A VIII Jornada da CEIP ocorreu nos dias 1 e 2 de dezembro de 2020. Teve como tema “O estranho entre nós”. Está disponível no canal do Núcleo no youtube: https://www.youtube.com/playlist?list=PL-p-oogNQDQlFY1Pv1y0zVzgnIMf7EvxJ

O evento contou com as seguintes convidadas e títulos de suas falas: Taiasmin Ohnmacht, “A experiência racializada do Estranho em Neusa Santos Souza e Isildinha Baptista Nogueira”; Ana Gebrim, “O analista descobridor do próprio íntimo”; Ana Costa, “O estranho e o medo”; Lucia Serrano, “O estranho – figurações do pesadelo”.

Esta foi a proposta do evento: O significante estranho vem sendo utilizado para dar notícias do atual contexto clínico, político, estético e ético. Cotidianamente, somos surpreendidos com vicissitudes que nos convocam a colocar em questão as formas de fazer laço com o outro. Há quem diga que para ter notícias do real de uma cultura, é preciso notar como esta se relaciona com o estrangeiro. Para tanto, tem sido necessário pensar a condição do estrangeiro na cultura. Freud elabora considerações para a leitura do estranho em seu texto Das Unheimlich. Em português, a palavra-conceito foi traduzida para sinistro, o infamiliar, e estranho-familiar, sendo essa última expressão privilegiada em nossas reflexões em função da proximidade com a palavra estrangeiro. O criador da Psicanálise apresenta a seguinte peça de entendimento: o estranho é, de certa forma, familiar. Com isso, propomos algumas questões: O que nos diz a expressão estranho-familiar para pensar a clínica no contemporâneo? Como escutar o estranho na cultura e a cultura estranhada? O que é a escuta clínica do estrangeiro? Que estranha familiaridade perpassa a prática clínica em tempos pandêmicos?