Os processos para a realização de xilogravuras partem de procedimentos artesanais, em que são realizadas incisões em suportes de madeira. Essa manipulação dos materiais deixa à mostra tanto o vigor quanto a sutileza das escavações, o que desvela, em parte, o temperamento do artista.
Nas xilogravuras de Nelson Ellwanger, os cortes alternam-se a tal ponto que esquecemos dos aspectos de transformação da matéria, esquecemos da agressividade ou da paciência inerentes a tais procedimentos gráficos. O que vemos é resultado de um artista fascinado pelo mundo da gravura, absolutamente imerso em um rico universo poético pessoal.
Um olhar detido em sua produção plástica permite-nos revivê-lo. E ali está ele novamente: em cada cópia, em cada sobreposição de cor, em cada deslocamento da matriz, em cada entintada da madeira escavada. Trabalhando obsessivamente, insistindo em abordar sob diferentes ângulos o tema da edição e da multiplicidade em arte.
Atualmente existe uma vasta gama de materiais que passaram a ser usados como suporte para uma construção poética, todavia a xilogravura mantém sua vocação de propiciar continuidade a um legado. No caso de Santa Maria, é inegável a influência perene de Nelson Ellwanger.
Profa. Dra. Helga Correa
Data: De 28 de Agosto a 22 de Setembro de 2018
Organização do Evento: Antonio Junior
Curadoria: Helga Correa e Marco Aurélio Biermann
Material Gráfico: Helga Correa e Henrique Pivetta Viero
Identidade Visual: Henrique Pivetta Viero
Coordenação Geral: Altamir Moreira, Amanda Scherer e Helga Correa