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UFSM Olímpica

Em período de jogos olímpicos, no qual o esporte é celebrado, conheça as atividades de extensão realizadas pela UFSM que buscam dar lugar de destaque à prática esportiva



Pela primeira vez na história, vivemos uma olimpíada em um ano ímpar e fora do período de quatro anos. Pela primeira vez, também, temos atletas transsexuais como competidores, além de quase metade dos atletas serem mulheres. Desde a Rio 2016, a nossa atenção não se voltava ao esporte com tanto entusiasmo e esperança em diferentes esportes e modalidades. Os Jogos Olímpicos de Tóquio, que estavam previstos para 2020, estão sendo realizados agora, em 2021, sob fortes protocolos de saúde para evitar a propagação do novo coronavírus entre atletas e moradores do Japão.

 

Apesar de os jogos estarem acontecendo do outro lado do planeta, o interior do Rio Grande do Sul (RS) também vive esse período olímpico de uma forma especial. Através de ações de extensão desenvolvidas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o esporte passa a ocupar protagonismo no cenário regional, promovendo a prática colaborativa e oportunizando meios para a transformação social. Uma dessas ações é o Núcleo de Implementação da Excelência Esportiva e Manutenção da Saúde (NIEEMS), desenvolvido no Centro de Educação Física e Desportos (CEFD), que promove modalidades esportivas em diversas cidades da região central do Rio Grande do Sul.

 

De acordo com o professor da Universidade e ex-atleta da seleção brasileira de canoagem Luiz Fernando Cuozzo Lemos, a UFSM tem protagonismo regional em esportes como o atletismo e o futsal masculino, além de promover importantes avanços em modalidades como o handebol e o vôlei feminino, o tênis de mesa, o judô, a canoagem e o basquete. O professor é coordenador NIEEMS, programa que desenvolve ações de Ensino, Pesquisa e Extensão na área esportiva dentro da Universidade. “O NIEEMS é um espaço para falar e promover o esporte e muitas outras manifestações do movimento. Semestralmente, fizemos seleções para novos participantes, não somente alunos do Centro de Educação Física e Desporto, mas abertas para todos os ingressantes na instituição que estão interessados nas atividades promovidas pelo Núcleo”, comenta Luiz Fernando.

 

As atividades do NIEEMS tiveram início em 2017 e, em 2020, com o avanço da pandemia do novo coronavírus, parte delas foram suspensas por medidas de segurança sanitária. Entretanto, alguns polos continuaram seus trabalhos, como as ações de Atletismo na cidade de São Sepé. O Núcleo também desenvolve ações com esse esporte em Júlio de Castilhos e em Silveira Martins. Atuando com os polos de Canoagem, Nova Palma e São Borja são as cidades beneficiadas pela ação. Na cidade de Santo Augusto, há um polo do projeto voltado ao Tênis de Mesa. O programa também mantém um convênio com a Fundação de Atendimento Sócio Educativa do Rio Grande do Sul (FASE RS), promovendo atividades de tênis de mesa, atletismo e canoagem com jovens em situação de reclusão. Em Santa Maria, cidade sede da UFSM, todas as modalidades esportivas mencionadas anteriormente são desenvolvidas pelo programa. Para o retorno das atividades presenciais, o NIEEMS já projeta novos horizontes, pretendendo ampliar sua presença nas cidades da região com cursos e formações voltadas, principalmente, para crianças e adolescentes da Educação Básica e grupos em situação de vulnerabilidade social. 

 

“A promoção do esporte no interior do Rio Grande do Sul é uma grande possibilidade de oferecer uma ascensão social através do movimento humano para crianças em vulnerabilidade social e que, às vezes, não enxergam uma possibilidade de vida diferente daquelas que conhecem. Devido a inúmeras questões, várias crianças e adolescentes não conseguem estudar e, através do esporte, conseguimos mudar isso”, ressalta o professor. Para ele, não é objetivo principal do projeto tornar todos os participantes atletas, embora alguns deles possam continuar nessa caminhada esportiva, mas formar pessoas melhores e promover uma ampliação do conhecimento.

 

Em foco durante os jogos olímpicos, nem sempre os esportes têm a sua capacidade de união e de promoção social valorizadas. Para o estudante Emanuel Soares Silva, membro do NIEEMS e praticante do atletismo, algumas modalidades esportivas não tem muita visibilidade fora dos anos olímpicos. Como exemplo, podemos destacar o skate e o surf, que já conquistaram medalhas para o Brasil nos jogos de Tóquio 2020, mas que são pouco reconhecidos socialmente. De acordo com o estudante, para mudar essa visão junto à sociedade, é necessário aproximar todos do esporte; promover medidas de incentivo; apoiar as práticas esportivas e tornar isso cada vez mais comum, principalmente com crianças, colocando-as numa realidade positiva.

 

“Nesse período Olímpico podemos ver a beleza que tem o esporte e todo significado para quem pratica e até mesmo quem não pratica. Ver a emoção, sentir aquela energia, mesmo a distância. É perceptível ver essa questão de valorizar realmente os esportes e não menosprezar ou deixar ele visível só a cada quatro anos. Precisamos valorizar mais do que só uma modalidade. Esporte é sim uma profissão e pode ser uma maneira de sustentar diversas famílias, de fugir de uma realidade ruim e de servir como exemplo, principalmente nas comunidades mais periféricas”, ressalta Emanuel.

