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Santa Maria no espaço

Desenvolvimento de nanotecnologia na UFSM é pioneiro no país



No primeiro semestre de 2014, entre os meses de março e abril, Santa Maria poderá dizer que conquistou o Espaço. Através de um microchip – ou circuito integrado – que será instalado em um satélite – vai se confirmar a participação direta da UFSM no projeto desenvolvido em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe. Tudo isso graças ao projeto da Santa Maria Design House (SMDH), uma empresa que surgiu através do Grupo de Micro Eletrônica (Gmicro), no Centro de Tecnologia, e iniciou suas atividades oficialmente em julho de 2009, ligada ao Fundo de Apoio à Tecnologia e Ciência, a Fatec.

 

O RH-DRV, como é chamado o circuito integrado, é projetado para ser resistente à radiação. O chip funciona como chave de controle e tem como objetivo interpretar comandos em projetos de sistemas eletrônicos em satélites. O coordenador da SMDH, João Baptista Martins, explica que, desde a criação do projeto, existia a necessidade de criar um chip brasileiro que pudesse competir com os estrangeiros, devido à carência do Brasil na área de componentes espaciais:

 

— É uma tecnologia que a Nasa [Agência Espacial Norte Americana] e a ESA [Agência Espacial Europeia] detêm, e praticamente não vendem, não emprestam e não cedem. Essas agências monopolizam esse domínio tecnológico – comenta.

 

 “É uma tecnologia que a Nasa e a ESA detêm, e praticamente não vendem, não emprestam e não cedem. Essas agências monopolizam esse domínio tecnológico”

 

Há quatro anos – desde a criação, portanto –, a Santa Maria Design House trabalha no projeto do RH-DRV. Um chip projetado para ir para o espaço tem suas particularidades na hora do desenvolvimento, desde o processo de fabricação. Longe da Terra, o circuito passa por situações que não seriam encontradas por aqui, como a incidência de raios cósmicos:

 

— Aqui pode ser que ele esteja funcionando bem, mas se algum raio incidir sobre ele, as partículas destroem o chip. Por isso, todos os testes devem ser feitos antes – explica. No Brasil, apenas dois laboratórios executam os testes necessários: um na Universidade de São Paulo, e o outro no Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o Ita, em São José dos Campos.

 

A Santa Maria Design House trabalha na execução do desenho do projeto em nível macro, ou seja, antes da fabricação em menor escala. Após isso, o desenho é mandado para fora do país e fabricado em tamanho reduzido. O RH-DRV possui cerca de quatro milímetros, e o microssatélite no qual ele irá para o Espaço é um cubo de 10 centímetros cada lado.

 

Não há, segundo Martins, em nenhum componente espacial, qualquer chip desenvolvido no Brasil até agora. Dominam o mercado mundial países como os Estados Unidos, Japão e Alemanha. O lançamento do satélite, inclusive, deve ser feito fora do país, já que não existe no Brasil nenhum local adequado para o procedimento. Por isso, há uma grande expectativa em relação ao ano de 2014 para o país na área espacial:

 

— O que acontecer no Espaço é a validação de todo nosso trabalho aqui na Terra – comemora Martins.

 

Para o futuro, a SMDH já trabalha numa possível parceria para a criação de um satélite totalmente desenvolvido no Rio Grande do Sul, para uso militar. O MMM-1 deverá ser lançado em 2015 e pesará em torno de 20 quilos. O projeto será feito em parceria com a UFRGS, a PUC-RS e a Unisinos.

Repórter: Nicholas Lyra

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