Ir para o conteúdo Agência Da Hora Ir para o menu Agência Da Hora Ir para a busca no site Agência Da Hora Ir para o rodapé Agência Da Hora
  • International
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

Como nossa forma de lidar com a pandemia mudou?



Nos últimos 17 meses, a pandemia de Covid-19 tem transformado a vida e o cotidiano de toda a população, tornando vitais fatores como o uso de máscaras e o distanciamento social. Na matéria desta semana, falamos sobre a mudança na forma de lidar com o coronavírus ao longo desse período. 

A pandemia de Covid-19 modificou nosso cotidiano. Imagem: Matryx / Pixabay

Em janeiro de 2020, Dráuzio Varella, médico reconhecido em todo o Brasil principalmente por sua participação ativa em programas de televisão e pela publicação de vários livros, divulgou um vídeo onde dizia que, naquele momento, não haviam motivos para mudar a rotina em razão do novo coronavírus e que ele continuava saindo normalmente para a rua.

Essa gravação, que frequentemente viraliza nas redes sociais como se fosse atual,  já foi até publicada por figuras como o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e pelo deputado Flávio Bolsonaro. Tal fato obrigou Varella a se retratar por meio de comunicado e pedir que o vídeo antigo fosse retirado do ar pelo Youtube. O médico, inclusive, afirma “ter remorso” por ter feito tais afirmações. 

Ainda segundo o médico, quando os primeiros casos do vírus começaram a surgir, a comunidade científica não tinha ideia do que ele representava de fato. Os dados iniciais, inclusive, apresentavam a Covid-19 como causadora de resfriado, com mortes elevadas apenas para pessoas com mais de 80 anos, o que rapidamente não se demonstrou verídico. 

Natália Flores, doutora em comunicação e gerente de conteúdo na Agência Bori, que trabalha com divulgação científica, revela que resultados científicos que em situação “normal” levariam anos para serem produzidos e publicados se tornaram públicos com uma rapidez muito maior. 

A comunicadora explica que, no contexto pandêmico inicial, muitas pesquisas foram divulgadas em forma de preprints, que podem ser definidos como publicações antecipadas de estudos. Nesse formato, os artigos eram, então, disponibilizados em plataformas virtuais sem a tradicional avaliação por pares, que, em tempo “normais”, é o procedimento que analisa e valida, ou não, a publicação de uma pesquisa em um periódico científico. Considerando que um processo normal de publicação de artigo científico pode levar de dois a três anos, a medida foi uma importante forma de agilizar a transmissão de conhecimento no meio científico, fator que era essencial ao momento em que se estava vivendo. 

Na pandemia, resultados científicos tornaram-se públicos com maior rapidez. Imagem: luvqs / Pixabay

Com a iminência da pandemia e a grande demanda por informações, a grande imprensa passou a fazer a divulgação desses preprints, ou informações prévias dos estudos, mesmo sem muitas delas terem sido comprovadas por meio de outras pesquisas. Esse fato, então, está relacionado à grande velocidade das mudanças das informações relacionadas ao vírus, principalmente no início da pandemia. 

Atualmente, 17 meses após o primeiro caso da doença ser identificado no Brasil e com mais de 185 milhões de infecções registradas no mundo, diversas informações diferentes a respeito da pandemia já foram disseminadas e nossa forma de lidar com a doença mudou bastante. 

No início da pandemia, por exemplo, foi dado mais destaque para a transmissão do novo coronavírus via superfícies. A preocupação criou, inclusive, o hábito de higienizar produtos do supermercado. Pesquisas recentes, porém, indicam que a probabilidade de transmissão dessa forma é menor, chegando a estimativas de menos de um contágio a cada 10.000 vezes que se toca um objeto contaminado.

Apesar do vírus ter a chance de permanecer por tempo considerável em superfícies, o senso comum entre os pesquisadores mostra que o maior risco de transmissão é, de fato, por meio de gotículas ou a transmissão aérea. Sendo assim, as duas estratégias para evitar a contaminação em espaços internos são a ventilação contínua e o controle permanente do CO2 (gás carbônico). 

Também sabemos, atualmente, que existe uma grande diferença de proteção entre os modelos de máscara disponíveis no mercado. As máscaras mais comuns de tecido, amplamente utilizadas no início da pandemia, não são mais recomendadas como uma boa opção. Enquanto esses modelos mais simples possuem variação de filtração entre 20% e 60%, a PFF2 possui em média 94% de eficiência.

O modelo PFF2 é o que oferece maior segurança. Imagem: Getty Images

Confira a reportagem da Agência da Hora sobre a importância do uso de máscaras e a maior eficácia das PFF2. 

Ao longo do período de pandemia, muitos possíveis tratamentos contra a doença também foram disseminados, dentre eles o chamado “tratamento precoce”, que inclui medicamentos como Hidroxicloroquina e Ivermectina. Esses medicamentos foram e ainda são recomendados como tratamentos que evitariam ou amenizariam as infecções por Covid-19. Todas as maiores e mais confiáveis análises e estudos realizados por entidades competentes globalmente, porém, descartam a eficácia de medicações que funcionem contra o novo coronavírus. 

Esses medicamentos, além de ineficazes contra o vírus, podem causar implicações na saúde de quem os utiliza. 

No contexto atual, em que as informações sobre o vírus e a pandemia estão mais fundamentadas e claras para toda a população, é de extrema importância que se acredite na ciência e siga todas as orientações de prevenção. O uso de máscara ainda é necessário e, assim que possível, a vacinação (com as duas doses) é imprescindível para o retorno à “vida normal” o mais rápido possível. 

Reportagem: Kelvin Verdum

Edição: Luciana Carvalho

Divulgue este conteúdo:
https://ufsm.br/r-825-344

Publicações Relacionadas

Publicações Recentes