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Biocombustíveis e a soja



O biocombustível é qualquer combustível feito a partir de biomassa vegetal ou animal, como soja, caroço de algodão, dendê, amendoim ou gordura de frango e sebo bovino. Podemos citar como biocombustíveis o álcool etílico, etanol e o biodiesel. Estes combustíveis são uma ótima opção para a substituição de produtos oriundos do petróleo, sendo que o etanol pode substituir a gasolina, e o biodiesel ao diesel mineral, assim diminuindo as emissões de gases do efeito estufa. Se analisarmos, a soja, por ter um vasto território de implantação, cerca de 33,89 milhões de hectares, segundo a EMBRAPA Soja, possui destaque na produção de biocombustíveis dentre as oleaginosas, tendo participação de cerca de 82% da produção de biodiesel de acordo com a ANP (Agência Nacional de petróleo, gás natural e biocombustíveis). Deste modo, compreender melhor sobre estes biocombustíveis, em especial o biodiesel, de forma que possamos entender como a produção agrícola está relacionada ao desenvolvimento sustentável, é de uma relevância muito grande.

O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo e já destina grande parte da produção do óleo de soja para a fabricação de biocombustível, atingindo cerca de 8 milhões de toneladas de óleo na última década, de acordo com a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de óleos vegetais). Como podemos ver na Figura 1, no ano de 2017, a produção de biodiesel a partir da soja foi de cerca de 3 bilhões de litros. A demanda por combustíveis mais sustentáveis e que emitam menos gases do efeito estufa (GEE), está aumentando cada vez mais e o biocombustível é uma ótima opção, tendo em vista que o seu processo de queima ocorre de maneira mais limpa.

 

 
Fonte: apud ANP (2018)

O biodiesel é produzido a partir do pré-processamento da matéria prima, filtrando o óleo para eliminar impurezas e água. Após isso, ocorre uma determinação e tratamento dos ácidos graxos livres, desta forma, os ácidos encontrados são esterificados e os glicerídeos podem ser neutralizados. Com isso, a base padronizada (óleo puro) é adicionada a um excesso de metanol ou etanol (para aumentar o rendimento dos ésteres), e agitada até se dissolver. Assim, o biodiesel pode ser separado do glicerol, para que esse processo possa ocorrer, deve-se utilizar um catalisador, como a soda cáustica a cerca de 0,5%. A última fase da produção é o refinamento do combustível, retirando impurezas como glicerina, água residual e ésteres metílicos. Para a remoção dessas impurezas pode ser feita uma lavagem com água quente ou, se o catalisador for básico, a lavagem com água acidificada irá neutralizá-lo. Os compostos que são líquidos, podem ser separados dos ésteres por decantação, e após isso é feito o aquecimento para a secagem.

As vantagens da soja para a produção de biodiesel se dão pela cadeia produtiva da cultura ser muito bem estruturada, com tecnologias de produção modernas, facilidade na mecanização em todas as etapas do processo produtivo, permitindo a produção em larga escala, além de uma área de pesquisa muito ampla, o que permite a resolução de problemas de forma rápida e eficiente. Além dessas características, a soja possui um rápido retorno de investimento, há alta demanda do produto e pode ser armazenada por longos períodos. Seguindo a mesma linha, as vantagens da utilização do biodiesel podem ser tanto no nível de sustentabilidade quanto no de rendimento. Ele é isento de contaminantes, possui maior estabilidade térmica e oxidativa, diminuindo os danos aos motores, além de possuir altos números de cetano, melhorando a combustão. De acordo com a Petrobras, o biodiesel ainda diminui em 15% as emissões de GEE, e uma das características mais importantes é a incorporação de biodiesel e outros biocombustíveis no mercado, fazendo assim a competição aumentar, tornando os preços mais acessíveis e a utilização mais frequente.

Com a crescente demanda por combustíveis renováveis, buscando uma maior sustentabilidade, as empresas buscam ofertar esses produtos aos consumidores. Temos como exemplo a Petrobras, que no ano de 2020, trouxe como novo produto o Diesel RX, utilizando diferentes porcentagens de diesel renovável para a mistura do combustível, podendo ser de 5% (Diesel R5), de 12% (Diesel R12) ou até mesmo superior a estes níveis. Além da iniciativa de empresas, ainda temos programas como a nova Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), que foi instituída pela Lei 13.576/2017, e que tem por objetivo conseguir ampliar a utilização de biocombustíveis nos transportes brasileiros, além de promover a segurança energética, reduzir cerca de 847 mil toneladas de CO2 com etanol e biodiesel no setor de transportes, o que equivale a 6 bilhões de árvores plantadas, e consequentemente aumentar a qualidade do ar e incentivar a inovação tecnológica.

Com isso vemos a importância da implementação desses recursos renováveis tanto para a natureza quanto para o ser humano. Além disso, percebemos como a agricultura possui um papel fundamental e estratégico, importantíssimo na oferta da matéria prima para a produção dessa nova visão de futuro sustentável e ecológico.

Referências:

HIRAKURI, Marcelo H., LAZZAROTTO Joelsio J. e ÁVILA Márcio T. de. 2010. Avaliação da relação entre soja e produção de biodiesel.

PEREIRA, Cristina C. A., 2017. A influência do biodiesel na produção de soja.

ÁVILA, Márcio T. de. e GAZZONI, Decio L. Biocombustíveis. Disponível em: <https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/soja/arvore/CONT000fzvgjfcy02wx5ok0q43a0rv2bu8l0.html> Acesso em: 22 de janeiro, 2021.

NOVO, Benigno N. e MACEDO, Adriano M. de. A importância da soja na produção de biodiesel. 2019. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/72455/a-importancia-da-soja-na-producao-de-biodiesel> Acesso em: 22 de janeiro, 2021.

EMBRAPA Soja. Soja. Disponível em: <https://www.embrapa.br/en/soja/cultivos/soja1> Acesso em: 22 de janeiro, 2021.

Petrobrás. 2020. Diesel renovável traz mais qualidade, competição e sustentabilidade para o segmente de biocombustíveis no Brasil. Disponível em: <https://petrobras.com.br/fatos-e-dados/diesel-renovavel-traz-mais-qualidade-competicao-e-sustentabilidade-para-o-segmento-de-biocombustiveis-no-brasil.htm?gclid=CjwKCAiA9bmABhBbEiwASb35V0V1JOCGprjauPQrB6f1Q21INPyyXICd76ZsL7bFKR2rWe_LHHWbrBoCinQQAvD_BwE> Acesso em: 23 de janeiro, 2021.

ÚNICA. 2020. RenovaBio Disponível em: <https://unica.com.br/iniciativas/renovabio/> Acesso em: 23 de janeiro, 2021.

Autora:

Julia Damiani, técnica em Agropecuária — IFRS campus Bento Gonçalves, acadêmica do 2º semestre de Agronomia, e bolsista do grupo PET Agronomia — Universidade Federal de Santa Maria

Texto publicado em: https://maissoja.com.br/biocombustiveis-e-a-soja

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