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Índice de Doenças Bucais

Estudo aponta melhoria no Brasil, mas a população carente ainda é a mais afetada



Basta não escovarmos bem os dentes que as bactérias aproveitam os resíduos alimentares e os transformam em ácidos – que, através de um processo de fermentação, atacam os tecidos dos dentes. Ainda que a cárie seja uma patologia comum na população mundial, ela predomina em algumas regiões do globo. A alimentação, os fatores genéticos e a higienização são alguns dos aspectos que interferem na incidência da cárie.  

*A idade de 12 anos é referência internacional para o cálculo do índice por ser a idade em que a dentição permanente está praticamente completa

 

 

Um estudo publicado na Revista Brasileira de Odontologia apontou uma diminuição nos índices nacionais de dentes “cariados”, “perdidos” e “obturados” (o chamado índice CPOD*). Ele é usado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para medir a incidência da cárie dentária em diversos países. Em 1980 o índice brasileiro era de 7,3 dentes afetados por pessoa. Isso significa um grau muito alto de severidade, segundo dados da Biblioteca Virtual em Saúde. Trinta anos depois, o número diminuiu para 2,1 – atingindo níveis baixos de severidade quando consideramos a saúde pública.

 

 

 

A redução, segundo a pesquisadora Patrícia Agnelli, é resultado de ações preventivas e educativas no campo da Odontologia, como o aumento do uso de compostos fluoretados na água e nos dentes. Além disso, o maior acesso da população aos serviços odontológicos e o aumento das ações de promoção de saúde influenciaram na melhora do índice. A implantação do Programa de Saúde da Família (PSF) no SUS em 1994, por exemplo, por priorizar a atenção básica em saúde, resultou em grandes quedas nos valores nacionais para o CPOD nos anos de 1996 a 2010

 

 

Entretanto, apesar desse declínio nacional no índice, a pesquisa liderada por Agnelli aponta para níveis diferentes de incidência da doença de acordo com a classe social do indivíduo avaliado. Os problemas bucais ainda são mais comum nas camadas economicamente desfavorecidas. Isso ocorre por conta das condições precárias em que vive parte da população: higiene pessoal e alimentação inadequadas, o acesso mais difícil ao tratamento dentário e a falta de instrução sobre saúde bucal. O estudo aponta, ainda, que é preciso adaptar as políticas públicas de saúde bucal às características de cada região.

 

O investimento na prevenção

O professor titular aposentado do curso de Odontologia da UFSM, Odilon Mainardi, destaca a importância dos programas e ações sociais de conscientização diante desse cenário: “As classes menos favorecidas, embora tenham informação, não têm condições de alcance. Muitas vezes a escova dentária é negada do pai para uma criança.”.

 

É por isso que, há quinze anos, o professor é engajado em atividades que contemplam crianças carentes de diversos bairros da cidade. Uma delas é a ação “Papai Noel Ajuda Você a Sorrir”, realizada todo final de ano na época natalina. Crianças com até 10 anos, vindas de escolas e creches, participam de uma atividade que estimula o cuidado com a saúde bucal. “Geralmente, o Papai Noel distribui balas e guloseimas para as crianças nessa época. O que nós queremos é, além disso, mostrar que é preciso saber escovar os dentes corretamente para evitar problemas futuros”, afirma Mainardi.

 

Reunidas nas arquibancadas do estádio Presidente Vargas, as crianças assistem a uma demonstração de como realizar a escovação corretamente, feita pelos alunos do curso de Odontologia da UFSM. Há também sorteio de brindes e distribuição de kits de higiene com escova de dente, creme dental e um sabonete. Desde o início do projeto já foram distribuídos 100 mil kits às crianças. Para o professor, a campanha pode auxiliar na diminuição do índice CPOD na população mais carente da região. “Hoje em dia, dentro dos materiais de algumas escolas, é obrigatório a criança levar uma escova dentária ou no mínimo um creme dental. É uma soma de esforços”.

 

Papai Noel Ajuda Você a Sorrir” – Edição de 2015

 

 

 

 

 

Pergunta

 

Reportagem: Camila Hartmann e Vitória Londero

Fotografia: Arquivo pessoal
Infográficos: Camila Hartmann, Mayara Souto e Vitória Londero

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