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Docente da UFSM-PM escreve artigo sobre os aspectos comportamentais da sociedade durante a pandemia de Covid-19 e as consequências no aumento de casos da doença no Brasil



O professor do curso de Enfermagem, Gianfábio Pimentel Franco, do Departamento de Ciências da Saúde da UFSM-PM, escreveu para a coluna Reflexões Docentes da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (SEDUFSM), o artigo Saudosismo, Negacionismo, Histeria e Polianismo na Pandemia da COVID-19: notas gerais. No texto, o pesquisador busca sensibilizar e instruir a população sobre a necessidade de manutenção das estratégias de enfrentamento, adotadas pelas autoridades em geral, para evitar a disseminação e o crescimento exponencial da pandemia do novo Coronavírus (SARS-CoV-2).

Franco inicia sua reflexão relembrando que, ao longo da história da humanidade moderna, a sociedade já se deparou com uma série de doenças, endemias, epidemias e pandemias, dentre elas: a pneumonia asiática (2003); as gripes (H1N1, H5N1); o vírus vindo do oriente (aedes aegypti\albopictus, Zika); o vírus que se alastrou do norte (Culex); o retorno da tuberculose incurável; as pandemias pelas superbactérias; a pandemia pelas mãos; a próxima peste vinda da África e Ásia; os parentes do Ebola e a próxima AIDS, todas muito bem destacadas no livro do infectologista brasileiro Stefan Cunha Ujvari: Pandemias: a humanidade em risco (2011, Editora Contexto). “A doença atual, que não consta diretamente na obra citada, originou seu nome derivando da combinação de CO(rona) + VI(rus) seguida do ano de seu surgimento, 2019 (COVID-19)”, afirma o docente.

No texto, o autor reforça a importância de, em épocas como a atual, recorrermos ainda mais aos livros e à ciência. “A atual pandemia ainda cursa de forma aguda e veloz. O momento requer a manutenção do isolamento e distanciamento social, o uso de máscaras, a lavagem constante das mãos, a utilização de álcool gel 70%, bem como evitar aglomerações, inclusive em ambientes externos”. Outro aspecto abordado no texto é a questão dos princípios e valores deturpados na sociedade atual, em que, segundo Franco, não há igualdade e respeito e que os habitantes não vivem pelo bem comum. “É utópica e dissonante quando em plena vigência de um problema global, encontramos quatro classes tipicamente presentes nas crises: os saudosistas, os negacionistas, os histéricos e os portadores da Síndrome de Poliana”.

Para explicar, o docente cita o professor e historiador Leandro Karnal que descreve os três primeiros. “Os saudosistas diriam que em sua época isso que estamos vivenciando, não aconteceu e se aconteceu, foi bem diferente; os negacionistas dirão que o vírus não existe ou foi fabricado intencionalmente e que se proteger é “coisa de gente fraca”, “que a vacina faz mal”; os histéricos correm de um lado para o outro em busca das mais diversas formas de tratamento (inclusive os não reconhecidos) e de estoques de suprimentos”. Franco agrega o quarto aspecto: os polianistas. “O portador da Síndrome de Poliana acredita e foca subconscientemente no otimismo, que tudo dará certo. Na atual pandemia, conheci muitas pessoas assim! Parafraseando Karnal: não estou dizendo se isso é bom ou ruim, apenas estou identificando comportamentos, é uma questão neurocientífica, psicológica e socioantropológica, para não nos delongarmos!”.

Por fim, o texto traz uma reflexão sobre as aglomerações “legais” ou clandestinas (feitas até mesmo em cemitérios, barcos, chácaras, postos de gasolina), happy hour ou comemorações festivas sem o respeito às regras sanitárias e às vidas que foram ceifadas pela doença. “Para mim, a sociedade perdeu a oportunidade de se tornar melhor”, afirma, lembrando que, geralmente, são essas mesmas pessoas que adoecem e buscam os serviços de saúde, aumentando a possibilidade de contaminar os profissionais que estão na linha de frente da pandemia há quase um ano.

Em termos de comportamento do indivíduo, o texto discute três fatores que seriam determinantes para as formas comportamentais adotadas atualmente na sociedade: 1) a exaustão das pessoas imposta pela “reclusão social” prolongada; 2) as organizações a serviço do capital que defendem o giro da roda da economia para que mais negócios não sucumbam; 3) a previsão de novos medicamentos e a distribuição global das vacinas. “Acredita-se ainda que necessitaremos todo o ano de 2021 para adquirirmos uma segurança de proteção individual e imunidade coletiva. Lembrando ainda que o Carnaval aí está e que muitas aglomerações foram registradas pelo país, sabemos que as infecções tendem a se manifestar entre 30-40 dias após esses tipos de comemorações. Portanto, acabamos protelando ainda mais uma certa “estabilização” dos casos. Não podemos desconsiderar ainda, que as doenças como a dengue e a febre amarela assolam nosso país atualmente e precisamos estar vigilantes”, finaliza Franco.

Assessoria de Comunicação UFSM-PM

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