A dona da primeira história é Karohelen Dias, que, desde muito pequena, partilhou e adotou um sonho da avó como seu: tornar-se universitária. Dona Tereza, avó da jornalista, trabalhou por muitos anos em um restaurante dentro do Campus de Santa Maria e logo começou a vender lanches no Colégio Técnico Industrial (CTISM). Todos os dias, Karohelen a acompanhava carregada de pães, bolos e quitutes para vender aos professores e alunos, sempre no aguardo do momento certo: o intervalo entre as aulas.
Apesar de não entender o que de fato as pessoas que ali transitavam faziam, Dias passou a desejar pertencer àquele lugar depois de muitas manhãs de conversa com a avó. “Um dia você vai estudar aqui”, dizia a cozinheira de mão cheia. Em suma, a incompreensão não fez com que a pequena Karohelen deixasse de sonhar.
“O sonho da minha avó era que eu fosse uma aluna, uma acadêmica, independente do que for”, relatou a egressa.
No entanto, os anseios compartilhados entre a comunicadora e sua avó criaram ramos que impactaram toda sua família: após a introdução de Dias no mundo acadêmico, suas primas e tias também o conheceram, tornando-se alunas da Federal de Santa Maria.
“Só a educação pode nos dar oportunidade, nos fazer mudar de vida. […] Minha família toda é muito grata à UFSM, porque ela nos trouxe oportunidade”, finalizou.
Karohelen graduou-se em Comunicação Social – Jornalismo em 2016, e hoje pretende fazer seu mestrado na UFSM. Suas primas, – Victória, Niquelen e Luana – estão nos cursos de Desenho Industrial, Engenharia Florestal e Administração, respectivamente. O sonho da avó e da neta, então, não acabou com o falecimento da avó: na verdade, perpetuou por gerações, vivendo na família Dias e no coração da Universidade.
Reportagem: Giulia Cavalheiro, acadêmica de jornalismo e bolsista da Unidade de Comunicação Integrada
Fotos: Arquivo pessoal