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Preservação nas escolas

Projeto Bolsa de Sementes estimula a educação ambiental de crianças




Uma iniciativa conjunta da Universidade Federal de Santa Maria e da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) busca aproximar os estudantes de Ensino Fundamental aos ecossistemas florestais. No projeto Banco de Sementes, parte do programa Ação Socioambiental da Afubra e realizado em parceria com o Laboratório de Silvicultura e com o Viveiro Florestal da UFSM, os alunos aprendem a identificar espécies de árvores nativas, coletam frutos e auxiliam na extração e seleção de sementes que vão compor a base de amostras na Universidade.

Atualmente, participam do projeto alunos de 197 escolas de 63 municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A Afubra é responsável pela orientação dos professores, e também pela coleta e acondicionamento das amostras para envio a UFSM. Os lotes de sementes são produzidos pelos alunos, com ajuda dos pais e professores, que aprendem a fazer a escolha correta das áreas de coleta de sementes, e participam do processo de seleção das melhores sementes – chamado beneficiamento -, que precisam passar por um processo de pré-secagem antes de serem enviados para Santa Maria. As áreas mais recomendadas para a prática da coleta de sementes são os povoamentos naturais (constituídos por uma ampla variedade des espécies arbóreas) bem conservados.

Na hora de visitar as florestas e escolher as sementes, os alunos são orientados a seguir alguns critérios, que garantem a obtenção de sementes de boa qualidade: verificar se a coloração das folhas está normal, se não há fungos, e se há quantidade e qualidade dos frutos e sementes.

A responsável pelo Laboratório de Silvicultura e Viveiro Florestal do Centro de Ciências Rurais (CCR) da UFSM, Maristela Araújo, conta que, nas escolas, os alunos ajudam a criar sementários – nome dado ao conjunto de diversas sementes -, e também descobrem sobre os processos de germinação das plantas, observando as diferenças do processo em cada espécie de árvore e aprendendo a dar suporte para as plantas quando necessário.

Quando os alunos e professores têm dificuldades para identificar uma árvore, eles podem coletar amostras da espécie para o preparo de uma “exsicata”- feita a partir da prensagem das amostras da planta, que são secas em uma estufa e fixadas em um recipiente para análise. Esse material é enviado pela escola, junto com as sementes, para auxiliar no processo de reconhecimento da árvore.

Depois da coleta, a doação

Quando todo esse material chega na Universidade, uma triagem seletiva é realizada por meio de análise visual, com o objetivo de observar o estado fisiológico (capacidade da semente germinar) e sanitário das sementes (avalia a presença de fungos, insetos, entre outros). O material também é analisado por exames de conteúdo, que buscam identificar a ausência de insetos ou outros tipos de danos aparentes nas sementes. Os exames de conteúdo são feitos através de cortes em sementes, que as dividem ao meio para analisar se há uma massa dentro ou se está vazia. Se há massa, pode ter potencial de germinação, se está vazia, indica que a semente está imatura ou apodrecida. Ao término da triagem, as sementes aparentemente viáveis são armazenadas em câmara fria, ficando disponíveis para a doação.


Entre maio de 2015 e abril de 2016 o projeto recebeu das escolas um total de 840,77 kg de sementes, das quais 574,05 kg tinham potencial de produtividade. 44,38% dessas sementes (245,8 kg) foram doadas atendendo a 102 pedidos.

Os pedidos são atendidos respeitando a quantidade e disponibilidade de sementes no Banco da UFSM. As embalagens plásticas contendo as sementes, até então armazenadas em câmara fria úmida, são lacradas e colocadas em caixas, juntamente com uma ficha que indica o método para superação de dormência quando necessário, pois há algumas sementes que não germinam mesmo quando há condições favoráveis para isso. Portanto, são usados métodos como o de escarificação química, que é um método químico, feito geralmente com ácidos (como o sulfúrico e o clorídrico), que possibilita que as sementes executem trocas de água e/ou gases com o meio envolvente. As caixas são lacradas e enviadas para a unidade matriz da Afubra, localizada em Santa Cruz do Sul, que se encarrega de encaminhá-las aos solicitantes. O solicitante das sementes doadas é responsável apenas pelo pagamento da remessa postal, quando essa for utilizada.

Reportagem: Gabriela Pagel, Maira Trindade e Maria Júlia Corrêa

Gráficos: Bruna Dotto
Imagens: Arquivo

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