Na mesa de lançamento do Relatório “Revalidação de diplomas de pessoas refugiadas: desafios e oportunidades”, produzido pela consultora Liliana Jubilut, como sistematização de normativas, práticas e desafios da agenda, a professora Giuliana Redin, coordenadora do Migraidh, destacou que "uma semana que se propõe a pautar direitos humanos, como é a semana do Dia Mundial do Refugiado, precisa questionar institutos como o da revalidação, inserido na Política de Estado em 1996, com a LDBEN". Ao restringir o exercício da profissão em condições de igualdade, fruto do direito fundamental à educação, afirma a professora, tal política viola direitos humanos e impacta de forma ainda mais severa os refugiados, que precisam do reconhecimento ou revalidação de seus diplomas e títulos para promover sua integração com dignidade no Brasil. Portanto, este é um debate que deve ser feito de forma mais profunda com os conselhos profissionais, variados setores e o Estado.
O GT das Cátedras, também representado pela professora Angela Vasconcelos, da Universidade Federal Fluminense, propôs a criação de Grupo de Trabalho sobre a temática composto com representantes pelo CONARE/MJSP, MEC, MDHC, Cátedras atores da sociedade civil e coletivos de migrantes e refugiados aportado no CONARE.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, Art. 48, parágrafo 2º), “Os diplomas de graduação expedidos por universidades estrangeiras serão revalidados por universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparação”. Essa exigência, cujo procedimento é regulado pelo MEC, por meio da Plataforma Carolina Bori, é altamente burocrático e custoso para quem necessita revalidar seu diploma ou reconhecer seu título no Brasil.
O seminário contou com a presença do representante do ACNUR no Brasil, Davide Torzilli, Bernardo Laferté, do MJSP, e Jaqueline Schultz, Coordenadora-Geral de Assuntos Internacionais de Educação Superior, MEC.