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A rotação de cultura em terras baixas: Arroz/Soja



O estado do Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 70% da produção de arroz (Oryza sativa) de todo o Brasil, de acordo com o Instituto Rio Grandense de Arroz (IRGA). Um dos desafios dos produtores é a rotação de culturas com o arroz e, devido ao bom momento da soja, o cultivo da oleaginosa em terras baixas tem aumentado como alternativa para a rotação com a cultura do arroz irrigado, crescendo em torno de 15,37% na safra 2021/22 quando comparada com a safra 2020/21.

Esse aumento acontece por conta dos ganhos de produção no arroz e pela rentabilidade na venda da soja, além da melhor utilização das terras baixas, onde apenas 1/3 da área de arroz em várzea era utilizada, pois parte dessas terras são utilizadas para pecuária extensiva ou permanecem em pousio.

Fonte: IRGA

Existem diversos aspectos a serem cuidados e observados para adequar as áreas de várzea para os cultivos de sequeiro pois, tradicionalmente, os solos cultivados com arroz irrigado são mal drenados. Por isso, podem ficar alagados por longos períodos, favorecendo o cultivo de arroz e dificultando o cultivo de soja e milho, por exemplo. Nesse sentido, vários fatores precisam ser manejados de uma maneira diferente, como pH do solo, escolha das áreas, descompactação e drenagem (macro e microdrenagem) do solo, adequação da fertilidade, definição de cultivares, época de semeadura.

Áreas de terras baixas tem o seu pH ácido, muitas vezes abaixo de 6, afetando o desenvolvimento da soja. Portanto, é preciso fazer a correção através da calagem e adubação para garantir condições adequadas de fertilidade do solo, sempre considerando os resultados da análise de solo.

A escolha das áreas é outro ponto importante, visto que, por sua essência, locais predominantemente de terras baixas, sofrem com a dificuldade de drenagem dos solos devido as suas características topográficas (majoritariamente planas) e também por conta da alta relação micro/macroporosidade e do adensamento do horizonte superficial. Assim, a sistematização se torna uma aliada do produtor, para tornar apto os ambientes de várzea para a implantação da leguminosa no sistema.

A sistematização pode ser feita de duas maneiras: através da alteração de nível do terreno para uma cota média (com uma declividade predeterminada) e alteração do nível do terreno para uma cota uniforme/plana (cota zero). Áreas com pequenos declives na sistematização são utilizadas para irritação por sulcos, onde a água consegue fluir sem ocorrer danos na superfície do solo. Já as áreas niveladas em cota zero, são utilizadas em lavouras de arroz irrigado para conseguir atingir uma lâmina de água uniforme no talhão. Seus métodos de sistematização podem ser feitos de três maneiras: estaqueamento, demarcando estacas de altura de corte; raio laser, se determinando o nível médio da área, demarcando a partir desse ponto, as linhas de corte e aterro; e preparo do solo inundado, que ocorre na lama, em áreas menores, com pranchas acopladas ao trator que arrastam a lama para os pontos mais baixos.

Normalmente esses ambientes já possuem uma infraestrutura própria com drenos e canais de irrigação para o arroz irrigado, porém, no caso da soja, essa infraestrutura ainda é deficiente, pois a drenagem superficial do solo precisa ser rápida para o solo não permanecer encharcado por muito tempo. A drenagem é dividida em macro e microdrenagem, onde a macrodrenagem destina-se ao escoamento final das águas escoadas superficialmente, como canais de escoamento, rios canalizados e águas pluviais. Já a microdrenagem seria o “ajuste fino” das áreas, composta por drenos secundários e adequações da superfície do solo através de sistematização.

Portanto, a rotação de culturas é muito importante em terras baixas, onde a cultura da soja já está se estabelecendo muito bem. O novo desafio das terras baixas é a inserção do milho nessa rotação, a fim de diversificar a produção, rotacionar a utilização de herbicidas, fungicidas e inseticidas, diminuir a presença de pragas e inóculos de patógenos, melhorar as propriedades físico-químicas do solo e também fazer o controle de plantas daninhas de difícil controle, em busca de alcançar maiores produtividades e mais rentabilidade ao produtor.

Autor:

Benhur Sari Severo, acadêmico do 4º semestre de Agronomia e bolsista grupo PET Agronomia na Universidade Federal de Santa Maria — UFSM

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