OFICINAS
O miolo do livro continua confeccionado da maneira tradicional, e é impresso pela gráfica Espaço Gráfico, parceira da Editora desde o início de suas atividades. Já as capas, que é o diferencial das editoras cartoneras, são produzidas em papelão, colorido conforme a criatividade de cada um, por isso são exclusivas. Para a produção delas, são organizados mutirões por voluntários. Uma das ações realizadas pelo grupo são oficinas ministradas em escolas públicas de Santa Maria. Segundo o professor Fernando Villarraga, é importante “mostrar aos meninos como se faz livros e desmistificar que livro é um objeto muito distante da sua realidade. E introduzir o aspecto lúdico do fazer.”LITERATURA ALTERNATIVA
O papelão virou capa de livros em solo argentino. Em 2003, a Argentina vivia um período crítico economicamente. No Barrio de La Boca, em Buenos Aires, foi criada a Editora Eloisa Cartonera, com o intuito de produzir livros de baixo custo. Os integrantes entraram em contato com a cooperativa de catadores local, afim de reciclar papelão e utilizar como alternativa para as capas dos livros, todas produzidas de maneira artesanal e manualmente. A ideia foi difundida, e atualmente, a editora tem mais de 200 títulos de autores consagrados e estreantes. O professor Fernando teve contato com o trabalho da Editora argentina, e em algum momento começou a pensar em montar um espaço semelhante à Eloisa Cartonera, porém em Santa Maria. “Uma cartonera para abrir um espaço de divulgação de autores da cidade e de outros que colaborassem com o projeto, e foi assim que nasceu em setembro de 2013, a Maria Papelão Editora.”, comenta Fernando. A Maria Papelão Editora, foi a primeira Editora criada na cidade com a ideia de difundir o conceito cartonero de utilizar papelão para a confecção das capas e serviu de inspiração para a Vento Norte Cartonero.PLURALIDADE DE CONTEÚDOS
O projeto está aberto a receber propostas de textos literários e outras linguagens artísticas. Segundo a mestranda Luiza Casanova, todo o tipo de publicação é aceita, “Seja de moradores de rua até escritores. A editora cartonera é isso, um espaço aberto para a pluralidade. O nosso sentido não é fazer dinheiro, nós não concorremos com o mercado, nós criamos um espaço paralelo ao mercado.” A Editora busca integrar todo o tipo de trabalho que incentive os novos autores a publicarem, por isso, não há uma linha editorial definida. São publicados poemas, narrativas, crônicas, ensaios. “Somos um projeto aberto para propostas, se a gente receber materiais, a gente analisa se vale a pena publicar”, finaliza Villarraga.
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Repórteres: Jéssica Ribeiro e Kelem Duarte Imagens: Editora Vento Norte