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Já é possível realizar reuniões familiares de forma segura?



Com a chegada de agosto, nos aproximamos de mais uma data comemorativa marcada pelo isolamento social da pandemia de Covid-19. Na matéria desta semana, trazemos opiniões de especialistas sobre as confraternizações familiares e perguntamos se já é possível realizá-las com segurança.

É possível realizar confraternizações de forma segura no momento atual da pandemia? / Imagem: Freepik

No dia 23 de julho, completaram-se 500 dias desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o mundo enfrentava a pandemia do novo coronavírus. Nessa mesma semana, ultrapassamos 550 mil mortes e 19,7 milhões de casos de Covid-19 no Brasil, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa. Em meio a tanto luto e dor, aproximam-se grandes datas comemorativas e, com elas, a vontade de reunir-se e celebrar com a família. Com a chegada do dia dos pais, no dia 8 de agosto, surge o questionamento: é seguro realizar confraternizações familiares no momento atual da pandemia?

Em pesquisa realizada no perfil do Instagram da Agência da Hora, os resultados foram que 55% dos respondentes estão vivendo o isolamento social no núcleo familiar, enquanto 45% estão em outro ambiente, e 76% não estão realizando confraternizações com a família. Questionados se acham seguro realizar encontros familiares no momento atual da pandemia, observamos que 91% dos respondentes não acham seguro, enquanto somente 9% afirmaram sentir segurança. 

A maioria acredita que ainda não é seguro realizar confraternizações. Imagem: Instagram / Agência da Hora.

A professora de enfermagem na UFSM, doutora em enfermagem e saúde pública e líder do Grupo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Saúde Coletiva (GEPESC), Teresinha Heck Weiller, esclarece que ainda não temos segurança para grandes encontros em família, tendo em vista que, no Brasil, não chegamos à 50% da população com a primeira dose da vacina. A especialista ainda reforça o que apresentamos em matérias anteriores, a proteção coletiva só será alcançada quando tivermos pelo menos 70% da população com as duas doses do imunizante. 

Como o Brasil ainda se encontra longe do percentual necessário, onde apenas 19% da população está completamente imunizada, “é muito temerário nos reunirmos em família, ficarmos muito próximos, especialmente nesse momento em que estamos enfrentando um frio intenso e que o vírus está em fase de mutação”, completa a professora. 

No decorrer da pandemia, grandes feriados, como as festas de fim de ano, causaram aglomerações em várias regiões do país, e cidades turísticas registraram festas clandestinas com milhares de pessoas. Segundo informações disponíveis no G1, em Santa Catarina foram divulgados inúmeros vídeos e fotos de aglomerações em festas de réveillon, todas desrespeitando as medidas sanitárias de combate ao coronavírus. Após o feriado, o estado catarinense se tornou o terceiro do país com mais casos confirmados do vírus. No Distrito Federal, após as aglomerações de Natal, foi registrado um aumento de 41,85% no número de infectados, em comparação com o mês de novembro de 2020. 

O site Poder360 comparou a média móvel de casos e mortes antes e depois de alguns feriados. Analisando a média 14 dias após as datas comemorativas, foram relatados aumentos de casos em 6% no Dia das Mães, 51% no Ano Novo, 21% no Carnaval e 2% na Páscoa. Esses aumentos de infectados decorrem das aglomerações para comemorações que, mesmo em família, são perigosas. 

O epidemiologista Márcio Bittencourt explicou, em entrevista para a BBC News, que “existe talvez uma falsa impressão de que se o grupo não é muito grande, isso não conta. Mas se você está em 10 pessoas em uma casa, isso é uma aglomeração. Se essas pessoas não moram juntas e vão passar o fim de ano, uma semana de viagem, em 10, 20 pessoas juntas, isso é uma aglomeração de risco.” 

O epidemiologista Pedro Hallal, coordenador do EpiCovid-19 BR, maior estudo epidemiológico sobre o coronavírus no Brasil, explicou, em entrevista ao Jornal O Globo, que o cenário ideal para uma confraternização dentro do núcleo familiar seria com todos os integrantes vacinados. Se alguém ainda não tiver recebido o imunizante, deve permanecer de máscara o tempo todo e, em caso de sintomas de Covid-19, não comparecer ao encontro. O especialista enfatiza, porém, que as reuniões familiares no atual momento da pandemia podem se transformar em armadilhas se não forem bem planejadas. 

Com o avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, observamos uma queda no volume de internações em leitos de UTI e no número de mortes pela doença. Esse conjunto de dados positivos indica o enfraquecimento da pandemia. Porém, segundo Teresinha Weiller, é importante lembrar que estamos chegando na vacinação da faixa de 30 anos em grande parte do Rio Grande do Sul, mas os jovens adultos ainda estão expostos, pois não receberam nenhuma dose. Por isso, a especialista avalia que não é oportuno realizar encontros em família. 

Para garantir a segurança da família recomenda-se manter as confraternizações com distanciamento social. / Imagem: Freepik

Para garantir a segurança de todos, é recomendável que as confraternizações de datas comemorativas ainda sejam realizadas de forma remota, respeitando o distanciamento social. É preciso cuidar de si e do outro enquanto ainda não atingimos o percentual ideal de vacinação, manter os cuidados para assegurar que num futuro próximo “poderemos encontrar a família de forma muito mais tranquila, sem colocar em risco a saúde uns dos outros”, finaliza Teresinha Weiller. 

Reportagem: Caroline Schneider Lorenzetti e Kelvin Verdum

Edição: Luciana Carvalho

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