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Especial COVID-19: Fake News



Estes podcasts fazem parte da Série Cenários das Políticas Públicas – Especial Coronavírus. Nestes episódios, vamos falar sobre Fake News

Este podcast faz parte da Série Cenário das Políticas Públicas, uma realização dos acadêmicos de Jornalismo na disciplina de Políticas Públicas em Comunicação, da Universidade Federal de Santa Maria, com orientação da professora Cláudia Herte de Moraes, no primeiro semestre de 2020.
Vamos tratar neste podcast acerca do problema da desinformação. Na produção e apresentação, estamos Anna Júlia Carlos, Daiane Pereira e Jéssica Vieira.
A desinformação pode ser entendida como uma distribuição deliberada e intencional de informações falsas, muito associada à disseminação de fake news. Nos últimos anos, o termo ganhou foco devido ao seu poder de gerar consequências desastrosas, descrevendo e distribuindo enganosamente material falso, em busca de influenciar a opinião alheia. A desinformação tem o propósito específico de enganar o público, buscando impactar a sociedade.

O aumento da desinformação no país e no mundo pode ser vinculado diretamente à utilização de tecnologia. O uso irresponsável do meio digital por indivíduos ou empresas mal-intencionadas ou financiadas por grupos voltados à corrupção, vêm distorcendo a verdade e propagando farsas na internet. Com o imenso volume de informações circulantes nos dias de hoje, nunca foi tão fácil acessar a informação, contudo, nunca foi tão fácil receber e transmitir uma informação errada. Da mesma forma, nunca foi tão fácil promover a democratização, contudo, nunca foi tão fácil prejudicá-la.

Apesar da Lei 13.834 aprovada pelo Governo Federal em 2019, que torna crime a denunciação caluniosa ou propagação de notícias falsas com finalidade eleitoral, o principal cenário na disseminação da desinformação no país é o político, no qual milhares de notícias falsas são divulgadas via redes sociais e plataformas digitais. Uma pesquisa realizada no ano de 2018 aponta que o Brasil está em terceiro lugar no mundo em nível de propagação de notícias falsas, com 35% dos entrevistados admitindo que consomem informações completamente manipuladas. As informações são do Relatório de Notícias Digitais do Instituto Reuters, que fez entrevistas sobre o consumo de fake news, a confiança e o nível de desinformação presente em notícias globais.

Atualmente, o Brasil apresenta, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 116 milhões de usuários na internet, sendo, na América Latina, a população que mais a acessa, além de ser a terceira maior população do mundo nas redes. Logo, o país corresponde a um terreno fértil para a disseminação da (des)informação, contando com uma comunicação rápida e prática via rede social. Muitos aplicativos que não possuem uma adequada checagem de informações falsas acabam por circular imunes, como, por exemplo, o caso do WhatsApp, utilizado por cerca de 120 milhões de brasileiros.
Segundo uma pesquisa realizada em fevereiro deste ano, pela empresa de cibersegurança Kaspersky, cerca de 62% dos brasileiros não sabem diferenciar se uma notícia é verdadeira ou falsa. Esses dados sobre o país soam ainda mais alarmantes se os analisarmos dentro do atual contexto global, no qual a pandemia de covid-19 está causando centenas de vítimas em todo o mundo.

Investir em formas verdadeiramente eficazes de combate à desinformação, por meio, por exemplo, da colaboração de empresas de comunicação, é um importante caminho a ser seguido. Alguns projetos voltados a esse combate estão sendo desenvolvidos em âmbito político, econômico e social, como o projeto de lei que irá para votação no Senado Federal Brasileiro no dia dois de junho, que objetiva investir, através de normas e mecanismos de transparência, em ações contra o aumento de perfis falsos no meio digital. Alguns veículos de comunicação estão disponibilizando plataformas para a checagem de informações, como a emissora Rede Globo, com o quadro “Fato ou Fake”, em seu site. Universidades também estão interessadas no envolvimento com projetos de checagem de informações, buscando apurar fatos e entrevistar profissionais confiáveis.
Evitar a desinformação é de suma importância, principalmente em um período de tanta vulnerabilidade – como vimos a partir da crise da pandemia da Covid-19. Somente com a união entre a mídia, entidades civis, governos, empresas e uma sociedade comprometida com a busca pela verdade, será possível reparar com sucesso determinadas disfunções da comunicação e informar a sociedade da maneira mais comprometida, responsável e verídica possível.
https://open.spotify.com/episode/40ri7jRUnjTJpxiyghyQQJ
Este podcast faz parte da Série Cenário das Políticas Públicas, uma realização dos acadêmicos de Jornalismo na disciplina de Políticas Públicas em Comunicação, da Universidade Federal de Santa Maria, com orientação da professora Cláudia Herte de Moraes, no primeiro semestre de 2020. Vamos tratar neste podcast acerca do problema da desinformação. Na produção e apresentação, estamos Anna Júlia Carlos, Daiane Pereira, Jéssica Vieira e João Marcelino.

