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Como confiar nas divulgações científicas sobre a Covid-19?



O entendimento de divulgação científica e confiabilidade em sites têm gerado dúvidas em muitas pessoas do Brasil e do mundo. A equipe da Agência Da Hora verificou esta semana como os divulgadores de ciência e jornalistas garantem sua credibilidade.

Foto: Bruno Fortuna/Fotos Públicas

Desde março, quando a Organização Mundial da Saúde declarou a Covid-19 como pandemia, muitas pessoas vão, todos os dias, atrás de notícias sobre novidades de tratamentos, vacina ou até mesmo uma cura para a nova doença. O fato é que os avanços científicos e assuntos relacionados à ciência tomaram lugar de relevância no nosso cotidiano. Mas como reconhecer quando essas notícias são confiáveis? Onde se informar? Influenciadores digitais e ciência podem caminhar lado a lado? 

Essas são algumas questões levantadas em um Brasil em que as Fake News estão no ápice de proliferação e são consumidas desenfreadamente. Segundo uma pesquisa realizada pela University of London, em Londres, na Inglaterra, notícias falsas se espalham em torno de 70% mais rápido do que uma notícia verdadeira, estatística que ameaça a credibilidade das informações que circulam diariamente. 

Mas, afinal, como confiar em uma notícia científica? 

Natália Martins Flores, jornalista, colaboradora da Agência Bori e pesquisadora em jornalismo científico, afirma que é importante notar se os divulgadores científicos pertenciam à academia, ou até mesmo cientistas, e que, “por mais que não tenham técnicas jornalísticas, possuam o cuidado de trazer informações e explicações científicas, referenciando essas informações”, no caso de divulgações postadas no Youtube.

Ela conta que, em paralelo a esse grupo, existem aqueles que representam “perigo”, que disseminam informações sem embasamento e que acabam “se aproveitando do discurso científico para vender produtos ligados à área da saúde, por ser de maior impacto social”.  

A pesquisadora levanta a questão dos enfrentamentos tidos pelos divulgadores de ciência em desmentir determinadas informações que causam impacto na esfera pública. “A gente perde muita energia checando esses fatos e falando para as pessoas que não dá para usar cloroquina no tratamento, os estudos científicos mostram que ela não tem aplicação. Assim como esse exemplo da cloroquina, a gente tem vários outros sobre o tratamento de Covid-19, que tiveram que ser desmentidos nesse processo”, diz.

É possível que jornalistas de ciência trabalhem em conjunto com os influencers, youtubers e divulgadores de ciência? 

Natália conta para a equipe da Agência da Hora que os jornalistas especializados na área científica podem sim trabalhar juntamente aos influenciadores, youtubers e divulgadores de ciência, mas ressalta a diferença entre os objetivos que cercam essas atuações. “O jornalista sempre terá um olhar mais crítico, pensando nas estruturas de poder que sustentam o sistema científico que está sendo produzido”, afirma. 

Ela ressalta ainda a responsabilidade que o jornalista da ciência tem em não somente evidenciar os aspectos positivos, mas também os negativos, levantando uma discussão sobre a ética na pesquisa científica e quais os interesses que estão por trás dessas pesquisas. “Na discussão sobre a ciência por trás das vacinas e da produção dessas vacinas, por exemplo, o jornalista tem o papel de apurar as informações científicas em torno desse fato e também de apurar informações sobre as disputas de interesse que têm por trás dessa produção”, afirma a atual editora da Agência Bori. 

Quando questionada sobre os conteúdos produzidos por pessoas de fora tanto do ramo  científico quanto do jornalístico, que são os influencers, criadores de conteúdo digitais e youtubers, ela comenta que esse grupo aproveita a sua visibilidade para levar a ciência para outro tipo de público, que o jornalismo e a ciência não conseguem alcançar. “Os influencers e youtubers ganham muita visibilidade com a internet e trazem conteúdos interessantes”, conclui.

Métodos utilizados para identificar se há confiabilidade 

A equipe da Agência da Hora disponibilizou, em sua plataforma digital do Instagram, uma pesquisa com seus seguidores sobre qual plataforma é a mais consumida e por quais motivos. A pesquisa, respondida por 58 pessoas, mostrou que os motivos são vários, mas a plataforma consumida foi quase unânime: 51 utilizam os meios digitais, 5 preferem a televisão, 1 se informa pelo jornal impresso e 1 consome mais informações pelo rádio.

Também questionamos os usuários sobre como eles fazem para descobrir se a notícia que estão vendo é verdadeira. A maioria diz que busca verificar a fonte de certa informação e procura conteúdos de veículos de comunicação confiáveis.

Em relação aos principais canais ou veículos de divulgação científica disponíveis, a pesquisadora Natália Flores cita o biólogo Atila Iamarino, o cientista Hugo Fernandes e a influenciadora Rafaela da Rosa Ribeiro. Ela recomenda também alguns canais institucionais, como o especial da Covid-19 produzido por pesquisadores da Unicamp, o Science Vlogs, constituído por pesquisadores e pessoas anteriormente ligadas à academia, e o site Aos Fatos, responsável por checagem de informações. 

Texto: Alice Rodrigues e Igor Mussolin 

Apuração: Luísa Haas e Yasmin Vilanova 

Edição: Luis Fernando Borges

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