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UFSM
Universidade Federal de Santa Maria

Nova edição da Revista Extensão Rural

Neste final de 2015, a equipe editorial da Extensão Rural (Santa Maria) está encerrando com chave-de-ouro mais uma etapa de nossos avanços científicos. Não há sentimento mais gratificante do que compartilhar com nossos pares esta publicação histórica. Os estudos rurais no Brasil têm contribuído significativamente para o avanço das políticas públicas no país, bem como, os autores da Extensão Rural têm participado dos principais espaços que pensam, articulam e formulam políticas de extensão e desenvolvimento rural em nível mundial, nacional, estadual, regional e municipal.

Os nossos avanços científicos são palpáveis e tangíveis. Postular o Qualis B2 na última avaliação da CAPES é considerado como um grande progresso pela equipe de editores deste periódico. É claro que não estamos satisfeitos. Embora, consideramos como uma grande meta atingida estamos trabalhando para que a revista galgue espaços internacionais.

Vale mencionar ainda que as restrições econômicas fazem com que este periódico, de acesso público e gratuito, tenha se amparado, principalmente, em três ancoras fundamentais que movem eminentes esforços pessoais para que a revista consiga galgar esses avanços efusivamente comemorados. A primeira é o Editor-Chefe Dr. Fabiano Nunes Vaz, sem dúvida, uma ancora fundamental para estes avanços científicos. A segunda, com certeza, é de nossa bolsista da Extensão Rural, Caroline Morsch, que tem vestido a camiseta desta publicação. Em nome dela, é possível agradecer a todas as bolsistas que antecederam a sua chegada, realizando grandes trabalhos neste periódico. Eu que vos escrevo, Ezequiel, tenho que agradecer, em especial, essas quatro mãos que tem feito a Revista Extensão Rural existir no papel e no meio virtual. Os agradecimentos não podem parar por aí, é claro. Nesse sentido, faltariam páginas para contemplar a todos. Então, aproveitamos o espaço para agradecer, em grande estilo, a bibliotecária Débora Floriano Dimussio. Sem dúvida, os avanços científicos dos períodos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) tem nome e sobrenome inscritos na tua dedicação. Os empenhos da Débora foram fundamentais para o avanço coletivo das revistas desta Universidade. Em seu nome, nós agradecemos também a todos os autores, pareceristas, leitores e parceiros que contribuem inestimavelmente para a qualidade de nossa publicação científica. O NOSSO MUITO OBRIGADO!

E, nesta edição, fechamos 2015 com esses agradecimentos essenciais à comunidade acadêmica. Ao mesmo tempo, informamos que está disponível a edição 2015-4 da Extensão Rural (Santa Maria).

Nesta edição, a revista oferece sete artigos. Do nordeste ao sul do Brasil, do norte ao sudeste, ou seja, pesquisas provenientes dos quatro eixos do país trazem reflexões sobre as questões ambientais, o capital social dos pescadores, as feiras livres, a estrutura comercial no setor de máquinas e implementos agrícolas, as famílias agroextrativistas amazônicas e o Desenvolvimento Rural Sustentável, o sistema cooperativo e a pluriatividade.

Para abrir o terceiro número da Extensão Rural, apresentamos o artigo das pesquisadoras Graziela Freitas Dourado e Maria Izabel Vieira Botelho. As autoras têm por objetivo analisar as concepções, percepções, visões e significações da natureza e do ambiente da região semiárida do país. O trabalho de grande envergadura teórica finaliza com a constatação de que há uma carência de pesquisas sobre a História Ambiental local, em especial, estudos com um foco na relação sociedade-ambiente com ênfase nas dimensões locais enriqueceria enormemente a compreensão de uma determinada realidade e um determinado problema, concluem as autoras. Este trabalho, com grande potencial de generalização, apresenta a História Ambiental como instrumento de análise que permite a evidência de rupturas e continuidades nos processos sociais, bem como, a (re)significação e relativização de problemas ambientais contemporâneos no tempo, finalizam as pesquisadoras.

Na sequência, Fabiano Pimentel Ribeiro e Angelo Brás Fernandes Callou analisam o capital social dos pescadores na perspectiva do desenvolvimento local. Nas últimas edições da revista, este tema ganhou espaço significativo, em especial, pelo recorte sobre a extensão e desenvolvimento rural. O baixo grau de confiança na comunidade em geral, a ausência do Estado no ordenamento e na fiscalização dos usos dos recursos naturais, a cooperação forçada são fatores que interferem negativamente na formação do capital social dos pescadores da Colônia Z-7. Por outro lado, a transmissão do modo de fazer dos pescadores artesanais para os pescadores aprendizes, a confiança interpessoal no âmbito da aprendizagem na faina pesqueira e a participação dos pescadores em redes institucionais são elementos positivos para a formação do capital social, concluem os analistas.

