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Como o avanço da vacinação já muda os rumos da pandemia no Brasil?



Nove meses após o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, a pandemia dá indícios de enfraquecimento no país. Na matéria desta semana, trazemos, em números, o impacto da imunização no combate ao novo coronavírus.

Os recentes números positivos em relação à pandemia de Covid-19 estão diretamente ligados à expansão da campanha de vacinação no país. Imagem: wayhomestudiol / Freepik

De acordo com o consórcio de veículos de imprensa, no dia 20 de outubro o Brasil alcançou 106.874.272 de pessoas totalmente imunizadas contra a Covid-19, número que representa 50,1% da população brasileira. Em relação aos adultos vacinados com pelo menos uma dose do imunizante, são 142,2 milhões de brasileiros, o que corresponde a mais de 90% da população. Não coincidentemente, o país acompanha uma série de notícias positivas sobre a pandemia nos últimos meses.

Segundo dados do consórcio de veículos de imprensa divulgados pelo G1, desde o chamado ‘pico da pandemia’, a média móvel de mortes por Covid-19 teve queda de 86% no Brasil. O número de óbitos caiu de 3.125 em 12 de abril, para 438 no dia 7 de outubro, sendo o menor índice desde novembro de 2020. Já os casos graves e internações também apresentam tendência de queda. De acordo com boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz divulgado no dia 6 de outubro, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS se estabilizaram em níveis inferiores a 50%.

Outro ponto relacionado ao avanço da vacinação no Brasil é a taxa de transmissão da Covid-19, que registrou, na primeira quinzena de outubro, o seu menor nível desde abril de 2020, segundo monitoramento do Imperial College de Londres divulgado pela CNN Brasil. De acordo com os dados atualizados pela universidade, no dia 11 de outubro o índice estava em 0,60, ou seja, cada 100 pessoas infectadas transmitem o coronavírus para outras 60. Em 2021, o índice ficou sempre acima de 0,8, atingindo sua máxima durante a segunda onda no país, alcançando 1,23 em 15 e 22 de março.

Três estudos realizados em diferentes estados brasileiros e divulgados pelo G1 em outubro demonstram que os casos graves e mortes em decorrência da Covid-19 no Brasil se concentram em pessoas não vacinadas ou com a vacinação incompleta. O primeiro estudo, realizado pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas, acompanhou 1.172 pacientes internados por complicações de Covid, de janeiro a 15 de setembro de 2021, no estado de São Paulo. Desses, quase nove a cada dez que precisaram de hospital não haviam completado a vacinação. Já o número de óbitos pela doença foi quase 15 vezes maior entre os não imunizados.

O segundo estudo, realizado pela Fiocruz do Mato Grosso do Sul, traçou o perfil de pacientes que não sobreviveram à Covid entre 1° e 26 de setembro. Na população até 59 anos, só 12% dos que morreram tinham completado o esquema de vacinação, enquanto os não totalmente vacinados, na mesma faixa etária, somaram 85% do total de mortos.

Já o estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais observou a evolução da doença em infectados por diferentes variantes internados no estado. Nesse sentido, 67% dos pacientes que faleceram não estavam vacinados, 22% tinham apenas uma dose ou menos de 15 dias da segunda e 11% completaram o esquema vacinal contra a Covid.

Mais de 600 mil mortes

Milhares de mortes poderiam ter sido evitadas no Brasil se o governo federal não tivesse atrasado a compra das vacinas. Imagem: Folha de Pernambuco / AFP

No dia 13 de outubro de 2021, o Brasil registrou o segundo menor número diário de óbitos por Covid-19 neste ano. Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgados pela CNN Brasil, foram registradas 185 mortes pela doença, atrás apenas dos 182 óbitos do dia 6 de setembro. Porém, apesar do inegável avanço na campanha de vacinação no país, no dia 7 de outubro, o país atingiu a marca de 600 mil vidas perdidas para o novo coronavírus, sendo o segundo país do mundo com mais vítimas, atrás somente dos Estados Unidos. 

A enfermeira Mônica Calazans foi a primeira vacinada no Brasil, no dia 17 de janeiro de 2021, porém, a campanha de vacinação poderia ter sido iniciada meses antes no país. Em 2020, o Brasil negou um acordo proposto pela Pfizer de 70 milhões de doses de imunizantes. A fabricante fez três propostas, todas negadas pelo governo federal. Além disso, a campanha inicial de vacinação não teve coordenação estatal, com cada município organizando a vacinação de formas distintas, o que atrasou e precarizou o processo. 

O epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas, Pedro Hallal, afirmou à CPI da Covid, no dia 24 de junho, que 95,5 mil mortes poderiam ter sido evitadas no Brasil até o período se o governo federal não tivesse atrasado a compra das vacinas da Pfizer e Coronavac, produzida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. A estimativa do pesquisador considerou 4,5 milhões de doses do imunizante da farmacêutica norte-americana que poderiam ter sido entregues até o mês março, se o contrato tivesse sido fechado ainda em 2020. Além disso, outras 49 milhões de doses da vacina produzida pela China em parceria com o instituto brasileiro poderiam ter sido entregues até maio.

Com a recente queda no número de casos e mortes por Covid-19 no país e a flexibilização, com a volta da realização de eventos sociais, muito tem sido debatido sobre a importância de se manter medidas sanitárias como o uso de máscaras e a distância das aglomerações. O chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, esclareceu durante a Cúpula Mundial sobre a Saúde que, “com cerca de 50 mil mortos semanais no mundo, a pandemia está longe de ter acabado”. No evento, a OMS também reforçou a importância de se manter as medidas de segurança e trabalhar na distribuição de vacinas para todos os países. 

No dia 23 de outubro, o Brasil registrou uma média móvel de 339 mortes decorrentes do Coronavírus. São 339 vidas perdidas e 339 famílias atingidas pelo vírus. Todo cuidado ainda é pouco para que se possa, finalmente, vencer a pandemia. 

 

Reportagem: Caroline Schneider Lorenzetti e Kelvin Verdum

 

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