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Revista Arco
Jornalismo Científico e Cultural

O céu não é o limite

Saturno é o único planeta que possui anéis? Os anéis são rígidos? A Estrela D’alva é de fato uma estrela? Qual a melhor fase para observar a lua pelo telescópio? Os questionamentos acerca dos mistérios da galáxia (ou do universo) são muitos.   O cientista-astrônomo e escritor norte-americano Carl Sagan escreveu, em 1994, o livro Pálido Ponto Azul. O título faz referência ao planeta Terra pois, na visão de Sagan, é apenas um ponto na imensidão do universo. Um trecho do livro afirma que “a astronomia é uma experiência que forma o caráter e ensina humildade” por reconhecer as limitações de morar em um planeta que é o “único lar que conhecemos”.   As ações do Planetário da UFSM têm colaborado para popularizar o conhecimento de astronomia por meio de diversas atividades, como exibição de filmes e organização de exposições. A observação noturna é outra possibilidade aberta à comunidade santa-mariense, permitindo, uma vez por mês, que interessados pelo tema possam ver os astros pelos telescópios. Neste ano, o primeiro evento de observação noturna ocorreu no dia 16 de outubro, durante a Semana Mundial do Espaço, promovido em parceria com o Colégio Politécnico da UFSM.
Fotografia: Rafael C. Beltrame
Em 20 de novembro, ocorreu uma nova reunião de interessados para observar o universo à noite. A escolha das datas de realização das atividades depende do clima: se estiver nublado ou chuvoso, não há como observar os astros, portanto quanto mais limpo o céu, melhor. Com dois telescópios da marca Meade e a companhia de quatro monitores que esclarecem as dúvidas do público e reajustam o posicionamento dos aparelhos, acontece a observação noturna. Um dos telescópios, o mais moderno, é um Meade Lx90 e possui um poder de ampliação de imagem de até 300x, o preço deste telescópio pode chegar até 1.500 dólares fora do Brasil. O mais antigo, também da marca Meade, é utilizado para observar a lua porque o foco não alcança precisamente os planetas. O número de participantes é limitado, por isso, é necessário retirar uma senha no Planetário no decorrer do dia da atividade. Segundo a bolsista do Planetário e estudante de Física Giovana Stefani,  “as turmas são pequenas, porque a cada minuto observado são necessários pelo menos dois monitores ajustando os telescópios”. Geralmente são abertas vagas para 30 pessoas - 15 em cada telescópio. Durante a atividade, são observados a lua e os planetas vizinhos da Terra, com exceção de Mercúrio, por causa de sua proximidade em relação ao sol. OS PLANETAS DO SISTEMA SOLAR Os quatro primeiros planetas do Sistema Solar - Mercúrio, Vênus, Terra e Marte - são rochosos, e os outros quatro - Júpiter, Saturno, Urano e Netuno - são gasosos. VÊNUS: É o planeta mais próximo da Terra e o segundo do Sistema Solar. Diariamente, é o primeiro astro que aparece no céu e é conhecido como Estrela D’alva - “A primeira estrela do céu”, na verdade, é um planeta. Vênus tem fases semelhantes às da lua, que são o resultado do posicionamento desse planeta com relação ao Sol e à Terra e aos outros planetas da Via Láctea. JÚPITER: É o maior planeta do Sistema Solar e possui anéis formados por partículas de poeira. É possível enxergá-lo com o telescópio, juntamente com seus principais satélites naturais - as quatro luas galileanas, que possuem esse nome por terem sido descobertas por Galileu Galilei em 1610. Além disso, é possível ver a atmosfera, ou seja, as nuvens de Júpiter. MARTE: Marte é o quarto planeta a partir do sol. É possível notar a diferença de Marte em relação às estrelas porque ele é bem mais alaranjado, graças à presença de óxido de ferro em sua superfície. Esta característica lhe rendeu a descrição de Planeta Vermelho. SATURNO: É possível enxergar o planeta e seus anéis! O planeta é gasoso, possui um pequeno núcleo rochoso, seguido de uma camada de hidrogênio metálico e hélio. Sua atmosfera é composta basicamente por hidrogênio. Os anéis de saturno são formados por várias partículas pequenas de gelo e poeira, portanto, eles não são rígidos. LUA: É possível ver as crateras da lua, porém o ideal é que a lua esteja na fase crescente para uma melhor observação. O período da lua cheia não é bom para observá-la pelo telescópio, porque a luz do Sol quase não produz sombra no satélite e dificulta para enxergar as crateras do solo lunar. ESTRELAS: Utilizando o telescópio, é possível observar as constelações de forma mais próxima, mas não os detalhes das estrelas, por causa da grande distância em relação à Terra. As constelações são desenhos imaginários criados na antiguidade e que possuem coordenadas específicas no céu. É mais fácil avistá-las a olho nu do que pelo telescópio, porque ele só foca em objetos específicos e mais próximos da Terra. A característica das estrelas possuírem um formato reconhecível no céu noturno é chamado de asterismo. Uma das constelações observáveis da região sul do Brasil é a constelação de Órion. Ela forma o desenho de um guerreiro e seu cinturão e é formado por três estrelas, popularmente conhecidas como as Três Marias. Durante o mês de dezembro, o Planetário da UFSM completa 47 anos. Além de ser o planetário mais antigo do Rio Grande do Sul, ele também é o primeiro a ser construído numa cidade do interior, tendo sido inaugurado no dia 14 de dezembro de 1971. A semana de comemorações teve início no dia 9 de dezembro, com a sessão do filme Maravilhas do Universo, e encerrará com a observação noturna no dia 13 de dezembro, que será realizada no terraço da Biblioteca do Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH) às 20h. Para participar da observação noturna, é necessário retirar uma senha na Secretaria do Planetário entre as 8h30 e as 16h do dia 13 de dezembro. As vagas são limitadas. Reportagem: Mirella Joels, acadêmica de Jornalismo Edição: Andressa Motter, acadêmica de Jornalismo Ilustrações: Noam Wurzel e Pollyana Santoro, acadêmicos de Desenho Industrial Fotografia de capa: Rafael C. Beltrame