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Precisamos desarmar a Obsolescência Programada



Foto: Joseba Elola, ElPaís

A ONU, por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, realiza “um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.”, tudo afim de atingir a Agenda 2030, segundo o site oficial das nações unidas. Entre os 17 objetivos, o 12º trata do Consumo e Produção Responsáveis, que visa preservar nossas matérias primas, os meios de produção e o meio ambiente num todo, este último é o pilar principal nas relações de interdependência das formas de vida na terra e e sofre devido à produção industrial irresponsável.

Sabe-se que entre produzir com responsabilidade e lucrar cada vez mais (mesmo às custas do meio ambiente e da classe proletária), os que detém o poder (econômico e social) optam agressivamente pelo lucro. Esses criam seus produtos e serviços de modo a garantir “o próximo negócio”.

Não há saída para quem é meramente consumidor, sem poder de barganha ou influência, pois o modelo de produção vigente foca exclusivamente em manter a constante crescente dos lucros daqueles que já são ricos. Qualquer discurso que declare que o objetivo do produto e/ou da produção é beneficiar o comprador ou algo do gênero, não passa de marketing, publicidade. Utiliza-se matéria prima finita, locais de mão de obra barata são explorados, desenvolvem-se produtos de baixa vida útil propositalmente. Portanto, antes de alcançarmos o consumo responsável, é primordial discutir as problemáticas acerca do sistema de produção, visto que, atualmente, não tem espaço algum para a sustentabilidade. É, por si só, insustentável.

A respeito dos pontos levantados no objetivo 12, presentes no documento oficial dos ODS, pode-se dizer que para alcançar tais objetivos, dependemos de questões técnicas e de responsabilidade individual. Entre os planos da ONU, estão: incentivar empresas a adotar alternativas sustentáveis e incluí-las em seus relatórios, reduzir a geração de resíduos, reduzir o desperdício de alimentos, utilizar, de forma eficiente, os recursos naturais, etc. A prática é de viés educacional, pois depende da responsabilidade e da capacidade de alcance de organizações e setores públicos, também de atos individuais provenientes do cotidiano que normalizam a normativa de conduta responsável nas grandes empresas. Além disso, está o manejo sustentável de produtos químicos e gestão sustentável da energia, logo, são alternativas que requerem técnica a ser executada por profissionais qualificados.

De qualquer forma, estipular metas é relativamente fácil, porém, na prática os obstáculos atrasam a produção sustentável. A obsolescência programada é denunciada como obstáculo terrivelmente agressivo. Quando o assunto é obsolescência programada, celulares e smartphones são referências. São trocados frequentemente, em seguida são guardados ou descartados de maneira incorreta – fruto da falta de consciência ou pouco acesso ao destino ideal.

A favor do meio ambiente, algumas entidades/empresas, como a Associação
Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), estão apresentando projetos em busca de um sistema unificado para recebimento dos produtos dos consumidores e visando à destinação correta pelo comércio, assim explica o gerente do departamento de responsabilidade socioambiental da ABINEE, Ademir Brescansin. Dessa forma, com empresas fazendo o recolhimento e o descarte apropriado dos eletrodomésticos, o consumidor terá um meio correto para se desfazer dos produtos já consumidos, ao invés de colocá-los em lixeiras tradicionais e sem coleta seletiva.

Imagem: Teto – arquitetura sustentável

Outra possibilidade é a alteração nos padrões de fabricação e eletroeletrônicos. Deve-se abandonar a cultura religiosa que existe acerca dos princípios capitalistas, entender a urgência dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e focar mais na preservação do meio ambiente, pois, se os produtos durarem mais e não haver a necessidade constante da troca pelos usuários também diminuirá a quantidade de lixo, tendo em vista que o ciclo de compra, troca e descarte precisa desacelerar para que haja tempo suficiente para que os mecanismos de reutilização e afins funcionem de maneira efetiva. É necessário que se conflua a produção com o descarte adequado para garantir a preservação do meio ambiente.

A solução para diminuir o consumismo é mudar a conscientização e a forma de comunicação. Em caso de mudança bem sucedida nesses aspectos, reduzimos a quantidade de resíduos sólidos descartados e seria gerado um equilíbrio financeiro adequado, tendo em vista que não haverá gastos com itens desnecessários. Claro que o sistema econômico vigente sofrerá com a possível redução do consumo, mas é uma mudança urgente e devemos suportar esse sofrimento temporário. Mudança ruim para os donos do capital que deixarão de lucrar um pouco – ainda assim terão lucro – mas boa para o bolso do povo.

Para saber mais:

Texto: Ana Alice Viana, Ivan Augusto Rohrs, Josué Ângelo Gris

Supervisão: Professora Cláudia Moraes, disciplina de Comunicação, Cidadania e Ambiente

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