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Inovar para não desperdiçar

Equipamento mantém alface hidropônica saudável por mais tempo após a colheita



Você sabia que o desperdício de alimentos no Brasil chega a 40 mil toneladas por dia? O dado é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Essa quantia poderia alimentar 19 milhões de pessoas anualmente. E um dos protagonistas desse desperdício são os produtos hortícolas: cerca de um terço da produção mundial de legumes e verduras não chega a ser consumida. Ao todo, o lixo alimentar produzido no mundo emite a mesma quantidade de gases do efeito estufa que os países da União Europeia juntos.

No caso das hortaliças, a maior causa de perda é na fase após a colheita, quando o produto é preparado e transportado até os locais de venda. Os níveis médios de perdas nessa fase, no Brasil, são de 35%, e isso acontece porque alguns produtos específicos têm tempo de vida reduzido após saírem das plantações. Esse é o caso da alface crespa (Lactuca sativa) – a hortaliça folhosa de maior consumo no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Qualidade em Horticultura.

 

Equipamento hidropônico aumentou o tempo de sobrevivência da alface em 250%, e pode contribuir para reduzir o despedício de alimentos.

 

Existem fatores que contribuem para esse desperdício, como o transporte e manuseio inadequados dos alimentos, a falta de embalagens específicas e a exposição ao calor nos locais onde são vendidos. Mas a durabilidade desse tipo de alface também depende da forma como ela é cultivada. Quando é plantada na terra, ela dura, em média, um dia e meio após ser colhida. Depois disso, a alface murcha e não se torna atrativa para o consumo. Já a alface hidropônica, que é cultivada na água, pode ficar até três dias exposta nos pontos de venda. Na hidroponia, o vegetal não entra em contato com o solo e recebe os nutrientes que precisa dissolvidos em água.

 

Com o intuito de aumentar ainda mais o tempo de vida da alface hidropônica e reduzir a perda, um grupo de pesquisadores da Universidade Santa Cecília (SP) propôs um equipamento hidropônico adaptado, a “Horta Viva”. Ele mantém a planta por mais tempo na água e dentro do supermercado. E para testar o equipamento, os pés de alface foram monitorados por oito dias. O resultado mostrou que a Horta Viva aumentou a durabilidade das plantas por até cinco dias após a colheita. Em comparação com a alface plantada no solo, a inovação faz com que a alface hidropônica tenha um tempo de sobrevivência 250% maior.

 

A alface hidropônica tem uma economia de água na sua produção de até 70% em comparação ao cultivo de solo. Esse é um dado relevante quando se constata que, no Brasil, a produção de alimentos é responsável por 72% do consumo de água doce e limpa. Outras vantagens do processo de hidroponia em relação às formas de cultivo tradicionais são o crescimento mais rápido, a maior produtividade, o rápido retorno econômico e, ainda, menores riscos perante as adversidades climáticas e contaminações químicas e biológicas, já que o cultivo é feito de forma protegida.

 


Por outro lado, o processo é de alto custo e exige um conhecimento técnico. Os equipamentos utilizados nas culturas hidropônicas necessitam ser mais precisos que os do cultivo do solo. Além disso, apesar de a planta ser mais limpa, o fato de ser cultivada na água a torna menos resistente e com menos nutrientes que a planta cultivada na terra.

 

Reportagem: Camila Hartmann e Vitória Londero
Infográfico: Mayara Souto

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