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Top 5 Fake News mais absurdas sobre a vacina



Todos os dias viralizam boatos e informações falsas acerca dos imunizantes contra a Covid-19. Por isso, na matéria desta semana, listamos algumas das maiores ‘fake news’ que circularam no período da pandemia e falamos sobre a onda de desinformação registrada no momento.

No contexto pandêmico as pessoas acabam acreditando, muitas vezes inconscientemente, nas informações falsas que chegam a elas e acabam compartilhando. Imagem: Freepik.

 

Desde 19 de janeiro deste ano, data que marcou o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, até o dia 11 de novembro, 123 milhões de pessoas receberam as duas doses ou dose única da vacina. Essa parcela corresponde a 58% da população total. Porém, mesmo sendo gratuita e com eficácia comprovada, muitas informações falsas e distorcidas sobre as vacinas circulam todos os dias pelas redes e círculos sociais, atrapalhando o avanço da vacinação e o combate à pandemia do novo coronavírus. 

A coordenadora de Produto da Agência Lupa, Marcela Duarte, que gerencia projetos nas áreas de jornalismo e educação e coordena a área de audiência e engajamento, explica que o cenário de propagação da desinformação é composto por inúmeras variáveis. Segundo estudos da Psicologia, o chamado ‘viés de confirmação’ faz com que as pessoas tendam a acreditar mais em uma notícia que está de acordo com o que elas pensam, com seu viés. No contexto pandêmico, a jornalista explica que por todos desejarem a cura, o fim da doença, as pessoas acabam acreditando, muitas vezes inconscientemente, nas informações que chegam a elas, e compartilhando. Informações essas que muitas vezes são equivocadas ou completamente falsas. 

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TOP 5 Fake News mais absurdas sobre a vacina

1 – A vacina contra a Covid-19 vai modificar o DNA dos seres humanos – FAKE NEWS

Segundo a BBC News, essa teoria iniciou com um vídeo de Carrie Madej, osteopata americana, em grupos antivacina. Essa fake news afirma que a vacina mudaria o DNA humano, criando uma “nova espécie e, talvez, destruindo a nossa”. 

Especialistas esclareceram para agências de checagem e portais de notícias que as vacinas usam uma técnica inédita, o RNA mensageiro. Ele faz com que parte do material genético do coronavírus, seja absorvido por nossas células, para elas produzirem uma proteína característica que será detectada pelo sistema imunológico.

“A ideia é que o nosso corpo aprenda desta forma a nos proteger da Covid-19. Mas essa tecnologia não altera o DNA das nossas células e, portanto, não cria seres humanos geneticamente modificados”, explicaram especialistas para a BBC News.

Confira a reportagem da BBC News sobre Fake News

2 – A vacina contra a Covid-19 tem chip líquido e inteligência artificial para controle populacional – FAKE NEWS 

Circulam pelas redes sociais vídeos que afirmam que as vacinas foram desenvolvidas para controlar a população. Segundo o G1, os vídeos dizem que “o plasma dessa vacina, que é o líquido, vem com uma codificação que traz uma leitura para inteligência artificial, então eles têm o nosso controle através disso. É como se fosse um chip, mas de forma líquida, que é o plasma”.

O G1 consultou especialistas nas áreas de biomedicina, inteligência artificial e microeletrônica. Todos refutaram a teoria e os argumentos, explicando que não existem chips líquidos, muito menos capazes de controlar a pessoa.

A presidente da Sociedade Brasileira de Microeletrônica, Linnyer Beatrys Ruiz Aylon, explicou para o G1 que “apesar de todo desenvolvimento que temos conseguido com o silício e de produzirmos quintilhões de dispositivos no mundo, não existem chips líquidos ou solúveis em plasma ou sangue e tampouco chips que possam estar ‘escondidos’ em vacinas. Em nosso conhecimento, isso não é possível. Fake news.”

Confira o ‘#Fato ou #Fake’ do G1

3 – Imunizantes contra Covid-19 estão relacionados à transmissão de HIV – FAKE NEWS

Circula por meio de aplicativos de mensagem instantânea um texto defendendo que a imunização contra a Covid-19 está relacionada à transmissão do vírus causador da AIDS. Segundo a mensagem, o vírus HIV teria sido encontrado em um percentual 17 vezes maior entre os vacinados. 

O boato foi compartilhado, inclusive, pelo presidente Jair Messias Bolsonaro em uma transmissão ao vivo no Facebook. Na ocasião, o presidente leu uma suposta notícia em que ‘relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugeriam que os totalmente vacinados estão desenvolvendo síndrome da imunodeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto’.

A rede social tirou do ar a live feita pelo presidente por compartilhamento de notícia falsa. O boato foi iniciado pelo site canadense de teorias da conspiração Civilian Intelligence Network que apresenta uma interpretação errônea de um artigo publicado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). 

