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TRAJETÓRIAS: Vani Foletto



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Com uma carreira de 43 anos, dividida em magistério, pesquisa em arte regional e arte plástica, a professora Vani Foletto se aposentou, no último mês, de sua extensa carreira na UFSM. Nascida e criada em Santa Maria, Vani iniciou sua formação acadêmica na Universidade em 1973, no curso de Licenciatura em Desenho e Plástica. Em seguida, também cursou o Bacharelado em Desenho e Plástica, opção Artes Gráficas. Fez metade do curso de Filosofia também na UFSM, mas o interrompeu. E investiu em uma especialização em História da Arte em Porto Alegre e após mestrado em Filosofia, direcionado a arte e a estética. Sua formação culmina com o doutorado na Argentina, Epistemologia e História da Ciência, direcionado à pesquisa em História da Arte. 

 

Entrou no magistério ainda no segundo ano da graduação, em 1974, para dar aula no ensino médio da escola Cilon Rosa. Transferiu-se para o colégio Manoel Ribas e em seguida para o Coronel Pilar, onde lecionou por anos. “Aí eu aprendi, que numa aula a gente tinha que ter o plano A, o plano B e o plano C, porque tu nunca sabia com o que ia contar” confessa Vani sobre a realidade de dar aulas. Em 1990, fez concurso para ingressar como professora na UFSM. Com o trabalho sempre voltado para a Arquitetura, desde que lecionava na escola Coronel Pilar, procurava influenciar seus alunos a apreciar o que é nosso e valorizar o que está presente no nosso ambiente.

 

Ao ser convocada para dar aula na UFSM, deu continuidade a esse trabalho. Já no primeiro ano organizou um projeto que buscava estudar a arte em Santa Maria. Com seu foco em arte e cultura na cidade e na região, trouxe para o curso de Artes Visuais da Universidade, a disciplina de Arte no Rio Grande do Sul. Em consequência desse estudo, em 2008, lançou o livro sobre a arquitetura do município “Apontamento sobre a História da Arquitetura em Santa Maria”, que a princípio era um relatório que havia sido criado no final dos anos 90 e já tinha grande circulação em meio à comunidade acadêmica dos cursos de Arquitetura e Urbanismo da cidade. Foi inscrito no concurso da Câmara de Vereadores chamado “Lei do Livro” e ganhou. A premiação era sua publicação e após, seu lançamento na Feira do Livro. Isso também resultou na indicação de Vani para constituir o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria (COMPHIC), onde atua desde sua criação em 2002 até os dias atuais.

 

Na escrita, sempre procurou usar linguagem simples. Nunca gostou de linguagens rebuscadas e “emboladas”. Aprecia frases curtas e diretas. Publicou ainda mais dois livros. Mesmo que tenha iniciado sua pesquisa na área de arquitetura, o primeiro lançado foi “O Contexto das Artes Visuais em Santa Maria”, em 2002. Já o seu terceiro livro, ela define como uma crônica do cotidiano intitulado “Nós e uma Rua Chamada Cancela”, que retrata sua rotina familiar quando ainda era criança e morava na rua onde hoje se encontra a Avenida Ângelo Bolson. Criou também a revista “Apreciando” que teve existência por 10 anos, com edições semestrais. Em sala de aula, a pesquisa da arquitetura e das artes visuais regionais, já que os alunos vinham de lugares diferentes, se dava em suas cidades natais. E assim, do produto dessas pesquisas, originava-se os artigos que eram publicados na revista.

 

Em sua carreira como artista plástica trabalhou com desenho, pintura, cerâmica, instalações e objetos-arte e continua até hoje suas construções nesse âmbito. Gosta de arte contemporânea, seu trabalho sempre foi estilizado. Sempre buscou inserir outras coisas. Sair do plano. Gosta de misturar materiais nos trabalhos. Mas seu forte mesmo sempre foi o desenho. No seu ponto de vista, desenho é a base da pintura, escultura, de tudo. “Acho fantástico que o artista pode sempre brincar, tu brinca com as formas, tu cria o teu brinquedo, digamos. E isso é uma licença que a sociedade nos dá, porque pessoa adulta fazendo brinquedo é só na arte” conclui Vani.

 

Como professora, artista e pesquisadora mulher, Vani nunca se deixou abater pela desigualdade sempre presente em relação à diferença de gêneros. Em uma família de dez irmãos, onde as mulheres eram maioria, aprendeu a abrir seu espaço. Com uma vida voltada não só para viver em Santa Maria, mas também para viver Santa Maria, a professora construiu projetos e estudos de riqueza inestimável para cidade. Como uma santa-mariense de fato, trouxe consigo a importância da UFSM para sua vida pessoal, já que daqui, ela e seus irmãos saíram formados. “A UFSM é minha instituição do coração, estudei aqui e trabalhei aqui e fiz tudo com muito amor. Sempre valorizei muito a Universidade, eu trabalhava para ela e não era eu quem recebia respaldo para que fizesse minhas coisas. É importante pra cidade, pra vida das pessoas. Faz parte da minha vida, minha família” responde e conclui emocionada ao ser questionada sobre a importância da Universidade para si.

 

Texto: Amanda Xavier

 

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