Notícias falsas, histórias fabricadas ou boatos, não são novidade. Utilizando diferentes plataformas digitais, elas transformam-se em notícias desagradáveis difundidas na sociedade, causando, assim, a desinformação. Fundamentalmente, o atual contexto de disseminação ressoa no ambiente online, que facilita a circulação das notícias fraudulentas, bem como diversos enfoques com distorções sobre um possível fato, tornando cada vez mais difícil o processo de se informar. Um exemplo de busca de combate à desinformação, é o caso do movimento denominado Sleeping Giants, que tem emergido no Brasil com esse propósito. Com o intuito de prejudicar a sustentação econômica de sites e canais ligados à extrema direita, o movimento beneficia a população à medida em que expõe empresas nacionais acusadas de financiarem notícias falsas. Dessa forma, no país, o movimento apareceu para alertar o povo e, especialmente, os donos de empresas cujos anúncios online carregam conteúdos ligados à desinformação.

A conta original norte-americana, originada há quatro anos, define o Sleeeping Giants como um meio de tornar o fanatismo e o sexismo menos lucrativos. No contexto brasileiro, o perfil pretende impedir que sites preconceituosos ou de fake news monetizem através da publicidade. O resultado esperado tem sido obtido, afinal, em pouco tempo, o movimento no país já obteve resultados em seis empresas, que, ao serem alertadas, se comprometeram a revisar políticas de anúncios.
O sistema de publicidade digital do Google funciona proporcionando aos anunciantes a compra de espaços publicitários de acordo com dados de usuários da internet, enquanto produtores de conteúdo recebem por visualizações e cliques em anúncios exibidos em suas páginas. Em oposição, há opções de inibir a propagação dessas informações por meio de anúncios, com os filtros de controle, permitindo que empresas possam evitar que anúncios sejam veiculados para determinados grupos de pessoas.
Uma das páginas que conta com essa ferramenta do Google na disseminação de desinformação, é a do Jornal da Cidade Online, que recebe destaque nesse assunto. Em 2018, por exemplo, foi a responsável por disseminar inúmeras notícias falsas e informações distorcidas a favor da campanha do atual presidente Jair Bolsonaro. Atualmente, ela tem se dedicado a atacar governadores que apoiam o isolamento social decorrente da pandemia de Covid-19, além de utilizar dados imprecisos para defender o uso de hidroxicloroquina, desaconselhado pelos cientistas, no tratamento da doença.

Em uma das atuações do Sleeping Giants, marcas e empresas como Samsung e O Boticário são mencionadas. Em nota, a Samsung afirma aplicar o bloqueio padrão à sites que propagam desinformação, assim como certifica que revisa constantemente seus anúncios automáticos para aprimorar o uso. Contudo, não especificou se o Jornal da Cidade Online se encaixa em seus parâmetros de páginas que deveriam ser bloqueadas. Por outro lado, O Boticário informou que o Jornal da Cidade Online está incluso em uma lista de sites vetados em campanhas online, identificados como páginas tendenciosas ou de conteúdos sensíveis a exemplo de álcool, drogas e violência. A gravidade inerente à desinformação é perceptível, evidenciando a necessidade de movimentos comprometidos em combater o problema, como é o caso do Sleeping Giants. O perfil no Brasil atenta que, muitas vezes, devido ao sistema de anúncios em larga escala, “a maioria das empresas não sabe que está financiando esse tipo de mídia, [de extrema direita ou de propagação de fake news]” e essa também é uma das questões que deve receber atenção.