O trabalho não estabelece, em nenhum momento, uma relação causal entre o HIV e a vacinação contra a Covid-19. Em um determinado trecho do artigo, os cientistas informaram que, cruzando dados do sistema estadual de vigilância de HIV, verificou-se que 30 (ou 6%) dos 469 casos detectados de Covid-19 foram entre pessoas vivendo com o HIV.

Confira o #Verificamos da Agência Lupa.

4 – Vacinas contra Covid-19 criam campo magnético no corpo de quem é imunizado – FAKE NEWS

Usuários de redes sociais compartilharam, em todo o mundo, vídeos em que pessoas que receberam o imunizante contra a Covid-19 fixam moedas e outros objetos metálicos no braço. Segundo afirmam os usuários, o fato de conseguirem firmar objetos sobre o local onde a vacina é aplicada comprovaria, então, a existência de microchips capazes de criar um campo magnético contidos no imunizante.

Em entrevista para o UOL, Fernando Kokubun, professor de física da FURG (Universidade Federal do Rio Grande), expõe que as vacinas não possuem qualquer nanopartícula ou ingrediente com propriedades magnéticas. “Se fosse assim, até as ampolas ficariam grudadas umas nas outras.”

O professor também explica que o suposto magnetismo pode ser reproduzido se a pessoa estiver com a pele úmida ou se ainda tiver resquícios de cola deixados por curativos no local onde a vacina foi aplicada

Confira o ‘Curiosidades de Ciência’ do Tilt Uol.

5 – CoronaVac não tem comprovação científica – FAKE NEWS

Essa é uma informação falsa. Segundo o Instituto Butantan, a CoronaVac, vacina do Instituto Butantan feita em parceria com a biofarmacêutica Sinovac, se mostrou eficiente nos ensaios clínicos e em diversos outros estudos, tanto no Brasil quanto no exterior.

O resultado da fase 3 dos ensaios clínicos feitos pelo Butantan mostrou que, ao ser aplicada com intervalo de 21 a 28 dias entre doses, a vacina atinge eficácia de 64%.

Além disso, segundo informações do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe, do Ministério da Saúde, “a CoronaVac foi uma das responsáveis pela queda de 88% na média de óbitos semanais de idosos entre os meses de março e agosto [de 2021] – esse é um público que foi majoritariamente imunizado com a vacina do Butantan”.

Confira o ‘Tira Dúvida Butantan’ do Instituto Butantan 

 

Durante o período pandêmico passamos por verdadeiras ‘ondas de desinformação’. Imagem: Freepik

 

Ondas de desinformação 

Marcela Duarte explica que durante o período da pandemia tivemos diferentes ‘ondas de desinformação’. Segundo ela, num primeiro momento as ‘fake news’ estavam relacionadas com a origem do vírus, a partir de teorias da conspiração sobre uma suposta ‘criação proposital’. Depois, enfrentamos a grande onda das curas milagrosas, quando viralizaram diversas informações falsas sobre receitas caseiras e remédios que supostamente curariam o coronavírus. Inclusive, alguns desses medicamentos causam efeitos colaterais, entre eles comprometimento no fígado e problemas cardíacos que podem levar à morte.  

A jornalista acredita que os motivos que levam a tanta desconfiança sobre a eficácia das vacinas, e que resulta na disseminação de notícias falsas, vêm de um cenário maior. Para ela, a descrença está generalizada, de forma que as pessoas desconfiam da ciência em si, não apenas sobre os imunizantes, mas até mesmo sobre o formato da Terra, por exemplo, causando um ‘efeito cascata’. 

Conheça ‘Reflexo’, podcast da Agência Lupa sobre os impactos da desinformação

Para Marcela, combater a circulação de informações falsas e, consequentemente, a desinformação, tanto no meio científico quanto no dia a dia, é um cenário que passa muito por educação e informação verificada. Mas, também, faz parte de um contexto maior em que o cenário político também está incluído. “A educação é muito importante, especialmente a educação midiática. Acho que hoje nós somos bombardeados todos os dias, o dia inteiro, por informação, e não passamos por uma educação midiática. A gente não foi preparado para lidar com o noticiário, para lidar com esse cenário que a gente vive hoje de hiperinformação”, esclarece a jornalista. 

Especialmente nesse momento pandêmico, as informações falsas e equivocadas podem comprometer o combate à doença e impedir o avanço da vacinação. Diante desse cenário de hiperinformação e, principalmente, com a explosão de circulação de ‘fake news’, é necessário redobrar a atenção acerca das informações que estamos recebendo e repassando. Verificar as notícias em vários veículos confiáveis, conferir a veracidade e o contexto das informações antes de compartilhá-las e denunciar sites e perfis que divulgam conteúdo falso são exemplos de como combater a desinformação no dia a dia e colaborar com a comunidade científica. 

 

                                                                                                                             Reportagem: Caroline Schneider Lorenzetti e Kelvin Verdum

                                                                                                                              Edição: Luciana Carvalho

                                                                                                                              Site e redes sociais: Maria Mariana do Nascimento Silva

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