A conservação do saber
A preservação de documentos e livros de uma instituição de ensino é uma ferramenta importante para eternizar o conhecimento. Através das produções acadêmicas, é possível saber muito sobre a cultura e os costumes de uma determinada época, assim como entender o avanço científico ao longo dos anos. As bibliotecas são um desses locais considerados guardiões do saber humano, que abrigam muitos volumes e às vezes até raridades. A Biblioteca Central Conde de Porto Alegre, da Universidade Federal de Santa Maria, é fiel depositária da instituição e abriga grande parte do material produzido por alunos e professores, além das produções externas - ao todo, atualmente, são quase 370 mil exemplares.
O interesse pela conservação e transmissão de informações é um hábito humano bastante antigo: vem desde os tempos dos escritos em pedra e se estende até o formato digital, mas foi mesmo durante a Revolução Francesa que essa preocupação se disseminou. Independentemente do suporte em que o material está, os arquivos servem de base para comprovar fatos históricos, conforme aponta a professora do Departamento de Documentação do curso de Arquivologia da UFSM, Sônia Elisabete Constante. A conservação das publicações da Biblioteca Central, ainda mais se tratando de um número tão grande, é um cuidado constante dos responsáveis pela administração. Conforme a Diretora, Lizandra Veleda Arabidian, a preservação é importante principalmente para preservar a memória da instituição.
Para minimizar esses impactos, a direção da Biblioteca criou um projeto que vem sendo implantado desde 2010, para ampliar o espaço do acervo da Biblioteca Central. Um dos objetivos é transferir o acervo de Teses e Dissertações para o subsolo, que é climatizado. Hoje os livros ocupam toda a capacidade do local; por isso, é só depois da transferência desse material para o novo espaço que foi construído que a coleção de teses e dissertações será deslocada. “O objetivo é realizar esse trabalho ainda neste ano”, conta Lizandra. A principal dificuldade é movimentar o acervo com a biblioteca funcionando normalmente, por isso a ideia é fazer o serviço durante o período de recesso escolar, ainda este mês. As infiltrações que haviam surgido no início da obra estão sendo sanadas e o local vai estar apto a receber os livros em breve.
Essas mudanças, de acordo com a professora Sônia, vão proporcionar um ganho de espaço para o acondicionamento dos materiais. A retirada da produção científica de um local não climatizado para outro em boas condições de armazenamento diminui as chances de degradação do acervo por interferência de agentes biológicos ou ambientais.
Projetos como esse, que estabelecem programas para a conservação dos acervos permitem aos usuários da Biblioteca Central acessar os livros e teses por mais tempo e em melhores condições de uso. Além disso, a Coleção Teses e Dissertações está disponível em um banco digital, que pode ser acessado vitrualmente. A Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFSM (BDTD) da UFSM tem mais de três mil publicações com texto integral no TEDE, um programa distribuído pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Para acessar, clique aqui. A UFSM se destaca ainda por estar entre as quinze instituições de ensino brasileiras que mais disponibilizam teses e dissertações via IBICT.
Reportagem: Camila Hartmann e Vitória Londero
Fotografias: Diego Fabian Pimentel