De acordo com a empresa Mastercard, a mídia programática, que é um tipo de mídia onde a compra é feita diretamente via software, em um leilão em tempo real, sem contato com proprietários de sites e outras pessoas, é uma parte importante para a estratégia de marketing da empresa. No entanto, para seu uso, é necessário que exista cautela e que a propaganda da empresa seja feita em canais nos quais não exista propagação de notícias tendenciosas. Dessa forma, a comunicação da corporação trabalha juntamente com a preocupação de evitar a desinformação, garantindo a atenção sobre a existência ou não desse tipo de conteúdo em suas mídias digitais. Segundo a Agência Câmara de Notícias, o Projeto de Lei 3144/20 institui medidas de combate à desinformação a serem implementadas pelos meios de comunicação, incluindo provedores de aplicação de rede, e pelo Poder Público. Além da proposta de um Comitê de Combate à Desinformação (CCD), integrado por representantes de entes públicos e privados, para emitir recomendações quanto ao combate às notícias fraudulentas.

Além de tudo, a desinformação ainda compreende o colapso da desigualdade que ronda e prejudica a sociedade, contribuindo com problemáticas, por exemplo, como a exclusão no acesso a informações confiáveis e verídicas, e a falta de educação digital em um mundo cada vez mais imerso na rede virtual. A democracia está cada vez mais suscetível à lacuna da mentira. O fato é que a desinformação está presente diariamente em nossas vidas, principalmente no formato de fake news, evidenciadas, inclusive, pela posição do Brasil em terceiro lugar no ranking de países que mais as consomem e as propagam.

A Comissão Europeia declarou este ano que a desinformação é a doença do século, e que, apesar dos esforços, eles “nunca serão suficientes” para combater por completo a propagação de notícias falsas na internet. Contudo, é de dever de todos exercerem a responsabilidade sobre o que produzem e o que consomem, principalmente quando se possui grande alcance e influência, como é o caso de grandes corporações e instituições públicas e privadas. Dessa forma, dar devida atenção para as políticas digitais e para projetos de lei voltados ao problema, assim como para movimentos alternativos, como é o caso do Sleeping Giants, é uma forma de praticar direitos e deveres e contribuir, assim, com o combate à desinformação e, consequentemente, com o amparo à sociedade. Este foi mais um episódio da série Cenário das Políticas Públicas.

Agradecemos sua audiência e até a próxima.
Este podcast faz parte da Série Cenários das Políticas Públicas. Uma realização dos acadêmicos de Jornalismo na disciplina de Políticas Públicas em Comunicação, da Universidade Federal de Santa Maria, com orientação da professora Cláudia Herte de Moraes, no primeiro semestre de 2020. Essa é uma produção de Adriana Bernardi Maciak e Amanda Denise Giehl da Costa.

Neste episódio, trataremos sobre a falta de acesso à informação relacionada às fake news. Como visto no último podcast, a lei de acesso à informação está presente no estado a um curto período de tempo, logo, segundo a fonte site Futura, 35% da população brasileira não tem acesso a informações sobre a própria comunidade. De acordo com o Atlas da Notícia, do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo, 70 milhões de brasileiros vivem nos chamados “Desertos de Notícias”, onde não há cobertura dos fatos que acontecem, por exemplo, nas prefeituras ou nas Câmaras Municipais. Sabe-se que o estado de São Paulo tem o maior número de meios de comunicação noticiosos, porém, levando em consideração a distribuição populacional, são os estados de Santa Catarina, Distrito Federal e Rio Grande do Sul que apresentam maior concentração de meios de comunicação noticiosos. Por outro lado, os estados do Nordeste possuem, um veículo de comunicação a cada 100 mil habitantes.

