Ir para o conteúdo CTISM Ir para o menu CTISM Ir para a busca no site CTISM Ir para o rodapé CTISM
  • International
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

Painel no CTISM debate racismo e acesso de negros e indígenas ao ensino




A escritora Maria Rita Py Dutra (primeiro plano) comanda debate no auditório do CTISM, no dia 21.

Um painel reuniu oito mulheres negras no auditório do CTISM, na noite do dia 21, para debater o acesso de negros e indígenas à educação e a permanência do racismo no ensino e na sociedade.

O ponto de partida do debate foi a lei que estabelece o ensino obrigatório de história e cultura afro-brasileiras e indígenas nos ensinos fundamental e médio no Brasil. A norma completou dez anos em janeiro e é um complemento à LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). A data do painel, 21 de março, foi escolhida por ser o Dia Internacional do Combate à Discriminação Racial.

Segundo o professor Júlio Quevedo, do curso de História da UFSM, que fez uma fala no início do evento, o CTISM é uma das únicas escolas técnicas que aplica a legislação. Quevedo é presidente da Sedufsm (Seção Sindical dos Docentes da UFSM), que promoveu o painel junto ao Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) e ao CTISM.

Vereador Valdir Oliveira (PT) e estagiárias Ana Flávia Souza e Gabrielle Sanger com moção.

Antes da abertura do painel, o vereador Valdir Oliveira (PT) entregou a moção aprovada pela Câmara Municipal em homenagem ao CEHCAB (Ciclo de Estudos sobre História e Culturas Afro-Brasileiras), evento anual do CTISM. A moção, proposta por Valdir, foi avalizada por unanimidade pelos vereadores em dezembro. No mesmo mês, o CEHCAB havia sido premiado como um dos 11 destaques nacionais do Desafio Criativos da Escola, entre 1.492 inscritos de todo o Brasil.

INVISIBILIDADE

O painel do dia 21 foi mediado pela escritora Maria Rita Py Dutra. Ela abriu o debate afirmando que a história dos negros no Brasil “passou por uma invisibilidade imensa na história oficial” e lembrou que “as grandes fortunas foram construídas” a partir da escravidão. Para Maria Rita, as culturas negra e indígena são “conhecimento fundamental para acabar com o racismo”.

Entre as demais sete painelistas, quatro tem vínculo com o CTISM. A acadêmica de Administração na UFSM Ana Flávia Souza, estagiária do curso de Informática para Internet Integrado do colégio, disse que passou por preconceito no ensino fundamental, mas que não encontrou “racismo direto” durante sua passagem pelo CTISM.

Gabrielle Sanger, estagiária de Mecânica Integrado no CTISM e aluna de Publicidade e Propaganda na UFSM, afirmou que, no ensino fundamental, aprendeu “só um lado da história”, pois eram apresentados somente personalidades brancas. Segundo ela, o ensino de História do CTISM se diferencia por destacar personagens negros.

Janine Menezes, aluna de Eletrotécnica subsequente.

Já Denise de Oliveira, aluna do curso de Eletromecânica na modalidade Proeja, destacou que é indígena da etnia apurinã e que encontrou uma “família” no CTISM. “Agora eu comecei a me aceitar”, disse. A acadêmica de Odontologia da UFSM Roseni Machado, também indígena, afirmou que “a gente não usa mais a lança, a flecha para ir para a nossa guerra. Hoje é a caneta e o papel”.

Janine Menezes, aluna do curso subsequente de Eletrotécnica, destacou o fato de ser a única mulher negra em sua turma. “É bem gratificante para mim estar no CTISM como mulher negra”, afirmou.

A acadêmica de Artes Visuais da UFSM Rhaianny Silva avaliou que os negros enfrentam o racismo diariamente dentro das escolas e que, por isso, “poucos conseguem permanecer”. Ela ressaltou que, ao chegar no ensino superior, muitos negros tem a sensação de que “aqui não é o meu lugar”. Em seguida, emendou: “Se a gente não estiver aqui, se nós não conseguirmos permanecer aqui, quando é que o nosso povo vai estar ocupando esse lugar que é nosso por direito?”. Rhaianny defendeu as cotas raciais no ensino e considerou que os negros passam por um genocídio no Brasil.

Já Isadora Bispo, aluna de Direito na Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), defendeu a obrigação do ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena como uma maneira de combater a perseguição dos negros.

Assista à íntegra do painel no vídeo produzido pela Sedufsm:

 

por Rossano Villagrán Dias

fotos 1 e 3 Rossano Villagrán Dias

foto 2 Valdir Oliveira Vereador/Facebook

vídeo Sedufsm

Divulgue este conteúdo:
https://ufsm.br/r-360-2464

Publicações Relacionadas

Publicações Recentes