O Curso de Pedagogia vem buscando ao longo da sua trajetória histórica a sua identidade, a diversidade da ofer ta de habilitações deste curso no cenário nacional foi uma das premissas consideradas pelo Conselho Nacional de Educação na definição das Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia, Resolução CNE/CP n. 1 de 15 de maio de 2006.
Dentre as alterações sofridas pelo Curso de Pedagogia da UFSM, cabe destacar a última, ocorrida com base no currículo do Curso de Pedagogia, com as Habilitações: a) Magistério para a Pré -Escola e Matérias Pedagógicas do 2o Grau e b) Magistério para as Séries Iniciais do 1o Gra u e Matérias Pedagógicas do 2o Grau, implantado em 1984, com a primeira turma formada em 1987, provocada pela discussão constante da área de Educação acerca do perfil e do espaço de atuação dos pedagogos. Neste espaço, tempo, formou -se um consenso entre pr ofessores, alunos e ex-alunos deste Curso de que a proposta curricular vigente necessitava ser melhorada em função de novas demandas sócio -educacionais.
Tal afirmação tem base empírica (dados de 1997 e de 2002) através da percepção dos professores a respe ito dos alunos no Curso, como científica, por meio dos dados coletados e analisados durante os trabalhos da Comissão de Reformulação Curricular do Curso de Pedagogia organizada para discutir, analisar e propor as alterações no referido curso, baseados nas implementações oriundas da atual Lei de Diretrizes Bases da Educação Nacional, Lei n. 9394/96 e nas Diretrizes para a Formação de Professores, Resolução CN/CP n. 2 de 19 de fevereiro de 2002, que institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciat ura, de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior em 400 (quatrocentas) horas de prática como componente curricular vivenciadas ao longo do curso.
Essa proposição legal, institucionalizada no período perpassou grande parte das discussões realizadas pela comissão instituída, pois o Conselho Nacional de Educação buscava estabelecer uma aproximação mais coerente entre a prática e a teoria, ou seja, entre o mundo da escola e o mundo acadêmico, antes restrito as 400 (quatrocentas) horas de estágio curricular supervisionado previsto a partir do início da segunda metade do curso. Assim, de forma recorrente, foram apontadas pelo corpo docente e discente do Curso, bem como pelos alunos egressos: a repetição e sobreposição de conteúdos no currículo; a carga horária excessiva das disciplinas; a falta de consenso entre os Fundamentos da Educação, a Didática e as Práticas de Ensino (no caso da formação para as Matérias Pedagógicas do 2o Grau) e entre os Fundamentos da Educação, as Metodologias de Ensino e as Práticas de Ensino (para a formação em Pré -Escola e em Séries Iniciais); a escassez de oportunidades para a realização de trabalhos práticos, por parte dos alunos, junto às escolas e, por conseqüência, as poucas chances de o estudante (professor em formação) desenvolver projetos de ensino, de pesquisa e de extensão.
Concluiu-se, então, que o currículo em vigência estava calcado mais no acúmulo de conhecimentos que geravam a superposição dos mesmos, não conseguindo, em alguns casos, gerar a reflexividade crítica exigida para um profissional comprometido com o avanço científico na sua área de atuação. Os aportes teóricos que balizaram os estudos no interior deste Curso eram incoerentes, levando os acadêmicos a vivenciarem uma mane ira de ensinar e de aprender distantes da realidade e das necessidades dos espaços escolares.
Esses pressupostos serviram de base para instituir o atual currículo do Curso de Pedagogia- Anos Iniciais do Ensino Fundamental (624) e Educação Infantil (6 25) que foi organizado a partir das Diretrizes Curriculares para a Formação de Professores, propondo estratégias para a superação desses pontos, priorizando a docência como base da formação e relacionando teoria e prática, por acreditar no fortalecimento dos vínculos entre as instituições formadoras e o sistema educacional, suas escolas e seus professores.
Após estas constatações e através de estudos e consultas junto à comunidade envolvida com o Curso de Pedagogia, seja em nível local ou nacional (ANFOPE , ANPED, FORUMDIR), a Comissão de Reestruturação do referido Curso construiu um Projeto Político Pedagógico com uma nova matriz curricular que refletisse e integrasse as necessidades do contexto histórico no qual estava inserido, corroborando com possibilidades futuras para a formação do professor, em consonância com o projeto de uma sociedade mais justa, democrática e participativa. Assim, compreendemos que a formação do professor precisa contemplar em seu projeto curricular uma visão profissional ampla e integrada entre os aspectos da formação e da ação profissional.
Essas ponderações foram consideradas imprescindíveis para o momento atual vivido pelo Curso de Pedagogia, que a partir da homologação das suas Diretrizes Curriculares em abril de 2006, public adas na forma da Resolução CNE/CE n. 1 de 15 de maio de 2006, retoma as discussões necessárias para a implementação das mesmas.
Tendo em vista o processo no qual essas diretrizes foram discutidas, elaboradas e promulgadas, a Direção do Centro de Educação instaurou uma Comissão de Estudos sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura, com o objetivo de analisar os preceitos legais e as modificações necessárias para promover a implementação das mesmas.
Tal posicionamento está ancorado no Projeto Político -Pedagógico da UFSM (aprovado em 2000), o qual considera como indissociável o ensino, a esquisa e a extensão. Segundo esse mesmo documento: […] cada curso, especificamente, deve valorizar os princípios de trabalho construídos em sua experiência, avaliar as possibilidades de superação de fronteiras, implementar ações de qualificação de seus cursos, e ter presentes às demandas prioritárias da sociedade. (PPP/UFSM, 2000, p.16)
Neste sentido, a Comissão de Estudos das Diretrizes do Curso de Pedagogia, após analisar os pressupostos legais e elaborar propostas de discussão, encaminhou aos Departamentos, que agregam os professores que atuam no Curso de Pedagogia (ADE, EDE, MEN, FUE, DEI, LTV), as ponderações e su gestões para a reformulação curricular do Curso de Pedagogia, instaurando -se um processo de discussão democrática.
Com base neste histórico do Curso de Pedagogia da UFSM até aqui apresentado, o presente Projeto Pedagógic o (PP) da licenciatura em Pedagogia à Distância organizou a sua matriz curricular, visando promover a expansão do compromisso da UFSM além do seu espaço físico, assumindo o compromisso de formar o pedagogo para atuar na ducação Infantil, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental inclusive na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) .