O terceiro artigo é assinado por Aline Pereira Sales Morel, Liviane Tourino Rezende e Ricardo de Souza Sette. A pesquisa objetiva identificar a realidade do negócio feira livre da cidade de Lavras, a partir da perspectiva dos feirantes. Os investigadores apontam que, embora bastante satisfeitos com a profissão e com o ambiente de trabalho, esses profissionais ainda esbarram em dificuldades estruturais no seu cotidiano. O distanciamento e a desunião do setor estudado acabam agravando os problemas e dificuldade, concluem.

O quarto trabalho é escrito pelas autoras Cristina Kunkel, Monica Andrioli e Monize Sâmara Visentini. O artigo visa identificar, em municípios na região de Santa Rosa-RS, a percepção dos agricultores em relação a estrutura comercial no setor de máquinas e implementos agrícolas. A investigação aponta que todos os municípios pesquisados possuem oferta de produtos (implementos, peças, máquinas e serviços), porém esta oferta é limitada, com poucas marcas, acarretando no deslocamento dos agricultores a outros municípios para suprir as necessidades. Além disso, a escolha dos agricultores de um estabelecimento comercial tem relação com a qualidade dos produtos e do atendimento oferecidos, bem como o fato de haver poucos concorrentes, concluem as autoras. Este trabalho traz elementos importantes para discutir o desenvolvimento rural pela perspectiva da modernização das técnicas de cultivo pelos agricultores.

Em seguida, o quinto artigo é assinado pelos autores João Paulo Leão de Carvalho e Luís Mauro Santos Silva. Os autores buscam, através de um estudo de caso na Comunidade Boa Esperança, Ilha do Marajó, refletir sobre a relação de famílias agroextrativistas amazônicas e ações de Desenvolvimento Rural Sustentável. Os autores realizaram leituras sobre a dimensão ambiental, o estado social das famílias, a dimensão técnico-econômica na comunidade Boa Esperança, Curralinho, Marajó, Pará. Uma das considerações dos autores afirma que está se construindo estratégias de desenvolvimento endógenas típicas dessa região da Amazônia através da configuração entre elementos técnicos e autóctones, que permitem uma sustentabilidade local desejável pelas famílias.

O sexto artigo é escrito coletivamente pelos autores Diego Neves de Sousa, Nora Beatriz Presno Amodeo, Alex dos Santos Macedo e Cleiton Silva Ferreira Milagres. O objetivo do trabalho é analisar as percepções dos técnicos e dos agentes políticos (dirigentes) das cooperativas acerca da articulação agroindustrial entre Cooperativa Central – Cooperativas Singulares – produtores rurais no modelo federado de cooperativas. Os autores constataram que houve críticas ao modelo federado de cooperativas, seja pelo sentimento de exclusão do processo de captação de leite, pela perda de vínculo com o produtor ou pelo custo de manutenção do modelo. Por outro lado, os pesquisados reconhecem os esforços das cooperativas singulares que proporcionam garantias e apresentam-se como vantajosas à coleta de leite pela central e sua posterior industrialização, concluem os autores.

O último artigo que finaliza esta edição é elaborado por Isadora Wayhs Cadore Virgolin, Clayton Hillig e José Marcos Froehlich. O artigo analisa o sentido do trabalho para os agricultores familiares pluriativos que conciliam a atividade agrícola com a atividade de reciclagem na Cooperativa de Recicladores Orgânicos e Inorgânicos, situada na zona rural do município de Santa Cecília do Sul. Uma das considerações que se destacam é que, não obstante ser a pluriatividade uma alternativa capaz de produzir melhorias na condição de vida do trabalhador rural, esta se faz também sob a lógica da significação e do sentido do trabalho como fardo, dado a sobrecarga envolvida, devido a intensidade e extensão da jornada de trabalho. Nesse sentido, a luta por melhores condições de vida e trabalho no campo brasileiro continua mantendo a sua urgência, afirmam os autores. Este artigo fecha com bom debate este número da Revista Extensão Rural.

Desejamos a todos uma boa leitura e grandes reflexões para futuras pesquisas!

Agradecemos seu interesse e apoio contínuo em nosso trabalho, desejando que continuem a divulgação e a indicação do periódico Extensão Rural em suas instituições e redes de cooperação acadêmica, visando torná-la cada vez mais um periódico visível e de utilidade pública no Brasil e no exterior.

Em 2016 são quatro edições para comemorar vinte três anos de publicações científicas. Faça parte desta história. Envie sua contribuição científica. Acesse nosso portal.

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Texto: Editores da Extensão Rural