ser desenvolvidas para investigar o comportamento das bases motoras envolvidas na produção da fala.

Essas tecnologias foram aderidas à área da Fonologia para dar conta das análises minuciosas de fala. Surgiram teorizações a respeito de modelos dinâmicos de produção da fala, as quais proporcionaram através do uso de oscilógrafos, espectrógrafos, eletromiógrafos e palatômetros, por exemplo, uma análise acústica e articulatória da fala (SILVA, 2002).

Embora as pesquisas para o desenvolvimento destas tecnologias existam há considerável tempo, a quantidade de protocolos de avaliação que utilizam esses instrumentos ainda é reduzida.

Para tornar a avaliação da fala ainda mais fidedigna, torna-se necessário caracterizar todos os níveis envolvidos nesse processo, os quais são responsáveis pela produção dos sons: ressonância, articulação, fonação, respiração e prosódia (ORTIZ, 2006).

A partir destes métodos avaliativos, torna-se possível auxiliar as análises perceptivas, de caráter qualitativo, de modo a fornecer aspectos quantitativos para a produção da fala. Isso é possível  pela capacidade das avaliações instrumentais de  quantificar os movimentos articulatórios, no caso da ultrassonografia dos movimentos de língua e eletropalatografia, os valores de nasalância, utilizando a nasometria, e os quoficientes de contato das pregas vocais, na eletroglotografia. Dessa maneira, as medidas quantitativas permitem a documentação em nível funcional ou a adequação da comunicação oral, fornecendo os padrões articulatórios na produção da fala.  

ANÁLISE INSTRUMENTAL NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DA FALA

Na produção da fala, o desenvolvimento dos órgãos e funções necessários para o processo depende da maturação do Sistema Nervoso Central (SNC), de suas especializações e da musculatura oronasofaríngea, a qual envolve as funções velofaríngea, articulatória e laríngea. Indivíduos adultos, com adequado desenvolvimento desses aspectos, são capazes de executar praxias verbais e não verbais, possuem o repertório de fonemas completo e articulam todos os sons corretamente. Caso isso não ocorra, devido a algum distúrbio motor de fala, como disartria e apraxia, as bases motoras podem ser comprometidas, o que provoca alterações fonoarticulatórias.

Dessa forma, a inteligibilidade da fala torna-se um importante objeto de investigação e intervenção fonoaudiológica. E, dessa forma, o desenvolvimento de diferentes métodos de avaliação possibilita a interpretação de diversos distúrbios de fala de modo completo, além de potencializar o processo terapêutico.

 

O QUE É A ULTRASSONOGRAFIA DOS MOVIMENTOS DE LÍNGUA ?

As análises ultrassonográficas de língua admitem como base de interpretação, a Fonologia Gestual, a qual considera que a fala apresenta modelos dinâmicos de produção. Esses são caracterizados pela presença de gestos articulatórios, os quais são entendidos como “caracterizações de eventos discretos, fisicamente reais, que se desenvolvem durante o processo de produção da fala […], unidades básicas de contraste entre itens lexicais, bem como unidades de ação articulatória”.

Assim, a USG possibilita a visualização do gesto articulatório em diferentes momentos de constrição, por meio dos frames, além da obtenção de valores numéricos para a representação do contorno de língua. Tais resultados são formados de acordo com o traçado elaborado pelo próprio examinador, ao determinar o contorno da língua.

Portanto, esse método possibilita a caracterização dos aspectos gestuais da produção articulatória e a obtenção dos contornos médios de língua na produção dos segmentos consonantais. Além de proporcionar biofeedback visual, em avaliação e terapia.

O QUE É O NASÔMETRO?

Devido à alteração de ressonância na cavidade nasal, consequência de casos de incompetência ou insuficiência velofaríngea, surgiu a necessidade de avaliar quantitativamente a nasalidade. Isso é realizado através do equipamento nasômetro, desenvolvido por Fletcher, em 1970, com a função de mensurar a energia acústica nasal durante a fala. Além disso, é um método indireto, que torna a análise perceptivo-auditiva mais acurada. Dessa forma, valores mais altos para segmentos orais relacionam-se com o julgamento perceptivo de hipernasalidade, e valores mais baixos para segmentos nasais, com o julgamento perceptivo de hiponasalidade.

A eletroglotografia avalia o processamento motor da fala e identificam o comportamento das pregas vocais e os níveis de nasalância dos sons, respectivamente, durante a produção da fala. Os dados dessa avaliação são coletados através do Computadorized Speech Lab (CSL) 4500 da Kay Pentax, ao qual é acoplado o Electroglottograph, model 6103.

O objetivo desse exame é analisar o nível fonatório, mais precisamente o contraste fônico de vozeamento e os ataques vocais envolvidos na produção da fala, observando os ajustes glóticos e supraglóticos que são realizados em um contexto de fala específico.