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Telhado verde: 5 vantagens e curiosidades

Quais os benefícios que a estrutura proporciona? Quais espécies de plantas podem ser utilizadas?



Em dezembro de 2020, ocorreu a inauguração do telhado verde do Jardim Botânico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O projeto faz parte das ações extensionistas do Programa de Educação Socioambiental, que objetiva promover aspectos da engenharia sustentável – técnicas utilizadas para valorizar o meio ambiente e remediar impactos ambientais – e a divulgação acerca desse tema para a comunidade.

Fotografia horizontal e colorida de um telhado verde. No centro inferior da imagem, canteiro circular de plantas verdes, do tipo bromélia. No centro do canteiro, bromélia grande e verde com as pontas avermelhadas. Um caminho de pedras britas contorna o canteiro, com plantas pequenas, em tons de verde, vermelho e rosa, nas extremidades. Ao fundo, dois canteiros circulares menores, com plantas pequenas e uma maior no centro. No lado direito, ao fundo, há dois bancos de concreto. Uma grade de ferro cinza protege as extremidades. Ao fundo da imagem, árvores altas, do tipo eucaliptos, e o céu azul.
Telhado Verde do Jardim Botânico da UFSM.

Telhado verde é uma estrutura ecologicamente viável, já que auxilia na diminuição da temperatura, não só da edificação em que foi construído, como também de centros urbanos. A alternativa tem outras vantagens, como a redução da poluição sonora (por meio das plantas); o auxílio na drenagem da água da chuva (o que evita alagamentos), além de propiciar o uso do espaço, por exemplo, para práticas de lazer e proporcionar uma estética mais agradável ao imóvel.  

A Revista Arco entrevistou Simone Messina Gomez, coordenadora do Projeto “Telhado verde no Jardim Botânico da UFSM: engenharia sustentável, paisagismo e educação socioambiental”; e Rutineia Tassi,  professora do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental. A conversa foi sobre os benefícios do telhado verde e assuntos relacionados à temática. Confira os tópicos conversados a seguir:

1 - Redução da temperatura

A cobertura vegetal ou o ecotelhado, como também é chamado, permite a redução das amplitudes térmicas – diferença entre a temperatura máxima e mínima – no local em que está implantada. A vegetação absorve boa parte da luz solar, o que reduz a quantidade de calor emitida – de volta – para atmosfera.  Ou seja, a edificação com telhado verde demora mais para aquecer e para resfriar, o que permite a conservação de uma temperatura menor no ambiente interno, em comparação com estruturas sem a cobertura vegetal. 

A redução das amplitudes térmicas tem dois benefícios: a diminuição do uso de ar-condicionado e das ilhas de calor nas áreas urbanas. Com a temperatura do ambiente interno reduzida, o consumo energético pode ser menor, já que a utilização de equipamentos condicionadores de ar – como ares-condicionado e ventiladores – será menos necessária.

As ilhas de calor ocorrem pela elevada capacidade de absorção de áreas como o asfalto e o concreto, além da falta de vegetação nas cidades e o alto índice de poluição. Devido a esses fatores, o ar atmosférico é mais quente e a umidade relativa do ar é mais baixa. A elevação da temperatura afeta a qualidade de vida da população, por isso uma das soluções para evitar ilhas de calor é aumentar as áreas verdes nos centros urbanos.

 

2 - Variedade das espécies de plantas utilizadas

Segundo a professora Rutineia, o telhado verde pode ser projetado com o Sistema Intensivo – maior profundidade do solo que permite plantas com raízes mais profundas, como árvores de pequeno porte, pequenos arbustos e até mesmo com a possibilidade de plantar cenoura, tomate e beterraba. Também pode ser feito de acordo com o Sistema Extensivo – mais restrito, acomoda espécies com raízes superficiais, como gramíneas e suculentas.

