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PPGEF
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal - Campus Santa Maria

Pesquisador do Pós-Doutorado do PPGEF desenvolve espuma que não pega fogo

André Luiz Missio, pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da UFSM e orientando do professor doutor Darci Alberto Gatto, está desenvolvendo uma pesquisa que fornece uma alternativa natural de isolamentos termoacústicos. Cozinhando a casca da árvore acácia negra, é possível obter um pó chamado tanino, material utilizado para curtir couro. Em uma reação química, o tanino cresce, transformando-se em uma espuma, que pode ser moldada no formato desejado. O resultado desse processo é totalmente orgânico.

“As espumas de poliuretano, amplamente utilizadas, são cheias de poros, que ficam cheias de dióxido de carbono. Quando elas pegam fogo, liberam substâncias tóxicas” ... “Nós buscamos um projeto de origem florestal que solucionasse esse problema” - explica o pesquisador.

Além de ter origem vegetal, o material resultante da pesquisa também não incendeia. Mesmo em contato direto com fogo e altas temperaturas, a espuma se autoextingue. A pouca fumaça que é gerada quando o material é colocado em contato com as chamas não é tóxica, nem prejudicial à saúde. E mais: por ser derivado de matéria-prima natural, a espuma não polui o meio-ambiente e pode ser reutilizada em outros contextos. Ou seja, ele desenvolveu um produto que não é inflamável ou tóxico e que pode ser reciclado.

André aprendeu a desenvolver a espuma na Áustria, na Salzburg University of Applied Sciences, em 2017, com o professor Gianluca Tondi. Apesar de não ter pesquisado sobre isso durante o doutorado, período em que fez parte da formação na Europa, foi lá que ele conseguiu ver como era feita a produção - inclusive em larga escala -, fruto de uma pesquisa de 10 anos da universidade austríaca. 

No ano passado, o pós-doutorando esteve na Finlândia, na Aalto University, para estudar uma forma de substituir uma parte química da produção da espuma por uma ainda mais sustentável. Com a concessão de uma nova bolsa de pós-doutorado, André seguirá a pesquisa focada na produção da espuma de tanino inserindo celulose em escala nano para aprimoramento do produto final. Segundo o pesquisador, o produto desenvolvido ainda não é um concorrente ao comercializado atualmente, produzido a partir de combustíveis fósseis:

É preciso desenvolver a ciência para chegar em um produto final de qualidade. Para isso, é preciso um grupo de pesquisa que receba investimento. Para que, caso precise ficar 10 anos pesquisando, se tenha dinheiro. O que falta é seguir adiante, ter investimento na pesquisa” - afirma André.

Fonte: https://diariosm.com.br/not%C3%ADcias/geral/pesquisador-da-ufsm-desenvolve-espuma-que-n%C3%A3o-pega-fogo-1.2197563