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Feminismo negro voltado para valorizar a autoestima e quebrar padrões



Feminismo é plural.

Ao falarmos sobre feminismo, é preciso levar em consideração toda a diversidade que existe entre as mulheres. Apesar de ser uma temática relevante para as mulheres no geral, cada uma delas possui as suas vivências e é afetada de formas diferentes pelo machismo. As mulheres negras, por exemplo, além de sofrerem com o machismo, sofrem ainda com o racismo, e isso as afeta em diversos âmbitos, inclusive em suas autoestimas.

Na internet, há cada vez mais mulheres feministas negras que constroem e alimentam perfis e páginas voltados à aceitação e valorização dos traços negros e promoção da autoestima. É o caso da estudante de Jornalismo da UFSM Campus Frederico Westphalen (UFSM-FW), Eliége Gomes.

Natural de São Sepé, cidade do interior do Rio Grande do Sul, Eliége possui um perfil no Instagram (@eligomeess) em que fala sobre autoestima, beleza, cabelo e estilo. Ela conta que a sua jornada de autoaceitação veio depois de consumir conteúdo de outras mulheres negras e ao decidir que iria passar pela transição capilar. A transição capilar é um processo em que se retira toda a química do cabelo para que ele cresça natural de novo. Geralmente, é realizada por mulheres de cabelos cacheados e crespos na intenção de recuperar os fios naturais depois de processos de alisamento realizados, muitas vezes, por pressão estética.

Eliége cursa Jornalismo e milita na promoção da autoestima da mulher negra. Foto: arquivo pessoal

Nesse momento de autodescoberta, Gomes decidiu criar um canal no Youtube em que falava sobre este processo como um todo. Para agilizar a transição, ela decidiu raspar o cabelo, o que considera “um ato de liberdade”.

“Quando eu parei de ser um pouco para o mundo e comecei a ser mais para eu mesma, tudo mudou! Minha vida mudou, meu estilo, meu jeito de ser e passei a não me importar com o que os outros falavam”, escreveu a estudante em seu blog, que estava ativo em 2016 e 2017. Eliége afirma que a frase continua atual em seu cotidiano.

A escolha da jovem por estudar Jornalismo não surgiu do nada: “Eu sempre fui apaixonada por comunicação e por Língua Portuguesa”. Ela participou da primeira turma ingressante por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) via Sistema de Seleção Unificado (SISU). Eliége conta que a seleção teve grande representatividade, com pessoas de diversos lugares do Brasil.

Mesmo com tanta diversidade em sala de aula, a quantidade de pessoas negras dentro do universo acadêmico de Gomes ainda era pouca. Por isso, e para colocar em discussão outras temáticas antirracistas, a jovem colaborou para a criação de um coletivo negro dentro da Universidade.

“Fazer recortes é muito importante, pois nunca seremos iguais, para tentar abranger mais pessoas. […] Sempre vão existir padrões, mas precisamos nos esquivar ao máximo deles, acho isso muito importante”, finaliza a estudante.

Reportagem: Caroline Siqueira

Matéria produzida na disciplina Redação Jornalística II, do curso de Jornalismo do Campus da UFSM em Frederico Westphalen, no 1º semestre de 2021, ministrada pela Professora Luciana Carvalho.

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