O Sistema Extensivo é o mais comum no Brasil, visto que requer menor manutenção e a estrutura é mais acessível em relação ao investimento necessário para executar o projeto. O telhado verde do Jardim Botânico da UFSM é baseado no Sistema Extensivo. Simone comenta que as espécies de plantas utilizadas para as coberturas vegetais precisam ser adaptadas para receber intensa luz solar e ter a característica de armazenar uma quantidade grande de água. A técnica em paisagismo pela UFSM, Daiane Oliveira, desenvolveu o projeto paisagístico no telhado verde do Jardim, no qual se destacam as suculentas, bromélias e cactos.

 

Fotografia horizontal e colorida de suculentas grandes e pontudas. Há uma fileira delas, em tom de verde escuro com listras de verde claro.
Espécies de plantas do telhado verde do Jardim: Babosas e Suculentas

3 - Biodiversidade em áreas urbanas

Em espaços urbanos, os locais podem ser designados para atividades de lazer como caminhadas, yoga e leitura. Além disso, é uma maneira de recuperar áreas verdes para ampliar a biodiversidade nessas áreas, já que diversos insetos e aves começam a frequentar a cobertura.

 

Outros benefícios são em relação à qualidade do ar e à acústica da edificação. Na região do telhado verde ocorre a filtragem do ar, o que possibilita um maior bem-estar para a população. Já as diferentes camadas que formam a infraestrutura diminuem o nível de ruído que passa para o ambiente interno.

 

Fotografia horizontal e colorida de espécies de suculentas pequenas; a da frente é um mini arbusto em tom de verde claro. A do fundo tem tom rosa malva.
Suculentas no Telhado do Jardim

4 - Soluções baseadas na natureza

Os telhados verdes fazem parte de um conjunto de técnicas denominadas soluções baseadas na natureza. O ecotelhado é uma alternativa sustentável para reduzir as inundações em espaços urbanos. 

A infraestrutura permite a absorção da água da chuva pela vegetação, além de ter um sistema de drenagem para armazenar a água escoada, que depois pode ser usada para a própria vegetação. Rutineia explica que é “como se fosse um pratinho embaixo do vaso da planta”.

 

5 - História da técnica do telhado verde

A técnica do telhado verde teve sua origem na Mesopotâmia, onde as estruturas arquitetônicas eram constituídas por vegetação. Os Jardins Suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo, é a obra mais famosa da antiguidade com o uso dessa técnica. 

No Brasil, durante a década de 1930, foi feita a primeira construção, o Ministério da Educação e Saúde, localizado no Rio de Janeiro. Esse prédio fez parte de um projeto paisagístico no qual  o arquiteto Oscar Niemeyer participou, junto com o artista plástico Burle Marx que realizou o planejamento vegetal.

Em 2015, o município de Recife, em Pernambuco, sancionou a Lei Nº 18112, que decreta que os projetos de edificações habitacionais multifamiliares com mais de quatro pavimentos e não habitacionais com mais de 400m² de área coberta deverão prever a implantação de telhado verde para sua aprovação.

Expediente:

Reportagem: Eduarda Paz, acadêmica de Jornalismo e bolsista; e Gustavo Salin Nuh, acadêmico de Jornalismo e voluntário;

Fotografias: Samara Wobeto, acadêmica de Jornalismo e bolsista;

Tratamento de imagem: Cristielle Luise, acadêmica de Desenho Industrial e bolsista;

Mídia social: Eloíze Moraes, acadêmica de Jornalismo e bolsista; Rebeca Kroll, acadêmica de Jornalismo e bolsista; Alice dos Santos, acadêmica de Jornalismo e voluntária; Gustavo Salin Nuh, acadêmico de Jornalismo e voluntário; e Ana Carolina Cipriani, acadêmica de Produção Editorial e voluntária;

Relações Públicas: Carla Costa;

Edição de Produção: Samara Wobeto, acadêmica de Jornalismo e bolsista;

Edição geral: Luciane Treulieb e Maurício Dias, jornalistas.

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