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Um olhar sobre o brincar

Livro mostra a brincadeira livre nos recreios de uma escola



O que te divertia quando criança? Estudantes do Curso de Pedagogia da UFSM reviveram seus momentos de diversão ao observarem as brincadeiras espontâneas de 75 crianças, de 5 anos, nos recreios da Escola Marista Santa Marta. Suas observações, relatos escritos e fotografias motivaram a criação do livro “A brincadeira livre no recreio”.

O projeto, proposto pela professora da UFSM, Waléria Fortes de Oliveira, foi acolhido por colegas do curso de Pedagogia da UFSM e desenvolvido pelos alunos do segundo semestre. Eles trabalharam durante cinco recreios da escola, observando, registrando e se emocionando. “As árvores robustas e os bancos tornaram-se praticamente invisíveis aos meus olhos. As crianças e suas brincadeiras fervorosas tornaram-se o foco do meu olhar de espectadora, curioso e encantado”, relata a aluna Suélen Mallmann, uma das integrantes do projeto.  

Cenas de crianças brincando podem ser corriqueiras aos nossos olhos, mas emprestar um brinquedo, doar uma das peças de um jogo para um amigo ou proteger a casinha que acabou de inventar revelam, para além das brincadeiras, contextos sociais e significados sobre o universo das crianças.

Menino brincando no pátio da Escola Marista Santa Marta (28/08/2015).

É este universo de brincadeiras infantis que compõe os relatos do livro, escrito por futuros pedagogos. O jogar bola, brincar de esconder, embalar bonecas e dirigir carrinhos podem dizer muito sobre “personalidades, valores e visões de mundo das crianças”, segundo as professoras Waléria Fortes de Oliveira e Cristiane Fuzer, que é docente no curso de Letras.

Os acadêmicos foram instigados a observar o brincar espontâneo nos recreios infantis, que se realizaram na brinquedoteca, no pátio, na pracinha, no campo de futebol e também na sala de aula. A iniciativa foi enriquecedora para os jovens e também para as crianças, que “se deixaram observar, encantar e interagir”, conta Waléria. “Em tudo aquilo havia envolvimento pleno, expressão íntima (e quase imperceptível a quem não tivesse um olhar sensível), processos de construção de muito mais que brincadeiras… havia aprendizado, negociação, interação”, relata Suélen em seu texto.

Estudante de Pedagogia e meninos jogam bola no campo de futebol da Escola Marista Santa Marta (04/09/2015)

Para os estudantes de Pedagogia, a experiência é uma oportunidade de inserção em um dos principais espaços de atuação do pedagogo: a escola. “Ali percebi como é importante a relação entre a teoria e a prática. Ela é fundamental para construirmos a nossa própria prática pedagógica”, afirma Suélen.

Para realizar a tarefa de observar as brincadeiras dos pequenos, os estudantes foram inspirados no documentário “Território do Brincar”, produzido por Renata Meirelles e David Reeks, a partir de um trabalho de pesquisa sobre a cultura da infância e sua expressão mais genuína, o brincar. Ao longo de dois anos, os pesquisadores percorreram sete regiões brasileiras revelando o país através dos olhos das crianças e realizando um trabalho de escuta, intercâmbio de saberes, registro e difusão da cultura infantil.

Além dos relatos, o livro traz fotografias do brincar livre das crianças. O material foi apresentado aos gestores da escola, que, além do livro e do CD com 443 fotografias e vídeos das brincadeiras, receberam um DVD com o documentário Território do Brincar. Os professores também receberam uma cópia do “Caderno Temático Os Jogos e as Ludotecas”, de Raimundo Dinello, produzido pela equipe de Santa Maria da Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar.

Reportagem: Camila Hartmann e Vitória Londero
Fotografias: Divulgação
Infográfico: Vitória Rorato

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