A reprodução de notícias falsas, pode atingir a política, a economia e até mesmo a saúde, gerar uma crise existencial, que pode alcançar a democracia. Tal crise surge do aumento da desinformação, que provoca duas reações: a fragmentação da realidade (quando há um profundo sentimento de incompatibilidade e incompreensão da realidade) e a apatia (quando as pessoas simplesmente desistem de tentar dizer o que é real). As fofocas sempre tiveram propagação muito mais rápido do que qualquer jornal, justamente por conta do anonimato e da falta de verificação da fonte antes de o boato ser passado adiante. Desde muito tempo são usadas informações falsas para prejudicar uma pessoa ou grupo, por provocar uma censura social a sua conduta ou reforçar preconceitos. Segundo dados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, 7 em cada 10 brasileiros se informam pelas redes sociais e 62% dos entrevistados disseram já terem acredito em notícias falsas.

O whatsapp tem sido a principal ferramenta para a disseminação de fake news, pois a rede apresenta muitas complexidades para que as autoridades possam acessá-la e investigar. No ano de 2016 o Facebook e o Google anunciaram que iriam combater sites que propagam notícias falsas, impedindo que estas plataformas utilizem seus serviços de publicidade. O problema aumenta quando a pessoa passa a se informar somente pelas redes sociais e l apenas as manchetes das notícias ao invés de abrir a matéria toda e verificar se o site ou veículo em que foi realizada a publicação, possui credibilidade. Sabe-se que no jornalismo é essencial que se faça a checagem dos fatos, que consiste em checar os dados para ver se o fato é real ou não. Para isso, é necessário realizar entrevistas com diversas fontes, levantar informações das fontes citadas, conferir dados, cruzar fatos e estabelecer conexões e contextos. Mas, muitas vezes as notícias falsas vão parar em jornais conceituados da grande imprensa como se fossem verdadeiras, o que pode acarretar em grandes problemas em veículos de credibilidade.

De acordo com o Instituto de Tecnologia de Masachussetts (MIT, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, as informações falsas ganham espaço na internet de forma mais rápida, mais profunda e com mais abrangência que as informações verdadeiras. Cada postagem verdadeira atinge, em média, mil pessoas, enquanto as postagens falsas mais populares – atingem de mil a 100 mil pessoas. A população muitas vezes acredita nessas fake news pois estão alinhados com sua visão de mundo e a circulação massiva faz com que produza um efeito de ser uma notícia verídica. Muitas vezes a pessoa nega o conhecimento, por preferir acreditar na mentira, em algo que confirme sua visão de mundo e não abale suas crenças. Conversamos com a professora Luciana Carvalho sobre alguns aspectos relacionados ao assunto central desse podcast, mas antes de tudo vamos lhes apresentar quem é a nossa convidada. Luciana Carvalho possui formação em Jornalismo e doutorado em comunicação pela UFSM, é atualmente professora
adjunta do Departamento de Comunicação (DECOM) da UFSM campus Frederico Westphalen e também coordena o projeto de extensão Agência da Hora no Combate a Desinformação.

Pergunta 1: Professora, a falta de acesso à meios de comunicação como rádio, jornais, televisão e até mesmo a redes de internet é uma das causas da desinformação?

Primeiro áudio Lu – até 03:08

Pergunta 2: O direito ao acesso à informação é um direito fundamental para a sociedade, que medidas poderiam ser tomadas pelo governo para facilitar esse acesso?
Segundo áudio Lu

Pergunta 3: Na sua opinião, qual é a gravidade de não se averiguar corretamente as informações?

Terceiro áudio Lu
É necessário compreender que para que se possa combater os boatos e as notícias falsas deve-se ter como alicerce a educação. É importante poder conscientizar a sociedade pelo uso ético da tecnologia, fazendo com que prevaleça primeiramente a dignidade das pessoas, para que assim as informações cheguem de forma correta à sociedade e as fake news sejam combatidas. Além disso, profissionais do jornalismo devem evitar o erro de dar mais importância para o furo de reportagem, ou seja, para a velocidade em que a notícia é publicada e dar ainda mais importância para a veracidade dos fatos.

Nossa dica é o projeto Agência da Hora no Combate a Desinformação da Universidade Federal de Santa Maria, campus Frederico Westphalen, que busca combater as notícias falsas que surgem em meio a pandemia do novo coronavírus e também o serviço de checagem de fatos do grupo Globo, o projeto Fato ou Fake. O podcast sobre a falta de acesso à informação foi apresentado por Adriana Bernardi e Amanda Giehl para a disciplina de Políticas Públicas em Comunicação.
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