Tal qual a edição do ano passado, o evento ocorrerá totalmente de maneira virtual por conta das medidas restritivas devido à pandemia de Covid-19. A professora Vera Vianna, coordenadora geral do evento, afirma que este ano a programação está mais condensada. "No ano passado tivemos um grande número de mesas-redondas e palestras; neste ano temos um número menor, mas inserimos 11 masterclasses, nas quais os alunos se inscreveram como ouvintes ou como ativos, que são os que desejam tocar para o professor”, comenta.
Vera explica que, no formato virtual, o que tem sido feito é que os alunos não tocam ao vivo, mas submetem uma performance gravada, que é enviada ao professor, e esse, no momento da masterclass, faz comentários e sugestões sobre a performance. "É um pouco diferente do que seria presencialmente, mas evita os problemas de transmissão, e a qualidade de som da gravação é melhor que a transmissão pelas plataformas utilizadas", afirma.
Até sábado (31), o Festival de Inverno terá mesas-redondas, palestras, oficinas e masterclasses. As mesas-redondas serão abertas ao público, com transmissão pelo Farol, enquanto as demais atividades serão via Google Meet, exclusivas para os inscritos - as inscrições já foram finalizadas e chegaram a 456, um ótimo número, na avaliação da coordenadora geral. "Presencialmente não teríamos tantos participantes", afirma.
O concerto de encerramento, às 19h de sábado, com a participação dos professores do Departamento de Música, também será aberto ao público, com transmissão no YouTube da TV Campus. O concerto final será em homenagem a Luiz José Piveta, ex-coordenador da Semana Cultural Italiana de Vale Vêneto.
A programação completa está disponível no site oficial do evento.
Música e integração com a comunidade
Criado em 1986, o Festival congrega o Departamento de Música, do Centro de Artes e Letras (CAL) da UFSM, a Pró-Reitoria de Extensão (PRE) da UFSM, a comunidade de Vale Vêneto e a Prefeitura de São João do Polêsine, e tem o objetivo de favorecer o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da atividade musical num ambiente de integração com a sociedade, concomitantemente à Semana Cultural Italiana, evento idealizado pela comunidade de Vale Vêneto para promover o potencial turístico da Quarta Colônia de Imigração Italiana e resgatar as origens da cultura.
A Universidade da Geórgia, dos Estados Unidos, também participa do Festival Internacional de Inverno. Segundo a coordenadora geral, há um acordo de cooperação técnica com a Universidade da Geórgia que ratifica esta parceria exitosa. Milton Masciadri, professor de contrabaixo da universidade norte-americana, é o diretor artístico do Festival, e o único que esteve presente em todas as 36 edições do evento. "Ele é um dos criadores do Festival e continua colaborando conosco nestas edições virtuais", afirma Vera.
Além da integração com a comunidade, a internacionalização é uma das tônicas do Festival Internacional de Inverno da UFSM. Ao longo de 36 edições, o evento já contou com a presença de participantes de vários locais do Brasil e de países como Argentina, Uruguai, Bolívia, Paraguai, Costa Rica, Estados Unidos e Alemanha. Além disso, mais de 50 universidades e conservatórios de música da Europa, Estados Unidos, Oriente Médio e América Latina estiveram representadas no Festival, através de seus professores que realizaram recitais e ministraram oficinas.
Mais informações sobre o Festival na página no Facebook.
Texto: Juan Grings, acadêmico de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias da UFSM
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista da Agência de Notícias