Exposição da artista visual Tharciana Goulart.
A arte de colecionar diz também respeito ao desejo pela vida. É uma forma de apossar-se do mundo — não se possui apenas o objeto, mas todo o emaranhado de significados, práticas e vivências a ele ligadas (ARANTES, 2010).
A mostra Coleções, fragmentos e outros acasos aborda como conceito principal o colecionismo. Para esta proposta expositiva, foram selecionados trabalhos em fotografia e objetos que compõe a coleção.
O acaso é o que rege a coleção, a qual vem sendo construída ao longo de dez anos. O olhar investigativo é recorrente, pois, os insetos (e por vezes, pássaros) colecionados são todos encontrados mortos, não são comprados, caçados ou criados. Encontrar, no sentido proposto nesse processo criativo, desenvolve-se como uma prática poética, é algo valioso e próprio do acaso. O desejo de permanência dos seres coletados confere para coleção um embate contra o processo natural de decomposição. Assim, os insetos são escolhidos, transpostos a uma nova ordem e ressignificados através da fotografia.
As imagens apresentadas nesta proposta expositiva derivam em sua maioria de pesquisas sobre Processos Históricos Fotográficos, como Cianotipia, Antotipia, Marrom Van Dick e Papel Salgado. As fotografias registram fragmentos do olhar sobre a coleção. As produções selecionadas propõem uma imersão à coleção, buscando aproximar o observador do olhar investigativo, das minúcias do cotidiano, e ao conceito de guardados de artistas enquanto potência para criação que evidencia a relação entre Arte e da Vida.
Amanda Scherer – Helga Correa – Lia Reiniger – Altamir Moreira – Ana Flávia
Visitação: 30 de Outubro a 30 de Novembro de 2018