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5 motivos para fazer compostagem

Prática consiste no reaproveitamento de resíduos orgânicos que se transformam em adubo natural



A preocupação com a questão do descarte correto de resíduos é responsabilidade de todo cidadão, que além de fiscalizar e cobrar o poder público, pode contribuir com pequenas atitudes sustentáveis no dia-a-dia, como a compostagem. 

O Brasil é o 4° maior produtor de lixo do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China  e Índia, de acordo com a World Wide Fund for Nature (WWF). Uma pesquisa publicada em 2020 pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) mostrou que o país gera cerca de 79 milhões de toneladas de lixo por ano. Com a pandemia, a Abrelpe estima que houve aumento de 10% na geração de resíduos. Mais da metade desse montante são de matérias orgânicas.

O que é compostagem? 

A prática da compostagem é uma alternativa para o descarte de resíduos orgânicos, que podem ser reaproveitados em vez  de ir parar nos aterros sanitários. Trata-se de um processo biológico e natural de decomposição da matéria orgânica de origem vegetal ou animal. O resultado desse processo é um adubo natural rico em nutrientes minerais que pode substituir o uso de produtos químicos em hortas e jardins e que não agride o meio ambiente. 

A compostagem pode ser classificada como anaeróbia ou aeróbia. Na primeira, a decomposição é realizada por micro-organismos que não necessitam de oxigênio para fazer a fermentação da matéria. Esse método pode ser feito em sacolas ou recipientes de plástico bem vedados, há forte exalação de odor e o tempo de estabilização da matéria orgânica é maior. Já na compostagem aeróbia, os organismos precisam do oxigênio para que ocorram as reações químicas. Ela pode acontecer ao ar livre, em tambores ou baldes, os odores não são intensos e a decomposição é mais rápida.

Há também a vermicompostagem, que utiliza minhocas para realizar as reações químicas de forma mais rápida. Essa é uma alternativa muito comum para quem faz compostagem em casa. A Secretária da Educação e do Esporte do Paraná criou um guia de compostagem caseira para quem deseja adotar a prática.

Na UFSM, o projeto “Compostagem de resíduos orgânicos e produção de fertilizante”, do Colégio Politécnico, reaproveita parte dos restos de alimentos gerados dentro da instituição – especialmente dos Restaurantes Universitários, das lanchonetes e da Reitoria. Os materiais são encaminhados para o setor de compostagem e lá passam por processos como a separação de resíduos e a mistura com palha seca, o que permite a fermentação e a decomposição dessa matéria orgânica. No final, é gerado um composto orgânico que é utilizado como fertilizante em plantações do próprio Colégio. 

O coordenador do projeto, Maurício Tratsch, indica que durante a pandemia tem sido  coletados diariamente 200 quilos de material orgânico do Campus Sede. Com a volta das aulas presenciais, estima-se que esse montante passe dos 400 quilos diários.

Para reforçar a importância dessa prática, a Revista Arco conversou com Rafael Cantú, doutor em Ciências do Solo pela UFSM, com experiência no setor de compostagem, e preparou uma lista com 5 motivos para você adotar a compostagem em sua casa:

1- Uma alternativa sustentável para descarte de resíduos

A compostagem é uma das melhores alternativas para lidar com a reciclagem das matérias orgânicas. Rafael explica que a prática reduz significativamente os agentes patogênicos – aqueles que causam doenças em humanos – e elimina a emissão de metano e gás sulfídrico, que contribuem para o efeito estufa e o mau cheiro, respectivamente.

2- Aumento da vida útil dos aterros sanitários

Em grande parte das cidades, os resíduos orgânicos são destinados aos aterros sanitários. A estratégia de alocação nesses locais provoca uma série de problemas ambientais, como emissão de gases de efeito estufa, mau cheiro e comprometimento da área por um longo prazo. O uso de caminhões para transporte dos resíduos também representa um gasto de energia e emissão de gases poluentes. 

O tempo de vida útil de um aterro é de, em média, dez anos. Se a quantidade de resíduos gerados por uma comunidade for maior do que a planejada na construção do espaço, os aterros tendem a durar ainda menos tempo. Mesmo com o encerramento das operações, a emissão de gases e chorume – um líquido escuro com alta carga de poluição e resultante de matérias orgânicas – continua por aproximadamente 15 anos naquela área. Nesse caso, quanto menos materiais forem direcionados para os aterros, maior será sua vida útil.

3- Economia de recursos públicos

Com o fechamento de um aterro sanitário, há a necessidade de direcionar os resíduos para outro lugar. Assim, constroem-se outros aterros em outras regiões da cidade, o que gera novos gastos públicos. Com menos matérias orgânicas descartadas, também há menor necessidade de caminhões de coleta seletiva. 

Portanto, ao compostar, o cidadão contribui para a economia de recursos públicos, que poderão ser aplicados em outras áreas.

4- Geração de fertilizantes naturais

O indivíduo adepto ao processo de compostagem tem acesso a um composto orgânico que serve como adubo natural, pode ser absorvido facilmente pelas plantas e apresenta inúmeros benefícios aos solos, jardins e hortas. Além disso, é rico em nutrientes e sais minerais para os alimentos que serão gerados. “Os alimentos produzidos em um solo que recebe composto orgânico tem condições de se desenvolver de maneira mais saudável e resistente, em comparação aos produzidos com fertilizantes sintéticos,  reduzindo assim a necessidade de aplicação dos agrotóxicos”, explica Rafael Cantú.

5- Consciência dos alimentos consumidos e dos resíduos produzidos

Fazer compostagem também permite que o indivíduo observe como está sua alimentação e crie uma relação  de conhecimento com o que consome. Ao separar restos de alimentos, como cascas e talos de frutas e verduras, cascas de ovos ou borra de café, é possível entender os hábitos alimentares e a quantidade de alimentos consumidos. Se o recipiente estiver cheio, a alimentação está equilibrada. Se estiver vazio ou não tão cheio, é preciso ficar atento à necessidade de uma alimentação mais saudável. 

Para quem utiliza o composto orgânico gerado em hortas, há ainda o benefício de saber que aqueles alimentos são ricos em nutrientes e sem uso de agrotóxicos.

Expediente

Reportagem: Luís Gustavo Santos, acadêmico de Jornalismo e voluntário

Fotografias: Caroline de Souza, acadêmica de Jornalismo e voluntária

Produção Gráfica: Yasmin Faccin, acadêmica de Desenho Industrial e bolsista

Mídia Social: Eloíze Moraes, acadêmica de Jornalismo e bolsista; Caroline de Souza, acadêmica de Jornalismo e voluntária; e Martina Pozzebon, acadêmica de Jornalismo e estagiária

Edição de Produção: Esther Klein, acadêmica de Jornalismo e bolsista

Edição Geral: Luciane Treulieb e Maurício Dias, jornalistas

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