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UFSM
Universidade Federal de Santa Maria

Atos marcam Dia Internacional Contra a Discriminação Racial na UFSM

A cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. Mais de 60% das pessoas negras já sofreram racismo no ambiente de trabalho. O percentual de negros assassinados em nosso país é 132% maior do que o de brancos. A projeção de igualdade salarial para negros e brancos está prevista para o ano de 2089. Os dados são do Ipea, Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Consultoria Etnus e ONG Oxfan e retratam o quanto o racismo ainda afeta a vida da população negra.

A eliminação do racismo é uma luta cotidiana e, para reforçá-la, a ONU estabeleceu o dia 21 de março como Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. Na UFSM, a data foi marcada pela abertura do evento “Negras e Negros na Cultura, na Ciência e nos Movimentos Sociais”, organizado pela Associação Ará Dudu e Pondá Assessoria.

A programação foi iniciada com a realização de uma intervenção antirracista em frente à Reitoria, que também pedia por justiça após a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes. Em seguida, o público pôde prestigiar a exposição fotográfica de Dartanhan Baldez Figueiredo, no Centro de Convenções.

São 85 imagens que ficarão expostas até o dia 30 deste mês e retratam as lutas, manifestações e expressões da população negra em Santa Maria. “Minha fotografia tenta mostrar os movimentos sociais, mostrar os artistas trabalhando em diferentes formas: na dança, no teatro, na música. Mostrando e dando visibilidade a essas pessoas”, afirmou o fotógrafo.

No dia em que também são comemorados os quatro anos de existência do coletivo de arte e cultura negra de Santa Maria, Ará Dudu - Korpo Negro, houve o lançamento do site oficial. A plataforma digital Ará Dudu foi elaborada através da Incubadora Social da UFSM e une as produções feitas por artistas, artesãos e empreendedores negros da cidade.

“Tudo o que envolve o movimento negro, a arte negra, vem com resistência, vem com militância. Então escolher o dia 21, dia Internacional Contra a Discriminação Racial, ele surge de uma forma bem especial e gloriosa para nós. Principalmente para nós do coletivo”, declarou a curadora e integrante do Ará Dudu, Isadora Bispo. Também fez parte do evento a performance “Falar Fazendo Dança Afro”, com Manoel Luthiery e a exibição do documentário “Pobre, Preto, Puto”, relato da história de Nei D’Ogum. Ao final houve o “Olubajé”, coquetel de degustação de comidas africanas.

As manifestaões de luta e resistência seguem. O “Momento Música de Preto”, acontecerá dia 25, no Viva o Campus e terá participação de Elen Ortiz, Zan Ribeiro e Ariane Teixeira. Já no dia 29 será realizada a roda de conversa com mulheres negras “Militância e Protagonismo das Pretas”, com mediação do Grupo de Estudos Pós-Abolição (GEPA) e participação especial de Malu Viana. Durante todos os dias haverá mostra de bonecas negras, produzidas por Lúcia Severo.

Detalhes da programação podem ser conferidos aqui.

Texto e fotos: Melissa Konzen, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Colaboração de Kamila Ruas, da TV Campus
Edição: João Ricardo Gazzaneo