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Vanessa Casarin, professora e pesquisadora da UFSC, compartilha lembranças da UFSM e sua atual pesquisa na área de Arquitetura e Urbanismo.



Vanessa Casarin, egressa do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Maria, turma de 2003, e do curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda, turma de 2005, tem mestrado (2007) e doutorado (2012) em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina. Fez Pós-Doutorado (2017) na Università degli Studi di Roma La Sapienza, na Itália.

É professora associada da Universidade Federal de Santa Catarina, docente do quadro permanente do programa de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (PósARQ – UFSC). E desenvolve pesquisa na área de Desenho Urbano e Paisagem.

VOLVER – Para começar, nos conte quais lembranças guarda da UFSM e como a universidade contribuiu para que você chegasse onde está hoje?

VANESSA – Guardo ótimas lembranças dos meu queridos colegas e mestres e de um campus muito agradável, cheio de verde, do qual tive o prazer de desfrutar alguns anos da minha vida.

A contribuição da UFSM para que eu chegasse onde estou hoje foi enorme e desde antes de eu ingressar nela como estudante. Nela meus pais se graduaram e sempre senti um orgulho enorme em ver os retratos deles nos quadros de graduação nos corredores da instituição. Não tenho dúvidas de que a universidade teve um papel fundamental na postura deles comigo, me incentivando sempre a estudar para que fosse uma mulher independente a alcançasse todos os meus objetivos na vida.

A universidade contribuiu com minha formação, na minha dupla graduação, em Arquitetura e Urbanismo e em Comunicação Social, e tenho a Professora Eugenia Maria Mariano da Rocha Barichello como minha “mãe” na ciência. Com ela tive minhas primeiras lições sobre metodologia científica, aprendi a escrever um projeto de pesquisa, o que oportunizou meu ingresso no mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina.

VOLVER – Quais desafios e quais recompensas você aponta no trabalhar com pesquisa científica?

VANESSA – Acredito que o principal desafio é a obtenção de recursos para pesquisa. Aliado a isto existe ainda a dificuldade em se fazer a ciência chegar à população em geral.

A maior recompensa acredito que seja a contribuição do pesquisador ao seu campo de conhecimento e a oportunidade de estar sempre aprendendo no curso de sua atividade profissional.

VOLVER – Você desenvolve uma pesquisa sobre o “Envelhecimento saudável e mobilidade urbana”. Pode falar um pouco em que fase está e quais os principais resultados já observados?

VANESSA – Esta pesquisa envolve docentes e discentes de 3 programas de Pós-graduação da UFSC: Saúde Coletiva (programa líder), Arquitetura e Urbanismo e Educação Física.

Entrei neste projeto como convidada assim como os demais colegas do Curso de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFSC que o compõe. Na época, os docentes do Departamento de Saúde Coletiva buscavam parceiros para pleitear recursos do Edital Capes-PRINT, cujo objetivo era incentivar a cooperação e internacionalização das Universidades Brasileiras. A parceria foi excelente a permitiu a nós, da área da arquitetura, explorar um extenso banco de dados da saúde coletiva e da educação física, que costumam desenvolver estudos estatísticos, e associá-lo aos atributos do ambiente urbano que incentivam a mobilidade ativa, através de algumas ferramentas que são mais comuns na formação do arquiteto, como os softwares SIG.

Os recursos do PRINT oportunizaram que trouxéssemos para a UFSC alguns profissionais que compartilharam conosco seus conhecimentos dentro deste tema e que enviássemos profissionais daqui para outros centros de pesquisa que abordam o tema em outros países.

A pesquisa já produziu e publicou alguns resultados, outros estão em vias de publicação e estamos atualmente desenvolvendo um site para divulgar os resultados da pesquisa de modo que consigamos nos aproximar mais da população em geral: https://amobrazil.com.br/

Uma ação de extensão muito importante que estamos desenvolvendo atrelada a esta pesquisa é o Projeto Blue Bikers que está disponibilizando triciclos à população com mais de 60 anos no parque linear da Beira Mar Norte com o objetivo de incentivar a mobilidade ativa estre os idosos. Esta ação tem apoio das organizações internacionais HelpAge, AARP e Pan American Health Organization (PAHO). 

VOLVER – Além da pesquisa citada acima, trabalha em outro projeto de pesquisa? Se sim, gostaria de nos contar um pouco mais sobre?

VANESSA – Sim. Tenho outro projeto, o qual aborda a qualidade da paisagem urbana, sobretudo a visual. Determinadas características da paisagem, das composições urbanas, atraem as pessoas ao seu usufruto, outras funcionam de modo inverso. As pessoas preferem os espaços urbanos vegetados e bem mantidos, que tenham amplitude visual, que sejam organizados, que preservam as características históricas.

Considerando o tema da mobilidade ativa, as pessoas preferem desenvolver suas atividades de caminhada de modo linear e na borda d´água, com estrutura acessível e na presença de vegetação.

Para garantir uma mobilidade ativa precisamos garantir que as cidades se apresentem com cenários que incentivem essa atividade.

Parece obvio, no entanto, muitas das nossas cidades estão aí, com péssimo estado de conservação/manutenção, desorganizadas, com lixo nas calçadas ou em contentores inadequados, não há vegetação no passeio público e nossas edificações históricas estão degradadas e cobertas por anúncios comerciais.

É preciso que cada cidadão tenha consciência do seu papel na construção de uma cidade agradável e acessível, e não espere tudo do poder público!

VOLVER – A arquitetura sofreu grande transformações durante a pandemia, como você lidou com essas mudanças? E como é exercer a docência durante esse período de pandemia?

VANESSA – Lidei bem com as mudanças. Gostei muito da experiência de ensino remoto. Eu vejo o ensino remoto como uma oportunidade. Uma oportunidade de aperfeiçoamento profissional para os decentes e uma oportunidade de acesso ao ensino para aqueles cuja distância territorial é um empecilho. Na pós-graduação tive alunos em matrícula isolada de outras regiões do Brasil. Na graduação, o desempenho dos alunos foi além das expectativas. Os resultados foram muito positivos.

VOLVER – Como você se vê daqui a 10 anos?

VANESSA – Hoje sou professora associada e atuo como docente na pós-graduação desde dezembro de 2015. Não vejo nada de muito diferente para minha carreira profissional. Daqui a 10 anos me vejo no último nível da carreira docente, o de professora titular, e espero poder estar compartilhando conhecimento em outras instituições ao redor do mundo na qualidade de visitante.

Texto: Lucas Zambon

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