Como já discutido na postagem sobre o vazio outonal, as coberturas para anteceder o plantio dos cultivos de inverno, ou mesmo as plantas usadas para cobertura durante o inverno, em substituição ao trigo, são fundamentais para manter o solo sempre protegido. Essas plantas ditas de cobertura são capazes de: diminuir a incidência de plantas daninhas, doenças e pragas, o que facilita depois, na cultura de verão, o seu manejo; ajuda a melhorar as condições químicas do solo, beneficiando as culturas sucessoras com aporte de nutrientes no sistema; ajuda a melhorar as condições físicas do solo, pois as raízes de certas plantas são profundas e agressivas, ocasionando descompactação, também melhorando a matéria orgânica do solo, que por sua vez irá elevar a biota do solo, que é um importante meio de confecção de poros para infiltração de água; e por último servindo como um guarda-chuva, que previne a perda de solo. Nesse contexto, entra o conceito de consorciação de plantas, onde se consegue trabalhar com espécies de famílias diferentes, como leguminosas e gramíneas, que trarão diferentes níveis de decomposição a curto e longo prazo, podendo usar duas ou três espécies, como as já conhecidas: aveia, nabo e ervilhaca. Ainda têm-se a cultura da canola, que, quando semeada em uma região estratégica para a sua comercialização e tendo maquinário compatível, torna-se uma cultura rentável para se usar dentro do sistema de rotação. O indiscutível é não deixar o solo desnudo no inverno.
Fonte: Dauana Della Libera