Participação feminina

Esses jogos olímpicos, além de todas as adaptações de segurança sanitária e das dificuldades de preparação dos atletas, também estão sendo históricos pelos competidores, ou melhor, pelas competidoras. Há apenas 120 anos as mulheres podem participar das competições e neste ano elas conquistaram uma marca histórica: 48% dos atletas são mulheres. 

 

Para a estudante Mariana Hundertmarck Saccol, auxiliar-técnica e responsável administrativa do Handebol na UFSM, a ocupação de espaços por mulheres em esportes predominantemente masculinos ainda é um desafio e muito abaixo do esperado e do merecido para essas atletas. “A representatividade é muito importante e ver essas mulheres, cada uma com uma história mais inspiradora que a outra, é maravilhoso. Precisamos de alguém que nos represente e quando olhamos para alguém semelhante, é uma aproximação. Eu cresci vendo a minha prima jogar handebol, mas ela não teve a oportunidade de crescer no esporte. Hoje em dia, eu assisto a Duda Amorim, que é a melhor da década. Ela é a representação da minha prima e, ao mesmo tempo, a minha. A representatividade importa”, enfatiza Mariana.

Universidades e Olimpíadas

Dentro das universidades, em especial nas públicas, não há a pretensão de selecionar alunos e torná-los atletas olímpicos. Embora o NIEEMS deseje em poucos anos ter alguns representantes nos jogos mundiais, o papel central da ação é apresentar uma opção de vida para que as pessoas possam descobrir-se como talentos esportivos. “A escola e o meio acadêmico têm o principal papel de oportunizar o conhecimento da educação física, oportunizando além de espaços e formas de acesso a esses saberes. Propiciar aos estudantes dessas áreas a possibilidade de entender um pouco sobre o fenômeno do movimento, sobre o treinamento, sobre a parte psicológica, sobre a parte morfológica e fisiológica, dando subsídios para os participantes se tornarem, quem sabe, futuros atletas olímpicos”, destaca Luiz Fernando.

 

“A UFSM é uma das principais, senão a principal, instituição na promoção da prática esportiva dentro de Santa Maria. Existem inúmeros projetos na Universidade que são abertos e gratuitos para os alunos. Acredito que esses projetos poderiam ser expandidos, sendo inseridos em escolas, em parques, em projetos como o Geoparque Quarta Colônia e até em outras cidades. Temos estrutura, temos qualidade e ainda temos muito a construir nesse meio”, comenta Mariana.

 

De acordo com o professor Luiz Fernando, a UFSM vem desempenhando essa função muito bem há anos, com diferentes professores e modalidades esportivas, e a criação do NIEEMS corrobora com esse papel de destaque. Esse apoio da universidade ao esporte poderá, em breve, resultar em futuros atletas olímpicos, saídos daqui da região e que foram participantes dos projetos voltados ao esporte desde as categorias de base e durante a vida acadêmica. E não só na parte prática dos esportes a universidade tem seu papel de contribuição, mas em diversas frentes, como a fisioterapia, a medicina, a comunicação, a psicologia e tantos outros cursos que se relacionam com a parte esportiva. 

 

“Todas essas áreas têm relação, porque o atleta que chega para ser um medalhista ou para ser um finalista, começou na escola com a parte pedagógica, com a formação motora desde a parte básica, e que talvez tenha muita relação com a parte cultural, com os conhecimentos da inteligência emocional e inteligência motora. Se pensarmos que a nossa universidade, e todas as outras, tem essa gama de possibilidades de profissões em altíssimo nível formando pessoas, a perceberemos como um espaço ímpar para descoberta de crianças e adolescentes que tem talento esportivo, descobrindo e incentivando, para que, posteriormente, sejam lapidados pelos profissionais da educação física”, enfatiza o professor.

 

Luiz Fernando ainda lembra que é preciso aumentar o investimento em nível nacional para que as universidades possam alcançar um melhor desempenho nesta área, proporcionando um olhar mais atento para os esportes. O coordenador do NIEEMS também ressalta que, na UFSM, já há um planejamento para melhorar a estruturação na área da Educação Física conhecimento, possibilitando a ascensão e o aprimoramento nestes trabalhos.

 

Para Emanuel, a formação de um atleta hoje ainda é um ponto difícil. “Por falta de incentivo, muitos atletas talentosos acabam saindo do esporte por necessidade de ajudar em casa ou para aproveitar oportunidades que surgem. O esporte acaba sendo secundário, mesmo se você é profissional, porque precisa ter outra fonte de renda.” De acordo com ele, é preciso mais incentivos, principalmente na questão financeira.  “Uma bolsa atleta não precisa ser um valor alto, mas o suficiente para o atleta buscar um tênis, uma vestimenta, ou ter auxílio para uma competição, conseguir se alimentar nos jogos e acessar os meios de transporte. Sabemos que a realidade de vários atletas não é tão positiva a ponto de poder bancar uma competição, principalmente competições grandes ou competições longe de casa”, finaliza.

Modalidades Olímpicas desenvolvidas na UFSM

Atletismo
Basquete
Basquete 3x3
Canoagem
Judô
Tênis de Mesa
Voleibol
Rugby
Handebol

Reportagem: Wellington Felipe Hack/Pró-Reitoria de Extensão UFSM

Revisão: Camila Steinhorst/Pró-Reitoria de Extensão UFSM

Apoio: Núcleo de Implementação da Excelência Esportiva e Manutenção da Saúde

Agenda 2030 na UFSM

A ação de Extensão apresentada neste texto atende aos seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Acesse as imagens para saber mais sobre cada um deles.

ODS 3
ODS 17
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