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Quem tem boca vai ao arco

Você sabia que é possível bater um papo na entrada da UFSM com poucas interferências? O fenômeno é o mesmo que ocorre na Catedral de Brasília, projetada por Niemeyer



Todos os dias, milhares de estudantes e servidores passam pelo arco do campus sede da UFSM. No entanto, apesar de ser tão conhecido – e, aparentemente, simples -, poucos sabem que ele esconde uma curiosidade: se duas pessoas pararem embaixo do arco, uma em cada extremidade, e conversarem em tom de voz normal, ambas são capazes de se ouvir mesmo com todo o barulho do trânsito a sua volta.

A explicação matemática do fenômeno é complexa, segundo o professor do Departamento de Estruturas e Construção Civil do Centro de Tecnologia da UFSM Eric Brandão. No entanto, é possível entender o que acontece por meio do conceito de Whispering Gallery – galeria sussurrante, em português.

Segundo essa teoria, quando os sussurros chegam até uma superfície circular ou semicircular – como a do arco da UFSM -, as ondas sonoras se propagam ao longo do caminho curvado. O ângulo da superfície faz com que a energia sonora seja canalizada até o outro lado. Desta forma, a mensagem chega ao receptor com poucas interferências – apenas com uma potência levemente menor do que quando foi emitida. Por este motivo, caso a fonte apenas cochiche, é possível que o som da voz não chegue à outra extremidade. “É como se o tamanho das flechas fossem diminuindo”, pontua Eric, que dá aulas no curso de Engenharia Acústica da UFSM.

A perda de potência ocorre porque a voz – que é uma onda sonora – não sai da boca em uma única direção. “É como se fosse um conjunto de flechas”, explica o professor Eric, que complementa: “No caso da experiência no arco, um tanto da onda sonora emitida pela fonte se perde nos ruídos de fundo, como o barulho dos carros, ou é absorvida pelo material do arco. Chegarão ao outro lado os raios emitidos mais para cima, tangentes à curva”.

 

As ondas no arco

Para seguir desvendando a acústica do arco da UFSM, é preciso entender os conceitos de frequência e comprimento de onda – que são inversamente proporcionais, ou seja: quanto maior um, menor o outro, e vice-versa. A relação entre essas grandezas e o tamanho da superfície de interesse é importante para entender o fenômeno da galeria sussurrante, segundo o professor Eric.

Para que uma onda sonora seja carregada pela superfície, essa última deve ter tamanho igual ou maior que o da onda. “Imagina uma onda do mar com dez metros de comprimento e uma superfície do tamanho de uma bolinha de gude: a onda nem “sente” a superfície, e simplesmente passa por cima. A superfície, neste caso, não perturba a onda”, elucida Eric. Isso é o que acontece com as baixas frequências, que têm grande comprimento de onda e, por isso, precisam de grandes superfícies para carregá-las.

A voz, por sua vez, tem boa quantidade de energia em frequências mais altas. Isso faz com que o arco, que é relativamente estreito – com cerca de dois metros de largura – consiga levar o som para o outro lado.

 

Podemos ouvir tudo?

O ouvido humano consegue escutar sons entre a frequência mínima de 20 Hz – grave, com comprimento de onda de 17 metros – e a frequência máxima de 20000 Hz – aguda, com comprimento de onda de 17 milímetros.

Com o avanço da idade, o espectro audível diminui. Você pode testar a sua capacidade de audição no link.

Agora que você sabe que o arco da UFSM é uma galeria sussurrante, basta convidar seus amigos e testar o fenômeno! Faça foto ou vídeo e marque @revistaarco no Instagram.

 

Reportagem: Andressa Motter, acadêmica de Jornalismo
Ilustrações: Marcele Reis, acadêmica de Publicidade e Propaganda

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