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Paisagens pelos pampas

Projeto Palomas faz inventário do geopatrimônio do pampa brasileiro-uruguaio



 

A região dos Pampas tem seu nome derivado do “Quíchua”, significando “grande planície”. O nome foi dado pelos espanhóis no século XVI, quando chegaram à região após passar por paisagens de grandes atitudes. Essa biorregião compõe somente 2% do território brasileiro, mas se expande para além das fronteiras brasileiras, tendo áreas na Argentina, Paraguai e no Uruguai. Os pampas, que ficaram eternizados nas músicas tradicionais gaúchas, tem como características as altitudes baixas, inferiores a 300 metros, e pequenas depressões, as “coxilhas”.

 

Mesmo representando uma pequena porção do território brasileiro, os pampas gaúchos sofrem com a degradação de sua vegetação. Sua constituição geológica contribui para a fragilidade do solo, porque os depósitos de arenito fino superficial, quando manuseados em excesso, desencadeiam o processo de arenização. A expansão agrícola da década de 1970, com as culturas de soja e arroz, aceleraram a degradação. Com a perda gradativa de vegetação, as pesquisadoras Luciana Picoli e Carla Schnadelbach apontam que resta 39% dos campos e banhados originais.

 

O Projeto Palomas do Grupo de Pesquisa em Patrimônio Natural, Geoconservação e Gestão das Águas (PANGEA) da UFSM mapeia o geopatrimônio da ecorregião do Pampa Uruguaio-sul-rio-grandense – porção do pampa que corresponde a 38% da área total, incluindo a metade sul do Rio Grande do Sul e todo o Uruguai. Esse mapeamento é importante para servir como base para a elaboração de estratégias que agreguem atividades de geoturismo aos atrativos culturais já explorados na região.

 

Além de participar do Projeto Palomas, a professora de Geografia Jaciele Sell desenvolve sua tese de doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFSM. A pesquisa faz um inventário do patrimônio paisagístico no Pampa Brasil-Uruguai. Dessa forma, a ampliação das políticas de conservação é aliada ao mapeamento dos potenciais geoturísticos da região.

 

Para a pesquisadora, é interessante aproveitar o potencial de turistas que vem ao estado durante o verão, em sua maioria advindos da Argentina, para estimular a economia local e também para ajudar na conservação das áreas. “O fluxo de turistas do estado é, em média, de 500 mil turistas por ano. Eles atravessam todo o pampa, desde lá da Argentina, até o litoral, e passam por essas estradas, por essas paisagens e poderiam muito bem estar conhecendo melhor, apropriar-se disso, parando em algumas situações. Eventualmente, podem pernoitar, em alguma dessas cidades.”

 

Para classificar possíveis rotas e paradas turísticas, foram considerados o valor paisagístico e o valor de gestão, que relacionam a importância geomorfológica dos lugares com seus valores culturais, estético e ecológico. Como, por exemplo, as Serras de Minas-Uruguai aparecem nas embalagens de uma marca de alfajor da região. Já o Cerro Batovi aparece no escudo da cidade de São Gabriel – Brasil.

 

A pesquisadora agora se encaminha para a parte final do doutorado, em que todas as informações coletadas serão reunidas para que, a partir dos dados, seja possível estabelecer as rotas que mais podem gerar atrativos para quem passa. Além disso, será desenvolvido material explicativo, como mapas turísticos, para as rotas selecionadas.

 

 

 

 

 

Reportagem: Luan Romero e Nathalie Martins
Infográfico: Nicolle Sartor
Fotografias: Jaciele Sell

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