Um sonho. Talvez seja essa a melhor definição de uma casa popular para quem, depois de muitos planos e economias, consegue finalmente ter a sua casa própria. Para Marcos Vaghetti, professor do Departamento de Estruturas e Construção Civil da UFSM, uma simples casa popular serviu como inspiração para um grande projeto. Sonho de uns, inspiração de outros, a ideia se consolidou como projeto e, hoje, a Casa Popular Eficiente: um benefício ambiental aliado a um custo mínimo impulsiona grande pesquisa na área de tecnologias sustentáveis na Universidade.
O projeto nasceu em 2008, idealizado por Marcos
Vaghetti, então professor do curso
A partir daí, um ano foi destinado à pesquisa de materiais que causassem o menor impacto ao meio ambiente. Então, chegou-se às mais diversas alternativas sustentáveis para compor a casa, desde as telhas tetra pak construídas a partir de caixas de leite, até o piso de PVC reciclado.
Atualmente, a construção civil é responsável por
grande parte da emissão de resíduos que causam poluição, como o cimento, além
de contribuir para o efeito estufa com a emissão de gases. O projeto da Casa
Expandindo saberes –Com a vinda do professor para a UFSM, o projeto ganhou um novo caráter. A parceria com os cursos de Engenharia possibilitou que a casa se tornasse ainda mais ecologicamente correta. Além dos materiais sustentáveis, diferentes tecnologias, como a captação da água da chuva para utilização doméstica, passaram a ser pesquisadas para serem inseridas no projeto. “Além de fazer um produto sustentável para a sociedade, o projeto busca transmitir para esses futuros profissionais essa cultura ambiental”, considera Vaghetti.
Hoje a Casa Popular Eficiente é
um dos projetos integrantes do Grupo de Estudo e Pesquisa
As soluções sustentáveis são maneiras desenvolvidas para aproveitar os recursos naturais, como, por exemplo, a utilização da energia solar para produção de energia elétrica para a própria casa, e até mesmo o tratamento da água do chuveiro para reaproveitá-la para regar plantas.
Outro diferencial do projeto é que ele foi produzido pensando no microclima da região. Os sistemas de aquecimento e ventilação foram planejados de acordo com os fatores climáticos de Santa Maria, onde o calor predomina na maior parte do ano. O projeto ainda permite ampliações, tanto para os lados quanto para cima, facilitando uma possível reforma, o que é comum em casas populares.
Já em
Por se tratar de um projeto de pesquisa, devem ser necessários mais alguns anos para que o projeto esteja pronto para ser executado. Segundo Vaghetti, a Casa Popular Eficiente poderá servir de modelo para a construção de uma vila ecológica. “Além de gerar pesquisa dentro da universidade, é uma maneira de transferir pra sociedade uma casa sustentável, sem deixar de lado a qualidade de vida da população”, finaliza.
Este texto foi originalmente publicado na 3º edição daArco, revista de jornalismo científico e cultural produzida pela Coordenadoria de Comunicação da UFSM. Conheça outras matérias da Arco em www.ufsm.br/arco